Through The Dark (EM EDIÇÃO/REVISÃO)

the crash

*Oi amores, comentem pra mim saber se vocês estão gostando e tal..*

Louis sentia lágrimas quentes escorrendo pelo seu rosto, enquanto segurava o pulso dolorido, encolhendo-se no banco no carro. Nos dias que precederam o presente evento, o ômega notara que Stan começava a ficar agressivo, gritando e usando a voz de alfa. Falou com sua mãe, ela pediu para que terminasse o relacionamento, porém o menor insistiu na ideia de que o alfa só estava estressado por conta das provas e faculdade. Grande erro. 

Então, Stan começou a desgostar do fato de que Louis ia à escola, impondo diversas limitações, mas como ele já estava terminando o ensino médio, acabou por parar de tentar impedir. E hoje, um dia após o aniversário de três meses de namoro, ele agrediu Louis. Por um motivo bobo, que nem vem facilmente a mente do ômega no momento, ele agarrou seu pulso e torceu, quebrando-o. Após ameaças para que o mesmo não contasse para sua mãe, ele concordou em levá-lo ao hospital. E agora, na viajem de volta, o menor junta toda sua coragem para terminar o namoro.

"Stan, você foi longe demais. Está acabado, se você tentar chegar perto de mim eu juro que.."  - A voz sai chorosa e embargada. Fraca, exatamente do jeito que ele não queria que ela saísse.

"O que? Primeiro você tenta terminar e agora está tentando me ameaçar? Tem algum problema na cabeça, seu merda inútil?"- Ele diz em tom de deboche.

Louis não consegue mais conter as lágrimas, que agora escorrem abundantemente pelo seu rosto.

"Você é louco, por que não me deixa ir?" - Ele indaga, já em um tom desesperado.

"Você não pode terminar comigo Louis, eu te mato antes que isso aconteça. Está me ouvindo? Eu te mato seu ômega de merda!" - Stan grita usando a voz de alfa, arrancando sangue de suas orelhas sensíveis.

"Você não pode fazer isso. Por favor Stan, apenas me deixe em paz"- Ele suplicou, escondendo o rosto entre as mãos.

"Oh" - O alfa riu, balançando os ombros. "Você estará em paz em breve, ômega". 

"Se você não será meu, não será de mais ninguém! Por que não entende Louis? Eu te amo, faço tudo isso porque te amo, você não vê? Nós nascemos pra ficar juntos, e se você não enxerga isso, então devemos nos encontrar na paz do céu, amor." 

Louis engasgou. Pensou em sua família. Pensou em si. Era tão fraco, tão estúpido! Abriu mão de tanto, foi um covarde, tomado pelo medo. Ele desejou poder voltar atrás.

"Eu te amo, Louis."

Stan acelera e vai de encontro com a parede oposta do túnel que atravessavam. Louis bate sua cabeça com força na janela, ao passo que olha para o lado e não vê o corpo do outro. O sangue escorre por seu rosto, molhando o suéter azul bebê que usava, e o escuro do túnel, agora silencioso, dizia muito sobre a alma de Louis. Sente uma dor lacerante, cacos de vidro entram em sua pele enquanto tenta soltar suas pernas, que estão presas. Começa a chorar e gritar pela dor, e o mundo escurece ao seu redor, quando é levado à inconsciência.

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O grande alfa puxa sua gravata e alinha seu terno Gucci na altura do pescoço, enquanto guia-se pelo espelho do carro, sua figura sombreada pelo ambiente escuro do túnel. Se encontra cerca de cinco minutos atrasado para uma importantíssima reunião de sua empresa, fato que o irrita profundamente, o que já não é muito difícil.

Ele junta as sobrancelhas ao observar uma súbita e perigosa oscilação do carro em sua frente.

"Puta que pariu" - O carro acelera e se choca com toda força contra a parede esquerda, fazendo-o freiar bruscamente.

Ele desce do carro, sendo atingido imediatamente por um aroma adocicado. Um ômega. Ouve também gritos e choro desesperados. Tem um corpo um pouco a frente na estrada, provavelmente pertencente ao motorista que saiu voando pelo para-brisa. Se aproxima do carro, que ficou subitamente silencioso. Tenta abrir a porta do totalmente destruído veículo, mas como a mesma não abre, usa sua força para puxar. Ao abri-la, encontra um pequeno corpo ensanguentado, preso em meio a ferragens e cacos de vidro. Puxa os ferros que prendem suas pernas, que pela percepção do alfa estão quebradas. Segura o pequeno corpo desmaiado cuidadosamente, este que abre lentamente seus olhos, soltando um resmungo dolorido.

E que lindos olhos azuis. Os mais lindos, mais imensos que o alfa já viu.

"Hey.." - Diz, lentamente. - "Vai ficar tudo bem, ok?"

O garoto desmaia novamente. Ao sair com ele de perto dos destroços, vê uma grande ambulância estacionada, e um beta, provavelmente socorrista, vem em sua direção.

"Senhor, nós assumimos agora. Muito obrigado pela sua ajuda."

Ele não conseguiu solta-lo. 

"Não. Eu vou levar ele." - Fala, protetor.

"Por favor Senhor, se você não cooperar vou ser obrigado a chamar.."

Solta um rosnado, fazendo o beta se afastar.

"Eu levo o garoto."  - Diz, caminhando em direção ao seu carro.

Coloca o menino cuidadosamente no banco de trás, afastando os cabelos ensanguentados de seus olhos. Quando entra no carro, liga para sua secretária.

"Allison, preciso que você cancele a reunião e meus compromissos para hoje, por gentileza."

"O quê? Mas senhor, não podemos cancelar uma reunião como essa, todos os investidores estão aqui."

"Sim, eu entendo, mas a empresa é minha, tenho certeza de que os investidores vão entender. Boa tarde Allison".  - desliga, já sem paciência.

Harry odeia ser rude. Ele não é, apenas tem uma personalidade fechada e simples, dura. Sempre foi educado para ser o mais gentil possível, mas sua natureza estava florescendo nele de forma que nunca antes tinha sentido.

Dirige rápido em direção ao hospital, buzinando algumas vezes. Chegando lá, desce e pega o pequeno nos braços, caminhando para a emergência, enquanto duas enfermeiras traziam uma maca.

Assim que é deitado e imobilizado, o mesmo acorda, enquanto vários enfermeiros se aproximam para examiná-lo.

"Qual seu nome, querido?" - Uma enfermeira pergunta.

"Louis"  -Ele responde, a voz um suspiro.

Louis.

Harry fica parado, observando eles levarem Louis pelos corredores brancos do hospital. Caminha devagar e senta em uma das cadeiras da sala de espera, suspirando ao ter seus pensamentos tomados pelo garoto de belos olhos azuis que nem conhecia, mas que havia despertado seu mais protetor e primitivo instinto, além de diversas coisas que não era capaz de explicar.