Capítulo Um

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Boa noite pessoal, este é um pequeno projeto, não será longo e está praticamente terminado, pois ele foi baseado em algo que já escrevi e eu apenas adaptei. Lembrando que é G!P, não sou de escrever para esse segmento, mas vamos ver o que vão achar.

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Flashback está em Itálico, então sempre que aparecer uma sequência de cenas em itálico significa que é o passado. Cuidado porque os pensamentos também estão em itálicos, mas estes são compostos por um ou duas linhas, creio que seja fácil de distinguir.

- Estamos aqui hoje para lembrarmos do nosso amado Peter, ou mais conhecido.

Era possível ouvir a voz do padre mesmo estando distante, mas não só a voz do homem e sim o choro histérico feminino. Quando Lauren recebeu a notícia que seu irmão gêmeo havia morrido claro que se sentiu mal, mas ainda assim relutou a voltar para sua cidade natal, Miami. Depois de tanto relutar e receber sermões de seu pai decidiu que era hora de ir visitar o tumulo do irmão. Se arrependeu de ter escolhido aquele dia por conta do outro enterro barulhento que estava acontecendo a quatro covas dali.

- Então é isso... – Colocou as flores sobre o tumulo do irmão. – Eu sei que nunca disse isso, mas eu te perdoei, só não fui capaz de esquecer. – Lauren passou a mão na lápide do irmão. Ela sabia que o homem não estava enterrado ali, seu desejo era ser cremado e ter suas cinzas jogadas na casa de campo em que eles passavam as férias em família. Ainda assim ter uma pequena representação de que ele estava presente era um conforto para o coração de sua mãe.

Quando chegou ao seu carro e viu seu reflexo nos espelhos percebeu o quanto estava diferente. Jogou os longos cabelos para o lado, os óculos escuros escondiam seus olhos verdes como campinas, características que seu irmão compartilhava, sua pele branca que era mantida já que raramente pegava sol, estava usando roupas pretas, não pelo luto, mas porque sempre preferiu roupas escuras, nesse sentindo não havia mudado muito desde a adolescência. Entrou no carro, relutava fazer o caminho para a casa dos Jauregui, ou melhor mansão dos Jauregui. Quando passou pelo grande portão com um J na frente sentiu o estomago embrulhar. Quantas coisas viveu naquela casa, quantos momentos bons e ruins.

Lauren estava correndo pelos corredores da casa, não podia sair e quando Chris estava na escola a casa ficava vazia, estava cansada de jogar vídeo game e ficar no computador, então acabou passando em frente ao escritório do pai.

- O que quer que eu faça? – Ouviu Michael, seu pai, esbravejar.

- Tome uma atitude. – Sua mãe, Clara Jauregui, rebateu no mesmo tom. – Temos direitos, somos os pais.

- Ainda assim não é algo fácil de se fazer.

- É necessário. – Lauren não conseguia ver o que estava acontecendo lá dentro, apenas conseguia ouvir e via as sombras andando de um lado para o outro. – Ela escolheu dessa forma, decidiu ser assim, então temos que fazer com que ela seja normal.

A palavra normal para Lauren era um peso enorme que ficava em suas costas. Ser normal era algo que Lauren queria, mas não conseguia, porque fisicamente seria impossível ser normal, então para suprir isso ela se afogava em estudos, se tornava a melhor em tudo que podia, mesmo que isso gerasse uma disputa interminável com seu irmão, mas ela sabia que Chris sempre a venceria, porque Chris nasceu normal, mas ela não.

Ao passar pela porta constatou que tudo continuava da mesma forma, tudo lindo e requintado, mas ainda assim parecia uma casa onde ninguém morava, casa sem amor e que de certa forma carregava o peso de que aquilo era sua culpa. As fotos numa pequena mesinha que ficava atrás do sofá revelavam uma família feliz, claro que ela sabia que uma foto não definia felicidade.

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