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Segunda-feira 06:30 AM

Frank: :(

Frank esperava a resposta de Gerard e se lamentava pela decisão de mandar tudo aquilo para ele. Mas ele precisava saber aquilo, a beleza que tinha. Ele provavelmente não sabia o quão era magnífico.

Não eram apenas palavras.

Na escola, Gerard parecia normal. Como de costume sentou na mesa no fim da cantina, sozinho e com um livro. Frank observava todos os dias, numa mesa não tão longe da dele. Ele tinha uma xícara amarela que levava para tomar café e sempre a limpava cuidadosamente com guardanapo.

Iero pensava tanto nele que não prestava atenção em si mesmo ou nos outros.

Frank era considerado um delinquente juvenil. Roupas pretas rasgadas, olhar ameaçador, tatuagens e piercings. Seus amigos não eram muito diferentes. Joan era vocalista de uma banda punk femenina e se metia em confusões para chamar a atenção dos pais. E Robert, mais conhecido como caixinhos dourados, adorava roubar os ricos burgueses da escola.

"A festa de ontem foi chata e fedida" comentou a menina, passando a mão insistentemente no cabelo, parecia estar arrumando, mas na verdade sentia que estava com caspa "Um cara tentou me agarrar e, eca".

Robert riu e comeu sua batata frita, incrivelmente comprado com o dinheiro dele mesmo.

Gerard derrubou a batata frita que iria pôr na boca. Frank deu uma risadinha. Ele tinha esse costume de derrubar batatas.

Só queria saber o que estava lendo, para pelo menos ter um assunto para recomeçar sua conversa com ele. No seu blog nunca encontrou algo que ele leu. Frank sabe que Gerard gosta de detalhes e amor.

"Enfim" Joan proclamou "Frank é um livro aberto quando olha para aquele menino" riu e Robert concordou, limpando a boca.

"Amigo" Robert finalmente disse algo, e pôs as mãos em seus ombros "Supere essa".

"Ei!" um menino loiro e bombado se aproximou da mesa, aparentemente muito brabo "Essa camisa é minha, cara!".

Ele praticamente rosnava, e os três já sabiam o que acontecia. Aquele menino era bem popular, aliás, e aquela camisa era de grife. Robert olhou para ele com olhos entediados.

"Que?" soltou, logo bebendo seu café, despreocupado.

"Seu punk de merda, é a minha camisa" falou, já o puxando pela gola. O outro riu, notando uma espinha em sua testa. O menino desferiu um soco diretamente em sua boca, fazendo-o cair no chão.

Joan de boca aberta e Frank também. Naquele momento os olhares eram para a mesa deles. Inclusive o olhar de Gerard. Frank deu poucas olhadas, mas já imaginava o que passava em sua mente.

O sangue, o refeitório mal iluminado, uma pessoa fora do controle, o passarinho olhando pela janela e o desespero das merendeiras ao procurar pelo diretor.

Frank: seus olhos brilham ao ver uma cena de espancamento, está tudo bem?

Gerard não respondeu, mas sorriu.


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