2- Eu marquei meu ômega

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✿⊹⊱ JJK ⊰⊹✿

-Jeon, me leve até a porta.

Sabe aquele momento em que você não conhece nada ao seu redor e passa a fazer tudo no automático? Foi isso o que aconteceu comigo a tarde toda.

Enquanto minha mãe e Jimin engatavam em uma animada conversa, eu ativei meu modo planta ao lado deles na sala, sem ao menos dizer uma palavra. Literalmente em choque.

Não é que eu não quisesse me socializar com eles, mas minha cabeça estava em uma confusão tremenda e tudo piorou quando minha mãe pediu o nosso álbum de casamento torcendo para que saísse bonita em alguma foto e que meu pai não demonstrasse uma careta de propósito na imagem.

Eu já tinha descartado e hipótese que de minha progenitora e Jimin tinham se juntado para me trollar a alguns minutos atrás. Eles nunca se deram bem de verdade, já que na cabeça da mulher o loiro era o responsável por eu ter saído debaixo das suas asas e ter vindo parar na grande Seul.

Nos dois éramos amigos a muito tempo, não digo de infância, mas sim, de fila do pão. Literalmente. Jimin era cunhado da filhas dos donos da padaria em que minha mãe me obrigava a comprar os pães todos os dias, e em um desses dias ele estava no lugar da cunhada pois essa estava gripada e seus pais lhe proibiram se sequer passar por perto das comidas na vitrine do balcão.

Assim, mesmo que não tendo que substituir a garota, ele ia à padaria para conversamos enquanto os pães não assavam. Nos tornamos amigos mesmo que brigássemos todos os dias e voltássemos a nos falar poucos minutos depois, e anos à frente o mais velho precisou se mudar e como sabia que meu sonho era sair de Busan, me chamou para morar consigo, e logicamente eu aceitei. Por isso o ranço da minha mãe com o baixinho, já que para ela o seu caçula sair de casa tão cedo era inaceitável.

Então só restava a opção que eu estava sonhando, ou tendo um pesadelo bem realista.

Eu rezava para todos os Deuses possíveis para que me acordassem daquele maldito sonho, mas acho que minha cota de pecados estava realmente alta pois assim que voltei meu olhar para os tagarelas ao meu lado percebi um grande livro enquanto sorriam abobados.

Descartei a ideia de sonho também quando senti uma baita queimação no meu ombro esquerdo. Consequência de um tapa dado por minha mãe que me encarava com uma raiva até que palpável.

-O que é?! —Esbravejo massageando o local em que foi desferido o tapa.

-Eu pedi que me levasse até a porta, insolente! —Como? Minha mãe acabou de me ofender? O que aconteceu aqui?!

-Eu achei que estava entretida no álbum. —Apontei com o queixo, paralisando na imagem de um Jimin sorridente olhando para uma fotografia. Seus cabelos lisos e bem penteados caiam sobre a testa, terminando a tarefa de fazer com que seus olhinhos sumissem.

A última vez que vi o hyung rindo assim foi quando eu escorreguei em uma pedra de sabão  e cai de cara no cesto de roupa suja. É o que acontece quando se lava roupa de madrugada morrendo de sono.

Levei a minha mãe até a porta, e esperei um abraço esmagador ou até mesmo uns bons beijos babados na bochecha mas ela apenas disse que honrasse a minha classe de alfa e cuidasse de Jimin direito porque ele era a única coisa boa que eu trouxe para a família após anos.

Eu não sou um Alfa! - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora