Nove quarenta e sete o despertador toca, mas Scott não acorda, ele está se contorcendo na cama, soando muito, seu sangue ferve em suas veias... Scott estava tendo um pesadelo com sua mãe! Na visão ele se via como uma criança ele estava no parque de diversões com seus pais. Ele estava feliz, se sentia completo, mas o dia que estava ensolarado foi ficando nublado, nuvens negras tomavam o lugar do sol, um vento forte sopra e folhas de outono voam para todos os lados, Scott vê um homem na frente de sua mãe, ele tem uma arma apontada para ela, ao ver Scott se amedronta e o homem olha para o pequeno Scott com aqueles olhos azuis, ele sorri e atira. Scott grita - Não! - logo em seguida ele vê seu pai amarrado numa cadeira no meio do parque, ele estava com o rosto sangrando e vários ematomas em seu corpo como que se tivesse apanhado muito, então ele tenta olhar para Scott e sussurra - você precisa ser forte - até que recebe um tiro na cabeça, Scott se vira procurando de onde veio a bala mas não encontra atirador... Então ele cai de joelhos chorando e o sangue de seus pais cobre todo o chão, a sensação de medo e perda é grande e toma a mente dele enquanto dormia, até que Scott acorda desesperado. Seu corpo estava todo molhado e sua respiração estava ofegante, havia muita raiva dentro dele, raiva pelo assassinato de seus pais, raiva por ele não ter conseguido defendê-los, raiva por ter medo de ainda ser fraco.
Então ele pega o seu celular e vê uma mensagem de Margot que dizia - amor, tem como você vir na universidade hoje às onze horas? - então Scott responde - claro que sim - Scott coloca seu celular de lado e se senta na cama, ele apoia seus braços em suas pernas e coloca a mão sobre sua cabeça, ele tenta esfriar a cabeça, olha para seus braços e vê algumas cicatrizes e marcas de corte por facas da época em que ele lutava para entreter os mercenários, traficantes e contrabandista de Denvers. Scott se levanta, é possível ver em seu abdômen outras cicatrizes da mesma época, ele coloca uma blusa, um sapato e sai com seu celular e seu fone de ouvido, os termômetros de Denvers marcavam dez graus celsius, numa manhã de quarta-feira, ele abre a porta da pensão em que moravam ele e sua tia e sai para fora.
A Universidade de Ciências Aplicadas de Denvers ficava próximo ao centro mas para evitar passar pelos condomínios onde os ricos usufruiram das muitas riquezas que acumulavam nas costas dos pobres, Scott ia para a universidade sentido litoral e passava por dentro do porto onde ficavam as docas e o pier onde os navios atracavam. Antes de ser assassinado na praça da cidade o pai de Scott trabalhava descarregando os navios de pesca e levando-as para as docas para então serem industrializadas por algumas empresas de condimentos. Cada doca pertencia a uma família, era mais ou menos um conjunto de cinco docas, a primeira pertencia a família Matarazzi que era uma família italiana antiga e rica, os Matarazzi chegaram em Denvers ao fim do século XVIII inicialmente como mercadores de queijo e vinho mas logo passaram a comandar o tráfico ilegal de escravos em toda a costa da América, depois vinha a doca da família Braun, uma família nobre de origem alemã que desembarcou em Denvers afim de expandir seus domínios, acontece que o Kaiser alemão tirou deles o título de nobreza alemã após Albert Braun dormir com a sobrinha do Kaiser alemão, eles foram completamente descreditados em muitos países restando apenas uma pequena doca numa cidade não muito conceituada mundo à fora, e então vem as duas docas da família Chang, que veio para Denvers na segunda metade do século XII direto de Hong-Kong, os Chang possuem as partes mais privilegiadas das docas e seu nome é muito creditado em Denvers, dizem que eles possuem o maior negócio com contrabando de papoula da Nova América, e por último vem a doca da família Van Ginkel, que são uma família de holandeses que vieram para Denvers no início do século XIX e tomam conta da menor doca do porto.
