O relógio do celular devia estar com algum problema, era a terceira vez que pegava o aparelho para ver as horas e ele continuava marcando 16:48. Ela já tinha lavado toda a louça, limpado a cozinha, pendurado as roupas que tirou da lavadora, lido quatro capítulos de Psicologia da Inteligência (apesar de não conseguir dizer o que acabou de ler neles), e mesmo assim as 17h não chegavam.De qualquer forma ela se recusava a começar a se arrumar para ir ver o Ernani antes desse horário. Ela tinha muito o que fazer além de ficar na frente do espelho pensando qual seria a roupa ideal para uma ocasião como aquela. Aquilo era tão casual, tipo "venha aqui em casa para fazermos alguma coisa". Ela não tinha que dar muita atenção a isso, nem pensar nisso. Tinha que ser algo como "ah, já está quase na hora, vou tomar um banho".
Era assim que ela achava que deveria ser, e tinha se programado toda com intenção de se sentir assim. Mas pra ela isso não tinha nada de trivial. Ela nunca tinha aceitado ir na casa de um cara que não fosse seu namorado nem para dar uns beijos. E agora estava ali, desde cedo ansiosa para que o tempo passasse depressa e chegasse logo a hora de ir naquele loft.
Quando chegou no prédio dele olhou as horas, eram 18:18. De repente esse relógio maluco resolveu acelerar as horas e fazê-la chegar atrasada.
Enquanto esperava o porteiro falar com Ernani para autorizar sua entrada ela olhou para a saia do vestido de malha cinza que estava usando, com a jaqueta jeans amarrada na cintura e os tênis. Sentiu um leve arrependimento por não ter colocado um anabela, lembrando da sensação de se sentir tão pequena perto de um homem tão alto.
— Pode subir senhorita, o senhor Ernani mora no 15° andar, apartamento 151.
Ela agradeceu e seguiu para o elevador, sentindo um leve frio na barriga.
Mal tocou a campainha e ele já estava ali abrindo a porta. Puxou-a para dentro do apartamento, sem nem ao menos responder ao "oi" que ela tinha dado. Encostando Vick contra a parede a beijou com toda a vontade incontida por semanas. Sem desgrudar de sua boca fechou e chaveou a porta do loft.
As mãos dele ainda estavam no pescoço dela e ela já podia sentir todo seu corpo reagindo a ele. Ernani estava apenas de calça de moletom, expondo o abdômen perfeitamente esculpido.
Enquanto a beijava ele desamarrou a jaqueta da cintura de Vick, que caiu próxima a pequena bolsa que ela havia soltado no chão. Ele deslizou a mão por baixo da saia dela, deixando-a cada vez mais excitada. Ela queria mais, queria ser devastada por ele de todas as formas possíveis. Ele desceu um dos ombros de seu vestido junto com a alça do sutiã, expondo o seio que desejava ser tocado com urgência.
Como se ele pudesse ouvir o que ela pensava seus lábios abandonaram os dela para sentir o sabor de todo o seu corpo. Com a língua provou os mamilos entumecidos, sugando-os delicadamente. Tirou a calcinha dela se ajoelhando no chão. Tirou os tênis que ela usava e beijou seus pés. Seus lábios foram subindo por cada centímetro de sua perna até se concentrarem próximos a virilha.
Toda aquela tortura era tão excitante que ela achou que iria gozar sem nem ao menos ser tocada em seu ponto de prazer. Até que a língua dele chegou onde ela mais desejava, e com grande habilidade a fez delirar em um orgasmo alucinante.
Ela estava com uma das pernas apoiada no ombro dele, e tinha certeza que era ele quem a mantinha em pé. Seu corpo estava tão amortecido que se ele saísse dali ela estaria no chão. Mas de repente ele estava de pé, novamente com o rosto colado ao dela, dando um suave beijo em seu pescoço e dizendo:
—Oi — como se estivesse apenas respondendo ao cumprimento que ela tinha dado quando chegou, num momento que parecia uma vida antes.
Ele a olhou de forma tão amável que ela sorriu em resposta, ajeitando discretamente o vestido e se sentindo recomposta, mesmo sem ter encontrado sua calcinha.
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Sem Intenção
RomanceEle não tinha intenção de seduzi-la. Ela não tinha intenção de ir pra cama com ele. Mas nem sempre a razão é capaz de predominar o que se sente. Vick conheceu Ernani em uma festa de aniversário. O cara, tio do aniversariante, tinha o dobro de sua i...