A chuva está em minhas veias

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De volta a tudo aquilo que obtivemos: o seu sorriso estranho, a sua boca machucada, os grandes olhos escuros me encarando, as mãos firmes e macias. E até hoje, nem nos meus sonhos, nem na TV, nem no carro, nem na cama, nem no sofá - eu consigo te fazer de passado.

Os três tempos: o presente, o passado e o futuro - todos me assombram agora. Eu vivo todos os dias como se fossem consequências dos meus atos passados. Eu penso no amanhã como se fosse mágico e adormeço criando teorias de você.

Os trovões, o furacão, a chuva - eram baseados em tudo o que sentia quando eu via você. A chuva principalmente, porque ela sempre acabava chorando quando nós conversávamos. De tanto você me ignorar e sorrir para mim, eu e a chuva nos tornamos amigas.

Só que agora, nesta noite, eu percebo que o seu amor não me fazia bem, acho que era só uma ilusão minha, uma estranheza familiar em meu peito. Mas mesmo assim obrigada, porque se não fosse por você eu não teria ganhado uma nova amiga - a chuva.

PS: A chuva está em minhas veias.

Eu, você e minhas pílulasOnde histórias criam vida. Descubra agora