The Nightmare

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– Nós precisamos sair daqui! – gritava alguém, de voz irreconhecível, que parecia próximo.

 Ele estava deitado. Keith estava deitado e, por alguma razão, se sentia pequeno demais para fazer algo. Não fraco, mas apenas pequeno. Ele via, meio embaçado, o rosto de sua mãe, Krolia. Ela parecia confusa, mas ainda sim desesperada.

E então estava claro porque Keith se sentia pequeno.

 Krolia o pegou no colo, como um pequeno garoto, e correu para sair do quarto. Também era claro agora porque do desespero de Krolia e porque segurava Keith tão firmemente em seus braços. Eles estavam dentro de uma casa, um pouco estranha, mas sentia que já esteve por alí; a casa estava a pegar fogo na região de cima. Enquanto Krolia corria, uma figura masculina corria junto a mesma parecendo conferir a segurança dela. Então desceram as escadas da casa e avistaram a porta principal.
 Krolia correu protegendo Keith em seu colo, abriu a porta da frente e saiu a espera do homem ainda dentro de casa.

– Venha! – gritou Krolia para ele.

 Ele correu para a porta, mas uma madeira flamejante caiu e o acertou em cheio, o perdendo de vista.

– NÃO! – gritou Krolia e logo tentou correr em direção a casa, mas foi impedida por alguns moradores. Ela chorava e algumas lágrimas que escorriam caiam pelo rosto de Keith que apenas olhava para sua mãe, neutro, sem entender nem um pouco a situação. Então Krolia o abraçou com todo o aconchego que poderia e chorou um pouco olhando o rosto de seu amado filho.

 Ela começou a cantar baixinho, calmamente, mas ainda com lágrimas rolando.

 Sua voz acalmava Keith e parecia nostálgico. Ao redor deles haviam apenas vizinhos assustados e algumas pessoas tentando apagar o fogo da casa. Logo Keith parecia agitado, tentando se manter acordado.

– N-não... não quero dormir. Por favor, não... m-mamãe, por favor, não... – ele parecia pensar, pois as palavras não saiam da sua boca, apenas murmúrios de choro. Krolia o abraçava mais forte, continuando a cantar, a fazê-lo dormir.

 Ele se acalmava, se sentindo sonolento mesmo que fizesse de tudo. E então seus olhos fecharam e Keith apenas ouviu um sussurro que sua mãe soltou.

– Eu te amo, Keith...

(*.*)

 Keith acordou assustado, sentando-se rapidamente na cama onde estava deitado. Sua respiração estava ofegante e seu rosto pingava suor. Ele sentia a adrenalina ir embora de seu corpo. Keith sentiu alguém por a mão em seu peito, o fazendo deitar novamente na cama.

– Se sente melhor? – Lance o perguntou, sentando-se ao lado de Keith, na cama.

 Keith olhou ao redor e viu que sua cama era ao lado de uma janela de vidro, decorada com luzes ''bonitas'' e flores coloridas. Ele se sentiu confortável. Estava claro lá fora, como se fosse ainda duas da tarde.

– Como assim ''melhor''? Não é como se eu estivesse doente. – revirou os olhos, apenas se colocando no lugar.

Lance riu.

– Olha quem está de volta – ele riu e passou suas mãos pelas de Keith, apenas de costume, mas Keith arregalou seus olhos estranhando suas atitudes. Ele afastou suas mãos.

– Estou... bem – ele sorriu torto. – O que houve?

– Bem, enquanto eu te trazia para te ajudar você simplesmente caiu nas minhas costas desmaiado. Além de ter sujado nossas roupas de sangue, caiu de cara no chão quando chegamos – Lance ria alto enquanto via a reação de Keith diante da situação. Ele tentou recuperar o folego e continuar – Enfiiim, eles conseguiram estancar o sangue antes que o anêmico aqui morresse. – ele olhou para o lado, debochando. Keith segurou as mãos de Lance e se aproximou.

Maybe Once Time - KlanceOnde histórias criam vida. Descubra agora