9. Heidi, A Feiticeira

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   Havia se passado cerca de uma semana desde todos aqueles acontecimentos fatídicos.

  Hamelin, com a crise causada pela infestação de ratos, perdera muitos habitantes, mas ainda mantinha uma população consideravelmente boa, ou seja, as pessoas ainda consumiam muito. A demanda de alimentos crescera abundantemente, e por isso alguns fazendeiros estavam à procura de homens para trabalhar nas lavouras.

   Konradin estava trabalhando numa dessas plantações, arando e capinando o dia todo. Dessa vez suas ambições eram poucas, assim como seu salário, e ele só procurava se manter, pois já não poderia mais depender dos pais à tempos.

   Nos seus pensamentos mais masoquistas, Konradin imaginava Rosa casada com outro... Mas logo desviava os pessamentos, e se obrigava a lembrar de que o amor dos dois não era algo recente, mas sim, algo que nascera a muito tempo. Ele ainda pretendia se casar com sua amada, mas depois de tudo o que aconteceu, ele já não fazia mais ideia de como.

***

   Na beira do rio, logo depois do pôr do sol, Konradin estava sentado numa pedra, admirando a beleza da lua, que tinha acabado de aparecer no céu. Sua mente, como de costume, estava cheia de ideias intrusivas, e dessa vez, ele não parava de pensar que talvez conseguisse hipnotizar algum outro animal além dos ratos.

  Pegou sua flauta e começou a tocar a canção mágica, tentando recordar as notas que, de acordo com o que ele observara, havia atraído os ratos.

   _Creio que você esteja equivocado! -uma jovem mulher apareceu perto dele. Ela era magra, tinha cabelos longos e ruivos, e seu olhar era malicioso e muito atraente.

  Konradin assustou-se com a chegada daquela desconhecida. Colocou a flauta no bolso de sua calça, e a encarou, piscando os olhos algumas vezes, como se esperasse alguma explição da parte dela.

A moça sentou-se bem próxima à ele, de uma maneira que o calor de seus corpos fossem sentidos, mas sem de fato estarem se tocando.

  _Equivocado sobre o quê?

  _Aah, vós sabeis que não é possível que, de um instante para outro, sua flauta tenha ficado mágica... - e então a moça sorriu, e o encarou _Prazer, me chamo Heidi.

  Konradin se levanta, coloca as mãos na cabeça, num clássico sinal de desespero.

  _O que... O que queres dizer com isto?

  _Digamos que lhe dei uma pequena ajuda...

  _Co-co-como?

  _Sinseramente Konradin, achava que era mais esperto. Não é óbvio?! Eu enfeiticei sua flauta para que ela atraisse os ratos!

  _Sois uma feiticeira?! Não quero manter proximidade com você. Não quero ser acusado de heresia!

  _Acalme-se, amor. Só vim cobrar pelo serviço, ou melhor, como sei que deu tudo errado por causa daqueles padres, creio que irei te ajudar no próximo...

  ***

E aí, o que acharam?

Votem e comentem por favor!

Beijos, eu vos amo haha

O Flautista de HamelinOnde histórias criam vida. Descubra agora