Cap 1

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-Chega, eu me demito!
-Você não pode, é o melhor engenheiro que temos!
-Deveria ter me tratado como gente e não mais um número. Cansei, Henry, ainda bem que no campo não tenho que ver sua cara.

Sem mais nenhuma palavra Tanner se retirou com somente uma caixa contendo seus pertences em mãos e foi para o apartamento. Numa grande mochila colocou tudo que fosse necessário e sua pequena ocarina azul.

As melodias do instrumento eram as únicas coisas que o mantiveram são. Mas foi a gota d'água. Não suportaria mais aquilo.

Em uma hora já havia feito tudo, vendido os moveis, o imóvel. Dentro do ônibus para Pelican Town lia o verso da carta de seu avô que acompanhava os documentos da fazenda que brincara na infância.

"Meu neto, o lugar deve estar uma pouco abandonado, mas nada que não possa ser resolvido com a velha faxina. E se o velho Lewis estiver vivo, mande um 'oi' por mim".

As paradas de ônibus passavam e mais gente descia, até que apenas restaram Crow e o motorista. Papo vem, papo vai, e a cidade chega. O garoto se deparou com um senhor grisalho e uma mulher ruiva linda. Mas com o anel nos dedos.
-Meu nome é Lewis, sou o prefeito dessa pequena cidade.
-É um prazer! - animado, retirou a bagagem do ombro, buscou a carta e apontou o cumprimento de seu avô ao velho- Meu avô mandou um oi. Espero que não tenham parado seus afazeres para me receber. À propósito, meu nome é Tanner.
- Meu nome é Robin, a carpinteira da cidade, eu é quem venho deixando a sua nova casa em ordem.

Um pouco desajeitado com a mala, os seguiu até a grande cabana de seu avô. Dentro, pôs as coisas e quando se virou pata fora, a natureza havia tomada conta de tudo. O espaço para plantio estava desorganizada por pedras e árvores.

Parte do caos ele deixaria intacto, para preservação, mas a outra teria que ser removida. A ruiva lhe estendeu uma maleta gigantesca com as ferramentas necessárias. Uma picareta, enxada, foice, pá e um machado.

Em seguida foi a um pequeno tour por toda a cidadezinha, falando com um cidadão ou outro. Rapidamente estava de volta em casa para começar o trabalho.

A foice cortava o vento junto com o mato alto, o machado derrubava as árvores e arrancava os tocos, mas foi enquanto quebrava as pedras que ouviu um flash.

Uma garota , uns dois anos mais nova que Tanner, empunhava uma câmera polaroid. Era linda, o cabelo louro ondulava até o fim das costas, os olhos azuis bem fortes. Ela o encarava. Ele buscou equlibrio na picareta, apoiou os braços sobre o cabo, que estava tornado ao sol, e o queixo sobre os mesmos.
- Por que está tirando fotos?
-Fotografo coisas interessantes, mas essa - tirou uma foto- é para o mural de rostos da cidade. -desceu da cerca- tchau ruivo!
-"Grossa" -pensou- qual é o seu nome?
- Por enquanto me chame de "você ou garota", mas quando estiver vestindo algo decente meu nome será Haley.
- Muito prazer "garota". Meu nome é Tanner.

O que vem da implicância?Onde histórias criam vida. Descubra agora