O que vem da implicância?

Cap 6

Uma semana havia se passado desde a dança das flores. Isso significa uma coisa. Verão! Um sorriso brota na boca de cada um dos habitantes de Pelican Town. Era época de se deleitar na vasta praia do vale e nas piscinas naturais, agora acessíveis graças ao engenheiro que completava seu primeiro mês na fazenda.

Acordou cedo no primeiro dia da estação e foi checar o solo para a nova colheita. Depois de um tempo terminou de arar todo o espaço e posicionou os irrigadores. Decidiu ir ao mural de ajuda fixado a loja de Pierre. "Preciso de ajuda com os slimes encouraçados, alguns escaparam das minas e podem acabar por atacar os cidadãos, o seu suporte será bem recompensado"

Correu de volta à cabana, com o panfleto em mãos. Escancarou a porta, pobre Trevis, foi afugentado pelo estrondo. Pegou a escada de madeira e a firmou para subir ao pequeno mesânino.

Sabia que estava lá, correu os olhos por todo o andar e começou a revirar tudo. O que procurava estava dentro de um comprido cacife, o encontrou sob toneladas de mantas. Quebrou o cadeado com uma viga de ferro que estava jogada e se deparou com o conteúdo do baú.

Com toda a cautela possível, retirou a espada que vira décadas atrás. Partiu em disparada para a região das minas para conter a situação que piorava pouco a pouco.

As lembranças das lições de Marlon voltavam a cada movimento. O balançar da espada separaria qualquer um em dois, os slimes atacavam inutilmente a todos que estavam ali.

Abigail mostrou muita habilidade, o que surpreendeu Tanner. Nunca imaginaria que alguém tão reclusa como ela seria uma boa esgrimista. Os dois finalizaram o último slime e combinaram brindar com os amigos algum dia.

O ruivo foi relatar a Lewis o fim do problema. Viu o prefeito e Marnie em um momento desnecessário, deixou uma nota e saiu antes que percebessem. Foi passar na casa da "amiga" para ver como as coisas estavam.

-Você chegou na hora certa! Vamos, segura isso, isso e vamos pegar as crianças!

-Pera aí, o que a senhorita está falando?

-Do piquenique, não esqueçeu, esqueçeu?

-Claaaaro que não...

-Tonto... -riu-se toda- tem a sua ocarina aí?

-Sempre.

-Vamos então.

A ruiva arrastou o novato até a casa de Vincent e depois à moradia de Jas. Desajeitado, Tanner cambaleava com a quantidade de coisas que carregava. Se imaginava como um burro de carga.

-Chegamos!-exclamou a professoram.

O engenheiro organizou tudo de acordo com as instruções da parçeira. Em pouco tempo, todo o piquenique estava pronto. Depois de servidas as bebidas e sanduíches, uma sessão de música começou.

Tanner era um homem da ciência, e por mais que detestasse admitir, precisava. Sua ocarina se utilizava de mágica, algumas músicas específicas geravam efeitos diversos, clareiras, tempestade, pequenas manipulação no tempo de objetos. Não é átoa que é chamada de Ocarina do Tempo.

Histórias a parte, a melodia da música das tempestades criava uma pequena circulação com as folhas de sakura remanescentes. A crescente melodia atraia qualquer um. O misterioso mago observava a espreita da sombra de uma árvore. Leah se sentia muito muito mais alégre mesmo dentro de sua casa. Até alguns passaros se reuniram.

Depois de mais algumas músicas as crianças foram brincar perto do lago e os ruivos começaram a comer. Penny havia feito vários sanduiches para o grupo.

Estavam conversando distraídos.

-Tanner, nunca perguntei. Por que você veio pra cá?
-A vida na cidade estava me consumindo fazia tempo. Eu desabei um dia, desisti de empurrar os problemas e deixá-los de lado. Recebi a fazenda como herança. Tenho sorte de que tudo esteja dando certo.

Algumas núvens estavam se formando. O lago era alimentado por diversos rios, lembrou do que o pai sempre diz: ''Nunca fique perto de rios quando as núvens estiverem se fornando''. A torrente pode ser realmente forte. Era perigoso ficarem perto dali.

Rapidamente, recolheram tudo e partiram para suas casas. Os mais velhos deixaram os pequenos e então Tanner deixou Penny no treiler e foi para sua cabana com os primeiros pingos da chuva.

Havia sido difícil aquele dia, e bem cheio. Era merecido um descanço.