Existia mais uma família tradicional na cidade de Denvers, a família Makarov. Pouco se sabe sobre eles, alguns diziam que eles eram piratas, tudo o que se sabe é que no passado eles faziam parte da cúpula das cinco famílias fundadoras, ao que se sabe sobre eles, eles sumiram do mapa, por algum motivo eles foram em bora de Denvers.
Scott estava próximo a sair do porto quando se escutou um estrondo, Scott olha para trás e vê uma nuvem de fumaça e fogo, uma das doca havia explodido, era a doca da família Van Ginkel. No mesmo instante Scott corre contra a multidão de trabalhadores que fugiam dali, ele para em frente as chamas, ainda dá pra escutar o grito dos trabalhadores queimando lá dentro, o som é perturbador, gritos incessantes, a visão de um galpão inteiro ardendo em chamas lembra um próprio vislumbre do Inferno. Alguns homem saiam correndo de dentro da doca pegando fogo, seus colegas de trabalho tentavam socorrê-los, alguns homem até pulavam no mar, outros imploravam - Pelo amor de Deus me matem, acabem com essa dor insuportável - suas peles eram consumidas pelas chamas. Scott tenta achar uma maneira de entrar lá dentro, mas o fogo é muito denso, então ele escuta um choro de uma criança, no mesmo momento passa a procurar e acha uma pequena garotinha no meio da histeria, então ele se aproxima, vê algumas queimaduras e na tentativa de acalmá-la ele pergunta - onde estão seus pais? - a pequena menina com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto levanta lentamente o braço e aponta para o galpão em chamas, ao ver esta cena Scott abraça a jovem enquanto olha para o fogo que consome rapidamente a doca. Então ouve-se o som de uma sirene e Scott vê duas ambulâncias e um caminhão do corpo de bombeiros chegando no local para tentar controlar a situação. Rapidamente os bombeiros ligam suas mangueiras e tentam controlar o incêndio, enquanto isso os enfermeiros tratam de acalmar e cuidar dos feridos. Scott pega a menina e leva para uma das ambulâncias, chegando lá ele chama uma enfermeira - ei por favor - a enfermeira rapidamente começa a socorrer e acalmar a menina que tossia e chovara muito.
- Então, você trabalha aqui nas docas? - diz a enfermeira enquanto faz um curativo nas queimaduras da garotinha - não, apenas estava passando - responde Scott - e essa menina? - pergunta a enfermeira - eu não a conheço, apenas a encontrei no meio dessa loucura - ele justifica - então onde estão seus pais pequena? - questiona a enfermeira, e a jovem mais uma vez aponta para as chamas e a enfermeira olha fixamente nos olhos dela e diz - pobre menina, não se preocupe vou te ajudar - então a enfermeira se levanta e Scott a cumprimenta dizendo - muito obrigada e um ótimo trabalho, agora preciso ir! - e a enfermeira diz - espera um pouco, já ia me esquecendo, preciso que você assine esta ocorrência declarando que achou essa pobre menina - então ela puxou uma prancheta e Scott a assinou - muito bem, agora você está liberado, senhor... - diz a enfermeira com tom de curiosidade - Scott Green, mas pode me chamar apenas de Scott - reponde Scott - é um prazer Scott, eu sou Elizabeth mas meus amigos me chamam de Beth - falou a enfermeira com um sorriso no rosto - quer dizer que somos amigos? - questiona Scott - não sei, me diz você, senhor Scott - flerta a enfermeira que escuta um pedido de socorro próximo à doca, então ela pega seu kit de primeiros socorros e se despede dizendo - até mais Scott Green, espero vê-lo novamente por aí - e ela sai, Scott sorri e lembra de seu compromisso com Margot, ele rapidamente sai dali e vai para a Universidade de Ciências Aplicadas de Denvers.
