1. Uma Criança Diferente

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_EU VOS DESAFIO!!! -Bradou Konradin com ar confiante, de cima daquela grande pedra (ou pelo menos ele a via assim) para um pequeno grupo formado por cinco garotos, com idade entre dez e doze anos. Mas nenhum deles se pronunciou. _Vejo que ninguém tem coragem! Eu também teria medo de me enfrentar.

_Nenhum de nós está com medo, Konradin! Estamos enojados com sua vulgar tentativa de ter nossa atenção. E quer nos convencer a tocar flauta?! Valha-me! _Respondeu Max, o mais velho do grupo. _Venham. Vamos deixar esse lunático à sós.

Todos saíram seguindo o líder Max, deixando Konradin sozinho. Ele sentou-se na grande pedra, e ficou olhando aquele pequeno aglomerado de pessoas, indo e vindo, nas ruas de Hamelin, crianças correndo e brincando (e também roubando alguns distraídos), velhas senhoras de cabelos mal cuidados e cestas com verduras nas mãos (verduras horríveis, por sinal), algum velho pedindo esmolas, e jovens se olhando sorrateiramente com uma malícia que Konradin ainda não compreendia.

Ele então abaixou os olhos pras suas sujas mãos, e encarou sua flauta. Ele a tinha herdado de seu falecido avô, com quem também havia aprendido a tocar, ele não só tocava, como também criava algumas melodias (não muito boas, é verdade, mas ele tentava). E não compreendia como podiam não amar a música, o som daquele instrumento, a paz que ele produzia. Eram tolos. Essa era a única explicação.

Ficou ali, tocando, até o entardecer, e voltou para sua pequena casa. Muito pequena para uma família formada por um pai, uma mãe e sete filhos. O amontoado que se formava na hora de dormir era indescritível.

Eles não eram felizes. Não se sabia ao certo se alguém ali era. Konradin não tinha amigos, as vezes brincava com alguns garotos, mas ele era estranho demais para ter amigos. Seus irmãos também não gostavam muito de brincar com ele, principalmente por causa da diferença de idade. E então ele crescia assim, meio 'jogado pelos cantos', apenas existindo em meio a neblina daquela cidadezinha suja e imoral.

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O Flautista de HamelinOnde histórias criam vida. Descubra agora