Following day

5.8K 196 7
                                    

Acordei às dez e meia da manhã. Quando abri os olhos, dei de cara com o surfista me observando enquanto eu dormia.

— Não sabia que eu tinha dormido com um psicopata. — Disse eu, zoando o Gabriel.

— Cala a boca, não posso observar sua beleza? — Ele jogou uma almofada no meu rosto e nós ficamos em silêncio. Confesso que fiquei com vergonha. — Achei que você ia dormir até mais tarde. — Disse ele, mudando o assunto.

— A minha fome falou mais alto. — Respondi.

— Você só pensa em comida. — Disse ele.

— Esqueceu do surf? — Perguntei.

— E esqueci de mim também. — Gabou-se.

— Tá se achando demais, surfista... — Brinquei.

— Vai falar que não? — Disse ele.

— Cala a boca, vai. — Respondi. — Vamos tomar café...

— Vamos. — Disse ele, se levantando da cama.

— Vai indo, vou escovar os dentes. — Disse eu, indo até o banheiro.

— Não vou nem ganhar um beijinho de bom dia? — Perguntou ele.

— Um dia, quem sabe? — Respondi, e ele revirou os olhos e desceu para tomar café.

Gabriel Medina

Desci as escadas em direção à cozinha, sentindo a necessidade de me alimentar. Apenas Neymar e Bruna estavam sentados.

— Bom dia, raio de sol. — Disse Bruna para mim.

— Bom dia, gay. — Respondeu Neymar.

— Bom dia, gente. Cadê o pessoal? — Perguntei.

— Seus pais e seus irmãos foram visitar uma tia que mora em Ilhabela. — Respondeu Ney.

— Ah, pode crer. — Disse eu, e ficamos em silêncio.

— Eu vou lá ver a Sofi. — Disse Bruna, saindo de perto de nós.

— E aí? O que rolou? — Perguntou Ney, verificando se Bruna já tinha saído.

— Ah, mano, eu esperava que acontecesse mais coisas, mas a gente só ficou mesmo. Não rolou nada de diferente. — Respondi. — Mas, eu até prefiro que isso não aconteça por enquanto, gosto assim...

— Realmente, e eu sei que você gosta dessas que são difíceis. — Disse Ney.

— Sim, a Sofi é muito diferente. — Disse eu.

— Vish, olha lá, não vai se apaixonar, surfista. — Brincou ele.

Sofia Muchen

Enquanto fazia minhas higienes matinais, ouvi alguém entrando no quarto onde dormi na noite passada.

— Olha, surfista, sai dessa, eu não vou te bei... — Comecei a dizer, sem sequer olhar para quem era.

— Calma, sua maluca. — Disse Bruna.

— Ah, foi mal, achei que era o Medina. — Respondi.

— Como foi? — Perguntou Bruna.

Como de costume, sempre que ela queria saber de algo que aconteceu comigo, ela fazia a mesma pergunta.

— Foi suave. — Respondi.

— Como assim, suave? Me conta todos os detalhes. — Disse ela.

— Então, a gente chegou aqui e o clima estava esquentando... — Comecei a falar, indo direto ao ponto.

— Aí você deu pra ele? Foi assim que eu te ensinei, safada. — Disse Bruna, animada.

— Coé, Bru, tá louca? Não vou dar pra ele logo de primeira, né. — Respondi.

— Caralho, Sofia, não pode desperdiçar! Você viu o rolê que eu tive que fazer pra vocês terem uma noite juntos? — Disse Bru.

— Cala a boca, Bruna, não sou atirada não. — Disse eu. — Se quiser, ele tem que conquistar a minha Abigail.

— Que mau humor é esse? Tá precisando transar... E quem seria a Abigail? — Perguntou Bruna.

— É o nome que eu dei pra minha menininha. — Disse eu, apontando para minha parte íntima.

— Puta merda. — Rimos. — Você não vai tomar café, não?

— Óbvio que sim. — Respondi, e nós descemos as escadas em direção à cozinha.

— Qual é a boa pra hoje, meninos? — Disse Bruna, quando chegamos na cozinha.

— Ah, hoje não tem festa nem nada especial, mas a gente pode ir lá pro instituto pra vocês conhecerem... — Disse Gabriel.

— Demorou. — Respondi eu e Bruna.

Podia jurar que o clima entre mim e o Medina estava bem ruim. Não conseguíamos trocar mais de três palavras. Estava prevendo esse momento.

For the love • Gabriel MedinaOnde histórias criam vida. Descubra agora