Juliet
Seus olhos demonstram tanto carinho... Tanto orgulho...
Parece que Senhora Fernandez tinha razão. Eu posso mesmo ser feliz com ele. Posso amar esse homem tão confuso.
Volto a trocar de roupa e ele vai tomar um banho antes de irmos para o parque.
Quero ver a cidade lá de cima da roda gigante ao lado dele. Quero andar na montanha russa com ele, comer pipoca, maçã do amor... Quero fazer todos os clichês de um casal apaixonado. Quero ir ao cinema, fazer um piquenique, jantar em algum lugar bonito... Quero conhecer ele o máximo que eu puder. Conhecê-lo mesmo que ele não me conte nada.
Quero saber o que o faz sorrir, o que o faz relaxar, o que gosta de comer... Quero que ele seja feliz.
Estou escolhendo uma roupa quando ele entra no closet apenas de toalha.
Todo e qualquer pensamento sobre os planos futuros evaporam da minha mente.
- Pensei que já tivesse trocado de roupa. - Ele me diz sorrindo.
Seu cabelo está molhado e os musculoso molhados se destacam aos meus olhos.
Ele fica ainda mais lindo assim.
- Julie? - Ele me chama rindo - Por que está me olhando assim?
Pisco para fora do devaneio e ele ri de mim.
- Estava babando por mim, Juliet Lourency? - Ele pergunta brincalhão.
Engulo em seco.
- Não. - Minto e ele ri ainda mais.
- Ah, então é a lembrança de estar junto comigo aqui dentro. - Ele diz e a lembrança me vem a mente imediatamente.
De repente sinto um calor infernal.
Eu puxo a respiração lentamente e a solto pela boca, bem devagar.
Dou-lhe as costas para esconder minha reação a lembrança e tento pegar uma blusinha de mangas compridas rosa bebê mas o maldito cabide fica preso.
- Deixa eu te ajudar. - Ele diz rindo de mim.
- Não... Tudo bem. - Digo tentando soltar o maldito cabide. - Eu consigo.- Insisto.
E com um puxão o cabide se quebra e eu caio por cima dele dentro do closet.
Otávio solta uma gargalhada e eu escondo o rosto entre as mãos.
- Tá tudo bem, Julie. - Ele diz e me abraça por trás - Está nervosa com essa noite? - Pergunta sussurrando contra a minha pele. O hálito quente me causa arrepios por todo o corpo. E beija minha bochecha.
- Um pouco. - Respondo baixinho. - É o nosso primeiro encontro de verdade.
- É o segundo na verdade. - Ele me corrige - Saímos para passear no iate.
Me viro de frente pra ele.
Otávio aperta a minha cintura.
Eu contenho um gemido.
- Não acho que conta. - Digo e finalmente olho para ele. - Não estávamos como agora.
Ele arqueia as sobrancelhas confuso.
- Como assim? - Pergunta.
- Não estávamos tentando de verdade. - Explico - Não estávamos tentando nos conhecer. Só fazia parecer que estávamos fazendo isso. - digo.
Ele fecha a cara. Os olhos logo se tornam frios.
Lá se foi o meu doce Otávio! Lamento.
- Eu já te disse que meu passado... - ele começa a falar, mas eu o interrompo.
- Não quero o seu passado, Otávio. - digo determinada.
Vejo a confusão voltar a seus olhos
- Quero você daqui pra frente. Seu passado pode ser quem você já foi, não quem você é ou será de hoje em diante. - Repito as palavras que meu terapeuta tanto me falou durante as últimas seções.
Timidamente levo a minha mão ao seu rosto áspero, por causa da barba por fazer, e acaricio a pele morena.
- Quero conhecer quem você é hoje. O que gosta, o que não gosta, o que te faz rir... E, quem sabe, fazer você se apaixonar por mim um dia. - Acrescento a última parte bem baixinho e me sinto corar.
E em seus olhos há um misto de sentimentos que não consigo decifrar.
Não sei o que se passa em sua mente diante de tudo o que acabei de falar.
- Tudo bem... - Ele diz por fim e me ajuda a sair de cima dele para se levantar também - