2. A Despedida

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Cerca de dez anos depois...

_Perdão. O que disse? -Mas pela expressão de Konradin, ela sabia que ele tinha compreendido muito bem.

_Ora Konradin, tu entendeste. Estarei partindo amanhã logo ao amanhecer, meu pai já vem pensando nisso à algum tempo, ele está procurando um lugar melhor para os negócios, e para ser sincera, qualquer lugar daria mais lucros do que essa vila. -Eles estavam parados frente a frente um pro outro, se virassem pra trás, poderiam ver o imponente mosteiro que ficava no centro da vila, e se olhassem pra frente, veriam um grande rio, mas eles só tinham olhos um pro outro, debaixo daquela árvore de tronco grandioso e folhagem expessa, que davam à eles um pouco de privacidade.

Konradin estava com a decepção estampada na cara. Rosa acabara de dizer-lhe que ia embora. Ele estava reagindo muito bem. Com muita calma, na realidade. A moça que amava estaria partindo na manhã seguinte, e ele não poderia fazer nada.

_Não tem outro jeito! Nunca conversamos abertamente sobre isso, mas tu sabes que não tens condições financeiras de manter uma família.

_Eu estou trabalhando Rosa! Estou tentando fazer dar certo! Eu te amo! - Konradin desviou o olhar, envergonhado pelas lágrimas que brotavam em seus olhos. _Por favor, fica aqui comigo!

_Não faz isso comigo. Eu não posso fazer o que me pedes! Eu amo você, Konradin, amo mesmo, e espero que um dia a gente possa se encontrar novamente - Rosa passou a mão nos cabelos claros e 'cheios' de Konradin e o obrigou à olhar pra ela. _Se no futuro você tiver, sabes, condições de me desposar, estarei esperando por ti.

Rosa sabia que aquele provavelmente seria o último encontro dos dois. Mas ela não queria magoá-lo, e o fato dele estar calmo e tentando entender, deixava o momento um pouco melhor. Konradin pegou a mão que estava em seus cabelos e a levou até a boca, passando os lábios devagar sobre ela, sentindo o cheiro suave da pele de sua amada Rosa, ele então soltou a mão dela, virou-se pra frente, levantou a cabeça e fechou os olhos com força, como se fizesse uma prece. Então sentiu-se ser abraçado por trás, um abraço suave que ele já conhecia, e amava; ele então virou e a beijou. E depois a beijou de novo. E então ela se foi.


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O Flautista de HamelinOnde histórias criam vida. Descubra agora