Paris

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Eu ando com um pressentimento de estar em Paris. Um pressentimento de viajar. De liberdade. De estar apaixonada. Por incrível que pareça, eu já estou me apaixonando. Não por você. Por suas manias.

Sei jeito de usar a alça da mochila dos dois lados. O jeito bobo e sarcástico. O relógio sempre apitando a cada uma e uma hora. A certa agonia de bater o pé no chão. A risada fraca e lenta. O andar esquisito e torto. Os óculos sempre a vista. As suas pequenas coisas. As suas pequenas coisas são como gotas de chuva.

Sim, meu querido, eu já reparei tudo em você, sem ao menos te conhecer.

Mas ainda por cima. Estou em Paris. Escrevendo cartas e textos românticos e grosseiros; pintando desenhos da Alice; anotando tudo o que vier a mente, mesmo que não seja delicado; tentando expressar e entender meus reais sentimentos e delírios.

Isso não é fofo? Posso até está jogando os seus joguinhos e pulando pontes, só que estou segura consigo mesma.

Estou liberta das virtudes e verdades, pouco me lixando para a sua próxima frase, você poderia falar menos? Gosto de seus lábios quietos.

O orgulho até que é belo, seria proposital se eu lhe pertubasse também no meio da noite? Bonito né?

Agora eu ando sozinha nas ruas, procurando alguém com o andar torto e frouxo. Penso em todas as suas piadas sem graça e corro para labirintos que nem eu mesma me encaixo. Eu simplesmente me sinto em Paris.

Eu não me apaixonei pelo o seu belo rosto ou braços fortes, mas pela a sua bela alma, suas pequeninas manias e bobeiras. Entendeu?

Eu, você e minhas pílulasOnde histórias criam vida. Descubra agora