10. O Plano

76 31 8
                                    

_Você tem medo das bruxas? -Rosa perguntou a Konradin.

_Lógico que sim. Por quê?

_Eu não tenho. Eu já conheci algumas bruxas, essas que foram condenadas à fogueira, sabes? E todas elas eram boas. Não consigo acreditar que eram bruxas! Por isso não tenho medo delas... -a menina deixou a frase no ar, enquanto fazia um esforço para respirar aquele ar estava gelado. O inverno em Hamelin as vezes era bem duro.

_Pois deveria temê-las Rosa! Mamãe disse que elas pegam crianças e as devoram. -Konradin estava espantado com o fato de Rosa não temer aquelas terríveis bruxas.

_Pois ainda bem que não somos mais crianças. Pelo menos eu não sou!

_E nem eu! -Se defendeu Konradin.

_Então por quê está com medo? -Rosa perguntou, com tom acusatório. _Tenho mais medo de ser acusada de bruxaria, do quê das bruxas em si.

_Cuidado ao falar isso, Rosa! A Igreja está caçando ferozmente os hereges. E como disseste, já não és mais uma criancinha!




***



_Daqui a uma semana haverá uma grande missa aqui em Hamelin.

_O que tem? Todos sabem disso. É o maior evento da cidade!

_É a oportunidade perfeita para colocar nosso plano em prática!

_Nosso plano? -Perguntou Konradin - Você até agora não me falou do que se trata esse grandioso plano...

_Ora, não digas que esqueci-me de revelar-lhe meu grandioso plano?! -Desdenhou Heidi. _Pois bem, como é de conhecimento geral, na próxima semana haverá a grande missa. Nesse evento, os pais levam seus filhos para serem abençoados pelos padres, porém, logo depois os mandam de volta para casa, pois querem aproveitar a festa com suas comidas, bebidas e músicas, e só voltam tarde da noite... E é aí que iremos entrar em ação! Depois que as crianças voltarem para as suas devidas casas, você vai passar tocando sua flauta e elas, hipnotizadas pelo som, irão segui-lo.

_Mas para quê tal coisa? -Konradin questinou, pois ainda não estava acompanhando o raciocínio de Heidi.

_Argh! Você as levará até uma certa caverna, que lhe mostrarei depois, e irá trancá-las lá dentro...

_Está louca!? Nunca faria isso! O que pensas que eu sou?

_Acalme-se tolo! Espere eu explicar-lhe como vai funcion...

_Não vou esperar nada! Não sou um monstro! -Konradin estava agitado, o que aquela feiticeira queria? Ele sabia que não eram confiáveis, mas sequestrar praticamente todas as crianças da cidade, aquilo era demais _Eu nunca faria isso com crianças inocentes! E nem com ninguém, na verdade!

_Você não estará fazendo nada demais, apenas...

_Não sou obrigado a ouvir tamanhas besteiras. Vou-me embora daqui! -Konradin se virou para ir embora, mas mal deu o primeiro passo e foi puxado para trás por Heidi, que havia, de repente, adquirido uma força sobre humana. Ele a olhou assustado, e agora ela parecia maior, e não possuia a calma com que ele estava habituado. De repente, ele percebeu que estava com medo.

_Você vai prestar atenção em mim agora? -Heidi perguntou com raiva e com ar de superioridade.

Konradin engoliu em seco e concordou com a cabeça.

_Fico imensamente grata. Pois bem, ao trancá-las na caverna, você retornará à cidade. Isto já será de manhã, pois fica longe daqui. Ao chegar aqui, irá se dirigir ao mosteiro e perguntará se eles estão dispostos a pagarem uma recompensa a quem conseguir trazer as crianças de volta. E eles com certeza darão, pois os pais estarão desesperados atrás de suas crias. Só que dessa vez, você pegará a recompensa com adiantamento. Agora você compreendeu o meu plano?

_Sim. Entendi. Mas, e se não der certo?

_Me diga, o que poderia dar errado?



***




E aí meus consagrados?
O que acharam do capítulo?

Não se esqueçam de deixar um votinho pra ajudar a mana aqui!

Bjs

O Flautista de HamelinOnde histórias criam vida. Descubra agora