Prólogo-Mateus

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"[...]Okay,okay. Eu aceito. Pode falar que é ignorância minha, não vou ligar. Afinal, um menino que é fanático por magia não é de se ver todo dia, certo? Mas alguma coisa não encaixa! Por que não há possibilidade de existir magia na vida real? Quem foi a primeira pessoa a inserir esses acontecimentos determinados impossíveis em filmes e qualquer outro tipo de arte? Não é estranho uma pessoa pensar nisso do nada?!"

-Eu preciso mudar isso. A não ser que eu não queira que as visualizações desse blog aumentem consideravelmente.

M.R. - meu blog. O nome todo é Magical, right? mas eu sempre abrevio, é mais fácil e rápido.
Não é tão famoso mas eu sou orgulhoso por ter ele, é minha pedra preciosa. Muita gente pode até achar que é somente um site de interação, mas eu digo e repito: é uma comunidade, amigos de verdade, que mesmo de longe se conectam como se estivessem num mesmo imóvel.

-Mateus! Sai desse quarto! Faltam 10 minutos pra sua aula e você nem sequer tomou seu banho! Nenhum dos seus amigos são obrigados a aguentar o seu cheiro desse jeito! - o típico e clichê sermão de mãe.

-Não sei quais amigos... - falo baixo. Minha mãe sabe que não sou do tipo extrovertido, mas não preciso ficar relembrando.

Muitos me taxam como nerd, que seja. Eu não sou popular, muito menos uma celebridade local, diferente da minha mãe, que era rainha de todos os bailes nos quais ela participou. Parece plot de uma comédia romântica dos anos 80, mas é a realidade - ela guarda todas as coroas, faixas e cetros até hoje.

Saí do quarto, tomei banho, arrumei numa correria imensa, como sempre.

Minha aula começa às 8:20 e eu geralmente desço a pé para o colégio, não gosto de ficar pedindo favor para minha mãe. Entretanto, faltavam menos de quinze minutos para a primeira aula, sendo assim, a carona foi necessária.

-Mãe, será que...

-Claro! Com toda certeza! Eu esperei tanto por esse dia! Há anos não te levo pra escola!

-Mãaaae! Escola soa infantil, não? Por favor, colégio.

-Aiai, essas crianças vão crescendo e ficando chatas. Na minha época, se eu falasse assim com a sua avó ela com certeza me proibiria de tomar sorvete no IceBall por uma semana...

Saímos de casa depois de muito tempo ouvindo o discurso da minha mãe sobre como a vida dela foi, ao que tudo parece, bem mais difícil do que a minha.

>À noite<

Eu ainda tenho que pensar num final pra colocar naquele post, porém não consigo pensar em mais nada. Eu tenho a obrigação de colocar algo, não posso deixar assim. O objetivo é que cada vez mais pessoas leiam, e não o contrário.

-Mãe, eu preciso ir dormir, quero descansar para... - quase abri o bico - estudar bem amanhã na escola.

-Tudo bem, boa noite meu filho!

-Boa noite mãe.

Sei que mentir é estúpido, principalmente para nossa mãe. Mas pensa comigo, se eu contar que vou escrever pro blog agora, ela vai:

1. Mandar eu sair do quarto;
2. Achar que estou com fome e me entupir de comida;
3. Falar sobre as coisas aparentemente boas do lado de fora de casa;
4. Relatar sobre como é bom ter amigos chamados por ela de "reais" já que para os adultos, ter amigos virtuais não é uma coisa normal.

Na verdade, eu poderia citar mais dez mil coisas que ela faria. Mas todo mundo sabe como são as mães, todo mundo sabe quão exageradas elas são, às vezes. Prefiro poupar vocês.

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