QUERIDO, BRAD.

8

Brad C. James

- Olá - a boneca surgiu diante da mesa. Sorriu forçado e olhava para o bloco em mãos evitando meu olhar

- Oi, eu quero... - Greg começou a dizer do meu lado

- É falta de educação atender as pessoas sem olhar nos olhos delas. - cortei ele olhando para ela. Os cabelos escuros no rabo de cavalo, saindo do lugar. Ela é muito linda. A pintinha ao lado da boca sempre me chamando.

puta merda. Eu nunca tive obsessão por pintas, mas eu tenho pelas dela.

Caralho, muito linda.

Eu nem sabia que ela trabalhava aqui, essa é a verdade. Acontece que depois da briga estúpida de meu irmão Connor no qual Oliver e eu acabamos nos metendo, fomos para casa junto dos caras, pois se não fosse por eles aquela briga que eu nem sei como começou não teria acabado.

Greg e eu resolvemos comer na lanchonete da Frey, ou melhor, sair daquele clima estúpido que estava pois Connor não falava o motivo da briga. A lanchonete da Frey é perto do apartamento. Por acaso do destino estava fechada, então Greg deu a idéia de vir nessa que é a poucos minutos da universidade. Quando cheguei me deparei com... Stacy, acho que esse é o nome dela se não me engano. No segundo que a vi comecei a procurar a Boneca e a vi limpando o balcão.

Boneca tirou os fios revoltados do rosto e então me encarou tão seriamente deixando óbvio que não estava para brincadeiras.

- O que desejam? - perguntou ríspida

Abri um mínimo sorriso. Eu adoro isso.

- Eu quero um sanduíche, qualquer coisa que você tiverem, só estou com fome - Greg disse respirando cansado

Ela anotou e então voltou a me encarar

- E você?

- Eu o quê?

- O que vai querer?

- Você.

Greg olhava aquilo tudo sorrindo abertamente. Não ousei olhar para ele, meus olhos estavam cravados nos dela.

- Da lanchonete.

- Ainda quero você. Você trabalha aqui e está aqui. Então, você.

- Do cardápio, o que vai querer do cardápio?

- Onde está o cardápio?

- Na mesa. - respirou fundo, impaciente.

Peguei o cardápio, mas não li. Apenas fiquei enrolando, eu não estava mais com fome.

- Sabe, acabei de me lembrar. Você não me ligou - Abaixei o cardápio olhando para ela

- Faça o pedido.

- Se você me ligar ou mandar uma mínima mensagem para eu ter seu número.

- Por que diabos quer meu número?

- Não é óbvio? - perguntei pensando se não fui claro o suficiente - Quero te levar para sair.

Ela respirou fundo de novo

- Faça o pedido e...

Olhou para trás vendo um homem saindo da cozinha do lugar. Ele era um homem bem sério.

- Apenas faça o pedido.

- Seu chefe? - perguntei olhando bem

- É, e se ele me ver conversando em vez de trabalhando ele vai me demitir. Peça logo!

- Eu peço agora mesmo.

- Ótimo - sorriu alegre

- Se você me passar seu número agora.

Greg riu. Ela me fuzilou com o olhar fechando o sorriso.

- Só assim eu peço e você pode ir trabalhar em paz.

Ela me fuzilou por longos segundos. Não desviei o olhar para deixar óbvio que eu não estava brincando. Então ela começou a escrever em seu blocos de nota, e colocou em cima da mesa.

- Eu só quero uma oportunidade, é tudo o que eu preciso para te conhecer e se você quiser, me conhecer.

- Peça - ela Rosnou. Eu pedi, ela saiu pisando duro.

Greg me encarou em busca de uma explicação. Então eu expliquei para meu amigo que aquela garota era tudo o que eu mais desejava na porra do momento.

- Como sabe que ela não te deu o número errado?

- Eu não sei, mas se ela deu o número certo, significa que eu tenha uma chance, por mínima que seja.

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