One Paradise, One More Fear

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Ainda naquela madrugada, Lance e Keith deitaram-se juntos na cama para terem uma boa noite de sono. Keith ainda estava meio quieto e, claro, Lance estava preocupado. Ele pensava muito sobre o que Keith poderia estar sentindo ou pensando também, mas ele via que não o conhecia. Diferente de Lance, Keith era bem quieto e calado, era bem obvio o motivo disso já que Lance puxava o assunto para ele, mas não estava sendo egoísta de qualquer forma. Era o jeito dele e não era culpa dele Keith não falar muito ou, se bobear, não falar nada.

Ele sentia que precisava concertar algo ou falar algo, mas se sentia muito nervoso. O que fazer? O que falar? Como reagir? Ele estava tão nervoso, ansioso, diria que era a primeira vez que se sentia assim já que com todos era a mesma coisa sempre e Keith era diferente. Rabugento, esquentado, pavio curto, seco – ao menos tentava – e grosso.

Diferente, hum?

Ele era diferente, não Lance. Lance não precisava ser diferente, apenas pensar diferente. Mas pensar o que se nem sabia da situação em que estava?

Era difícil...

Mas estava destinado a ajudar Keith. Se não perguntasse, ele nunca falaria. Lance estava pronto. Ele realmente não entendia o motivo daquela ansiedade.

– K-Keith? – ''droga, isso foi falho'', pensava Lance. Keith permanecia quieto, virado para o outro lado. Teria dormido? – Keith, está acordado? – sem resposta – Sei que não se sente muito bem... se precisar de alguém, estou aqui. Pode contar comigo. – ele ainda não respondia. Lance perdia as esperanças. – Olha, realmente não te conheço, mas sei que tem algo errado e está me incomodando te ver assim. – Você deve estar tentando dormir, se já não caiu no sono. Boa noite...

Lance, de alguma forma, sentia que Keith só estava ignorando ele, mas tentou fazer o mesmo e ir dormir. E até que conseguiu.
Já Keith ficou quieto até perceber que Lance dormia. Keith virou para Lance e o olhou, passou sua mão pelo rosto de Lance para conferir se realmente estava a dormir e foi com todo o sucesso, Lance não mexeu um músculo sequer. Então Keith se permitiu o observar, mesmo sem saber porquê.
Keith estava tenso pelo que tinha acontecido com ele, de conhecer Lance, de ser ajudado pelo mesmo quando estava com problemas, ser acolhido pelo reino de Altea, ver as estrelas e as flores. Por Keith não voltaria para Daizabaal nunca, porém precisava. Já estava esquecido da guerra que seria causada caso não voltasse, mas agora sabia o motivo de nenhum de seus soldados terem voltado a Daizabaal.

Era obvio.

Keith teria que retornar logo, mas não sabia o que fazer e como explicar a Lance.

'' – Tenho que voltar para casa logo, preciso avisar a mamãe que Altea não é perigoso e que não guarda nossos soldados em calabouços para tortura-los''

Belo argumento, não?

Lance poderia acha-lo louco e Keith não tinha certeza que estava mesmo seguro. Ele precisava de mais. Passar pela vila mais próxima, talvez encontrasse algo. E faria isso quando amanhecesse e tinha certeza que não dormiria essa noite, estava um pouco nervoso. Mesmo que Lance fosse confiável, ele precisava continuar se protegendo.

Talvez não conseguisse esperar pela manhã.

Keith decidiu que levantaria e iria olhar o castelo, antes que amanhecesse. Talvez Lance nem percebesse nada e nem suspeitasse de seus motivos.

Perfeito!

Keith se virou para levantar da sua cama... quer dizer, da cama de Lance, mas Lance no mesmo momento se movimentou, então Keith ficou quieto na esperança que Lance não acordou. A respiração de Keith estava um pouco descompassada, tinha muito medo de ser impedido ou que descobrisse sobre o que fazia lá, em Altea. Na sua cabeça se passava muitos momentos que queria viver, como se fosse morrer. Ele não era treinado? Deveria estar pronto. Mas talvez fosse isso que sua mãe temia, seu medo e sua falta de coragem. Talvez ele não estivesse pronto pra isso ainda e sua mãe estivesse o avisando. Ela estaria tão brava caso falhasse?

Keith apertava seus olhos na esperança que daria tudo certo e então sentiu algo tocar nele, algo quente e o puxar. Era Lance que o puxava e o abraçava. Ele o apertou um pouco deixando Keith sem respirar por alguns instantes. Logo que Lance folgou um pouco e Keith respirou fundo, ofegante, como se tivesse voltado a vida.

(Ilustração)

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(Ilustração)

Keith sentiu uma raiva passar pelo seu sangue que fervia, mas, ao mesmo tempo, um alívio. Logo riu baixo de seu desespero. Keith pensou um pouco em como sairia dos braços de Lance, mas logo se confortou por um momento. Ele sentia como era quente aquele abraço e como lhe confortava. Ele se sentia bem...

Mas ele precisava fazer isso.

Algo o cobrava para que fizesse logo o que tinha que fazer. Com todo o cuidado do mundo, Keith tirou o braço de Lance de cima do seu corpo na esperança de sair de lá. Mas Lance o puxou novamente, o abraçando mais uma vez. Ele ouviu algo sendo sussurrado muito mais que baixo por Lance e então logo ouviu em seu ouvido quando foi pronunciado mais alto.

– Não me deixe aqui... sozinho... – Keith arregalou seus olhos, sentiu seu rosto queimar por um momento e seu corpo se confortar novamente.

Keith virou para Lance, com dificuldade, abraçou seu corpo da mesma forma que o fazia e sussurrou no mesmo tom.

– Você não está sozinho, Lance...

E então Lance abriu seus olhos. Keith congelou com medo que o visse sendo abraçado, mas não teria muita justificativa já que Lance o abraçou primeiro. O fitou por um momento, vendo seus olhos oceânicos e se perdendo neles. Diferente dos olhos de sua mãe, qual mais observava, os olhos de Lance o fazia se afogar, mas ele ainda respirava bem. Keith se sentiu perdido e vulnerável, mas logo Lance os fechou como se não tivesse visto nada. Então Keith saiu do transe qual se encontrava.

 Então Keith saiu do transe qual se encontrava

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O que era aquilo? Que sentimento era aquele?

Keith não entendia de forma alguma o que sentia, mas apenas se deixou levar mesmo que quisesse bater em Lance e correr do castelo. Ele estava com medo. Aquele sentimento fazia parte de um plano feito por Lance? Logo aquele que confiava? Era tudo tão... confuso.
Keith adormeceu sem perceber enquanto pensar naquele sentimento qual fazia seu coração acelerar, fazia seu rosto arder como se sentisse febril, arfar como se estivesse desprotegido.

Pobre, Keith. Estava em uma guerra, qual estava a perdendo para Lance e não percebia.

(*.*)

'' – Hoje é só isso, eles não fizeram muito. Mas quando crescerem entenderão quanto essas palavras valem, crianças.''

'' – Papai, o que significa tudo isso? Ele está doente?''

'' – Muito pelo contrário, ele está muito bem. Talvez agora ele se sinta um pouco mal, amanhã saberão porque.''levantou e colocou o livro encima da mesinha.

As crianças viram uma oportunidade de ler mais um pouco naquela noite.


Nota: Yo'hay! Podem dizer, esse capítulo não está muito bom quanto queria. Espero fazer mais dois capítulos melhores que esses. Mas enfim, espero que tenham gostado!

~KimSan

Maybe Once Time - KlanceOnde histórias criam vida. Descubra agora