Chegando lá ele se depara a um grande prédio que parecia ser feito de vidro e um jardim imenso. Ele entra no prédio, e vai para a recepção, tem dois guardas na recepção e outros dez ou doze guardas espalhados pelo Hall de recepção, Scott fica imaginando qual a necessidade de tantos guardas, ele se dirige a secretaria da recepção e a secretária lhe diz - Bom dia, em que podemos ajudar? - e Scott responde - Eu vim ver minha namorada, o nome dela é Margot Gaillard, ela é aluna aqui - então a moça diz - vou comunicar a senhorita Gaillard, o senhor pode aguardar sentado por favor - então Scott se senta e espera, até que Margot aparece quando a porta do elevador se abre, ela sai do elevador e vai na direção de Scott. Margot era bastante branca, tinha as bochechas rosadas e a boca vermelha, olhos castanhos e cabelo preto que costumava amarrar quando estava na Universidade, ela usa óculos e estava com uma blusa quadriculada das cores vermelho e preto, usa calça preta e sapatos brancos, ela olha pra Scott e diz, você está cinco minutos atrasado mocinho, e ele se levanta dizendo - na verdade eu cheguei no horário, você que demorou cinco minutos para descer aqui - então eles se abraçam e se beijam, e Scott pergunta - então, o que exatamente eu estou fazendo aqui? - você está aqui porque eu quero te mostrar o mais novo projeto em que eu estou trabalhando - e eles se dirigem para a recepção - com licença, eu preciso de uma identificação de acesso para o meu namorado - e então eles entregam uma identificação com os dados de Scott e eles saem dali entrando no elevador, e então Scott pergunta pra Margot - como eles conseguiram meus dados pessoais? - e Margot sorrindo responde - bom é simples eu passei pra eles - e Scott faz uma expressão de desprezo e conclui - eu nunca deveria ter te mostrado meus dados pessoais. Então o elevador para no vigésimo segundo andar, e Margot diz - esse andar trabalha com polímeros especiais - Scott fica vislumbrado com um laboratório totalmente tecnológico, muitos computadores e componentes químicos, e algumas máquinas para testes, era algo impressionante para Scott, então Margot puxa Scott e mostra em seu computador sua pesquisa - minha pesquisa lida com um tecido especial que é resistente ao fogo, suporta temperaturas baixíssimas, é a prova de balas e não pode ser rasgado ou cortado, em teoria esse tecido é básicamente indestrutível, imagine nossas forças de segurança como polícia, bombeiros e até mesmo médicos e cientistas com trages feitos desse material, seriam infalíveis - E Scott acrescenta - Isto é realmente incrível! - e com tristeza Margot acrescenta - é uma pena que estamos longe de um progresso, quando nosso instrutor nos passou esta pesquisa ele estava fechando um acordo com a CERNE Labs para um financiamento mas o acordo não deu muito certo e não vamos conseguir fazer um protótipo para testes, por enquanto nossa pesquisa é apenas teoria - então Scott a conforta dizendo - você é um gênio e eu estou muito orgulhoso de você, termine sua pesquisa e mostre para seu instrutor, tenho certeza de que vocês vão conseguir o financiamento - e Margot sorri e o abraça dizendo - eu te amo - então eles se beijam e Margot diz - que tal a gente ir comer alguma coisa, estou morta de fome - então Scott sorri e diz - tudo bem vamos comer - e eles descem os elevadores, chegando ao salão principal onde ficava a recepção, eles vão em direção à saída - abriu um restaurante novo Scott, não é muito longe daqui, que tal a gente dar uma passada lá? - disse Margot - restaurante novo? Porque não? - e eles saem para a rua.
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O Vigilante (Em Andamento)
ActionO livro contará a história de Scott Green, um jovem que está cansado da injustiça na cidade de Denvers, que é controlada pelo crime organizado. Em Denvers existem cinco famílias que controlam o crime organizado, os Matarazzi, os Ginkel, os Braun, os...