Na manhã do outro dia, Konradin foi até a porta do mosteiro receber a recompesa, no caminho já se percebia mudanças na cidade. As famílias já tentavam voltar à trabalhar, ainda não haviam aberto seus comércios, mas as ruas estavam até mais limpas.
Konradin adentrou o mosteiro:
_Sua bênção,santo padre!
_Deus lhe abençoe! Veio trazer as cabeças dos ratos? -perguntou-lhe o padre que lhe foi atender, encaminhando-se até outro salão, e Konradin seguiu-o.
_Como assim? -perguntou Konradin.
_Ora, como podemos saber se foi você quem deu fim à essa infestação de ratos?!
_Ninguém havia dito nada sobre isto! Todos sabem que eu me livrei dos ratos, levando-os até o rio com minha canção e matando-os afogados!
_Ninguém sabe quem tu és! E como livrastes a cidade dos ratos? Tocando uma canção? Isso só pode ser bruxaria! Deseja ser acusado pela inquisição?
_Não! - Konradin se ajolhei de frente para o padre - Eu vos imploro, não me acusem! Não sou herege! Apenas desejo receber minha recompensa, pois honrei meu compromisso...
_E nós não estamos cumprindo com nosso compromisso? -a voz de outro padre se sobressaiu pelo salão do mosteiro. Padre Holando. Konradin reconheceria aquela voz mesmo depois de terem se passados sessenta anos.
"Maldito!" A única palavra que se passou pela mente de Konradin. Essa palavra, na verdade, não serveria para definir as atrocidades que ele cometia com as crianças da cidade, ou que incitava outras pessoas à cometerem. Ele não era digno do cargo que ocupava, para Konradin, a maioria dos membros da hierarquia não mereciam o cargo que ocupavam, eram gananciosos e maldosos demais. Mas quem era ele para questionar?!
_Você não pode simplesmente chegar aqui e dizer que devemos à você a façanha de ter acabado com a infestação de ratos. Ousa brincar com a seriedade do nosso compromisso? E ainda por cima afirmar que conseguiu isso tocando uma canção?!
Konradin ergueu-se novamente, ficando frente à frente com padre Holando.
_Afirmo sim. Todos aqui sabem da verdade e preferem ignorar, onde fica a honra nisto?
_Vou lhe dar uma última chance de sair de dentro desse mosteiro sem ser acusado de heresia. -Pe. Holando olhou para ele e deu um leve sorriso de desprezo - Não sou conhecido pela minha piedade...
Konradin virou as costas e saiu.
Sem recompensa.
Sem dignidade, sendo acusado de heresia injustamente.
Ele saiu do mosteiro sem sentir nada.
Andou pelas ruas da cidade, sem de fato estar vendo os fatos que aconteciam ao redor. Não via nada. Nem ninguém.
"Era fácil demais pra ser verdade"
O sol já estava no meio do céu, e Konradin ainda circulava pela cidade
"Era bom demais pra mim"
Olhares curiosos se voltavam para ele
"Irei desistir de tudo, afinal, verdadeiramente nada tenho"
E ao fim daquele dia, depois de vagar por vários campos, a grande maioria devastado pelos ratos, Konradin voltou para de seus pais, que era dele também.
***
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O Flautista de Hamelin
Historical FictionUm romance inspirado no conto O Flautista de Hamelin!!! Konradin é um jovem flautista, que cresceu em Hamelin e sonha em se casar com Rosa, sua amiga e namorada desde a infância. Mas os planos do casal são destruídos quando uma infestação de ratos...