0.9: Vingança dupla

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No dia seguinte, Taeyong chegou atrasado. Explicou o motivo para o professor, depois, foi para o seu lugar. Ao vê-lo, Sicheng lhe entregou um papel embrulhado, bem decorado e de cor dourada.

— O que é isso? – perguntou, curioso.

— Yuta pediu para eu te entregar, é o convite do aniversário dele e ele nos convidou – o chinês respondeu.

Taeyong assentiu, guardando o convite na bolsa e tirando os materiais. Era aula de inglês, e o coreano amava aquela matéria. Em certo momento, viu Jaehyun o encarar, seu olhar carregava ódio, mas ele pouco se importou com isso. Irado com aquilo, pôs em prática o plano, que mais era uma vingança.

Tirou o celular do bolso, e enviou uma mensagem para Minhyuk, que a leu no mesmo segundo. Depois de dois minutos digitando, o Lee procurou pela sala por algumas pessoas. Jaehyun riu disfarçadamente, fingindo prestar atenção na aula. Mordeu os lábios, levantando e indo jogar um papel na lixeira. Ao passar pela cadeira do Lee, deixou um bilhete em sua mesa, depois voltou para seu lugar. Taeyong pegou o bilhete e o leu.

''E então Yong, o que acha de falarmos sobre o jantar de ontem? Eu acho uma ótima ideia, aliás, tenho uma coisa para te mostrar, espero que não fique bravo comigo."

— O quê? – olhou para Jaehyun, que o fitava com um sorriso maldoso.

Com raiva, pediu ao professor para ir ao banheiro, dizendo estar passando mal. Ele permitiu, e Taeyong apressadamente saiu da sala. Chegando lá, foi até a pia e lavou o rosto, pensando em fugir dali naquele momento. Desligou a torneira e secou as mãos, já se preparando para sair. Outra pessoa entrou, mas estava tão aéreo que nem ao menos quis saber quem era.

— O professor me pediu para vim ver se você estava bem – Jaehyun falou, ficando de frente ao espelho, admirando o próprio reflexo.

— Sim, eu estou bem – Taeyong respondeu seco, pronto para sair dali.

— Espere – o outro o impediu, segurando seu braço — Não quer ver o que quero te mostrar?

Taeyong o encarou por alguns segundos, e assentiu. O maior procurou por uma foto na galeria, e a mostrou para o outro garoto. Ele logo reconheceu, era um fragmento do seu diário, escrito:

"Hoje, eu fiquei o observando na aula de química. Estava tão lindo, ouvi um de seus melhores amigos dizer que ele vai mudar a cor do cabelo — do castanho para o ruivo — na sexta — feira. Apesar de achar Minhyuk mais lindo e atraente com o castanho, penso que ficaria mais ainda com a cor vermelha, e também eu amo essa cor. Será se eu mudasse a cor do meu, ele iria achar legal e viria falar comigo?"

— O que você fez com isso? – perguntou, com medo da resposta.

— Digamos que mandei para o Minhyuk, mas não se preocupe, ele não sabe que foi você que escreveu — o Jung respondeu, como se não fosse nada demais.

— E por que você fez isso, seu idiota? – Taeyong já ia levantar a mão para bater em seu rosto, mas Jaehyun a segurou.

— Exatamente por isso, porque você me deu um tapa – respondeu de uma forma tão grossa, que chegou a assustar o menor — Mas vá em frente, dê outro se tiver coragem.

Taeyong apenas se afastou, o olhando com uma raiva misturada de medo, e apenas saiu do banheiro, deixando Jaehyun arrependido do que fez. Não era sua intenção deixá-lo com medo, mas foi o que conseguiu.

Já o outro, só conseguia pensar em como fazer Jaehyun pagar por aquilo. Lembrou que naquele dia tinha treino, e teve uma ideia genial, era arriscada, mas era boa.

— Hoje você também vai me pagar, comigo também não se brinca – falou a si mesmo, enquanto voltava para a sala de aula.

— Tae, está melhor? – Sicheng perguntou, assim que o coreano voltou.

— Estou sim, foi apenas um mal estar, mas já passou – respondeu, e voltou – ou tentou –, prestar atenção na aula.

Não demorou muito para que Jaehyun voltasse para a sala. O garoto voltou para o seu lugar, comentando alguma coisa com Minhyuk. Percebeu que a maneira como falou com Taeyong tinha-o machucado e o devia desculpas, mas ele era orgulhoso demais para isso.

...

Era hora de ir para casa, e todos os alunos iam embora, menos dois deles.

— Taeyong, por qual razão você quer ficar aqui? – Sicheng perguntou emburrado — Não me diga que quer assistir ao treino de novo...

— Não, não é isso. Vamos esperar acabar, e aí eu vou entrar lá e você vai ficar me esperando aqui – Taeyong explicou — Se alguém aparecer, se enconde, senão vão desconfiar de mim.

— Tudo bem, mas vai rápido, não quero me meter em mais problemas.

Ficaram esperando por uma hora, que era o tempo que os treinos duravam. Ao ver que já tinha acabado, Taeyong se certificou se não tinha mais ninguém. Com a confirmação, foi até o melhor amigo, que estava sentado no banco.

— A área está limpa, eu vou lá agora, juro que não demoro – falou, lhe entregando a bolsa.

— Vá com cuidado! – o chinês gritou, mas Taeyong já tinha ido — Espero que dê certo, aliás, ele nem me disse o que ia fazer.

O Lee foi pela passagem secreta que Jaehyun o mostrou, já que era muito arriscado ir pela quadra. Deixou o celular no silencioso, caso alguém ligasse, não iria tocar. Entrou no vestiário, e viu que todos os garotos estavam no banho.

— Tenho que ser rápido...

Foi até o armário de Jaehyun, e cuidadosamente, o abriu. Viu suas roupas ali, pegou-as e fechou o armário. Colocou em uma sacola, e a escondeu debaixo do armário da pia. Feito o que planejou, saiu do vestiário e voltou pelo esconderijo. Correu até onde Sicheng estava, este que suspirou aliviado ao vê-lo.

— Como foi? – o loiro perguntou, enquanto corriam para fora da escola.

— Eu conto melhor quando estivermos lá fora, alguém pode nos ver aqui – respondeu, sem parar um segundo sequer de correr.

Já do lado de fora, os garotos pararam para descansar. Ofegantes, retomaram o caminho de casa, ainda era arriscado alguém vê-los ali. Taeyong contou a Sicheng o que Jaehyun fez, e aproveitou para contar do jantar da noite passada.

— Sério? Que cara idiota, o errado foi ele que te beijou a força, e onde está seu diário?

A pergunta de Sicheng fez Taeyong lembrar que, no momento da raiva, acabou que nem lembrou de levar o caderno consigo.

— Eu estava com tanta raiva que simplesmente saí de lá, acabei esquecendo... – o Lee falou, arrependido — Eu sou um idiota, pode dizer.

— Ei, não diga isso – Sicheng o parou na esquina, o abraçando logo em seguida — Você não é um idiota, se fosse eu no seu lugar teria feito a mesma coisa, na verdade eu teria feito pior. Vamos achar um jeito de recuperá-lo, certo?

— Certo, obrigado Cheng, por ser meu melhor amigo e nunca me abandonar, eu te amo muito!

Se despediram, e cada um foi para suas casas. Mesmo diante de todas essas conturbações, sei que nunca estarei sozinho, Taeyong pensava no caminho, agradecido pelo melhor amigo e a família que tinha.

Secret Love - JaeYong (Volume 1) - ReediçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora