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Novamente, Frank ficou sem resposta. Mas depois aquele texto, teve certeza que Gerard também sentia algo. E aprendeu algo a mais: Gerard era mais solitário do que parecia. Em casa, provavelmente, também não havia diálogo.

Queria fazer algo por ele, e faria o quanto antes.

Acordou na manhã de quinta, colocou suas estranhas roupas, fez a higiene e emprestou a caminhonete do pai. Nem mesmo tomou café. Foi a cidade vizinha, pois na deles não havia o que procurava. Ouvindo Chuck Berry, num volume médio, mais para alto, batucou os dedos no volante empoeirado. Os bancos de couro eram mais confortáveis, em sua opinião. Assim, a viagem foi tranquila.

As ruas estavam vazias, todos em casa e nos bares, assistindo o jogo que passava. Mas as lojas continuavam abertas, alguém precisava fazer dinheiro. A loja que Frank iria para comprar o presente de Gerard estava quase fechando quando chegou.

"Não feche agora, por favor!" gritou para a mulher ruiva de meia idade, a qual fechava as portas do negócio. Ela entortou a boca em desaprovação, mas concordou com a cabeça e esperou Frank estacionar o carro.

"Obrigado" ele disse quando se aproximou, dando-lhe um abraço. Meninos do campo são assim.

"Tudo bem" sorriu e reabriu a loja "Do que você precisa?"

"Você tem animaiszinhos para doação?" perguntou, espiando para dentro da loja. Observou que havia gaiolas, brinquedos, e várias outras coisas.

"Apenas um" respondeu, já andando em direção à uma caixa no chão.

Na caixa havia um lindo gatinho dormindo, com a barriga para cima e mãos ao alto. Do lado da caixa havia uma plaquinha com o nome 'Mitchell' escrito.

"Ele foi abandonado pela dona na esquina aqui da rua" contou com olhos tristes, mas logo se abaixou para fazer-lhe carinho.

"Eu levo" Frank sorriu ao dizer "Aliás tem um lacinho? É para presente".

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