Capítulo 2

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Juliet

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Juliet

No dia seguinte tivemos outro jantar,  mas dessa vez em minha homenagem.
Vesti um Jeans preto, minha blusa da Corvinal, pouca maquiagem e deixei meus cabelos soltos. Calcei meus all star vermelhos e não me preocupei em colocar minhas lentes. Fiquei de óculos de grau com armação preta mesmo.
Fui para sala e recebi um olhar fuzilante do meu pai.
- Eu disse para você se arrumar, Juliet! - Ele rosna para mim e eu dou de ombros.
- Eu me arrumei. - falo examinando minhas unhas.
- Se Otávio desistir desse casamento hoje, você vai para o olho da rua, está me ouvindo? - Ele fala todo vermelho de raiva - Para a rua!_ Berra.
Fico quieta e instantes depois Otávio entra na sala com um presente enorme mas mãos.
- Boa noite!- Ele diz com um sorriso e fixa seus olhos em mim. - Feliz aniversário, minha Juliet!- Ele diz doce e eu reprimo um calafrio.
- Obrigada! - falo em um tom baixo e deixo um leve sorriso brincar no canto da boca.
Ele me entrega o embrulho, que eu deixo de lado logo em seguida.
- Não vai abrir? - ele pergunta e meu pai se aproxima de nós.
- É claro que ela vai. - Papai diz e me dá um cutucão discreto  nas costelas.
Eu suspiro baixo e desfaço um sorriso.
Relutante, eu abro a caixa e dentro dela eu  encontro um lindo  vestido de noiva branco pérola, um par de sapatos brancos de cetim e uma caixa de jóias com um par de brincos de diamantes pequenos e um colar com um pingente combinando.
Chego a sentir um nó sufocar a minha garganta.
Olho para ele me sentindo atacada.
É como se fosse um lembrete da minha posição.
- Não se preocupe. - Ele diz com um sorriso cruel - Eu não vi o vestido, apenas as jóias. O que achou? - pergunta com um fingido interesse.
- Apropriado. - me limito a dizer.

O jantar segue e o clima é tenso e pesado. Sempre que meu pai fala algo Otávio o olha como se pudesse transformá-lo em pó.
- Então, Juliet..?- Mamãe começa e eu desvio minha atenção para ela - Está empolgada com o dia de amanhã? _ Inquire.
Ela quer mesmo que eu seja honesta?
- É claro que ela está feliz, Constance! - Meu pai responde por mim e eu acho que chego a ouvir Otávio ranger os dentes.
- Amanhã vai ser um dia cheio. - digo apenas.
- É mesmo. - Otávio concorda - Além do casamento você ainda tem a formatura. Terei que comprar mais um presente. - Ele diz como se fosse uma piada.
- Não precisa, senhor  Lourency. - Digo e ele me olha curioso - Já me deu presentes de mais.
- Irá à cerimônia da formatura, Otávio? - Mamãe pergunta e termina de comer o prato principal.
- Infelizmente não poderei ir. - ele responde com um sorriso educado - Mas estarei esperando por você no altar, minha Juliet. - Ele me diz.
O encaro por um momento e ele devolve o meu olhar.
Minutos depois, a senhora Fernandez trás o meu bolo de aniversário e os criados entram na sala de jantar para  recolher os pratos.
Ela fez o meu favorito, bolo 100% chocolate e decorou a superfície com morangos e cerejas frescas. No meio do bolo há um "Feliz Aniversário" escrito com chocolate branco.
Aprecio esse pequeno gesto e ela faz sinal para que eu vá vê-la depois na cozinha. Assinto e ela se retira.
- Podemos dar uma volta no jardim outra vez, Juliet? - Otávio sugere e papai diz que sim em meu lugar.
Me sinto prisioneira...
Sufocada..
A sensação que de não tenho direto de voz, de escolhas é opressora.
Eu o acompanho em silêncio e logo estamos chegamos a roseira vermelha da mamãe.
- Não. - respondo apenas.
- Quero que vá ao salão amanhã Juliet, quero que faça tudo o que tenho direito... Depilação completa. - Ele diz e eu me sinto corar. - Pode fazer quais quer outros procedimentos estéticos que quiser também. Vou pagar por tudo.
- Por que quer se casar comigo, senhor Lourency? - Pergunto de maneira informal e olho para ele que devolve meu olhar com a mesma dúvida que certamente há no meu - Está claro que não gosta de mim e que poderia ter qualquer mulher que quisesse. Por que uma adolescente como eu?
Ele fica me encarando um minuto. O olhar indecifrável. E de repente  começa a rir como um louco.
- Você vai entender tudo amanhã a noite, Juliet. Prometo. - Ele diz apenas e então me agarra pelos braços e me puxa para si. - Mas agora - Ele começa e me arrasta para o barracão do material de jardinagem  que há nos fundos do jardim- Eu quero uma provinha sua.
Meu sangue congela nas minhas veias.
O coração bate forte e acelerado, que chegar a ensurdecer os meus ouvidos.
Otávio  me empurra para dentro do barraco e nos tranca dentro dele.

Minha Doce FeraOnde histórias criam vida. Descubra agora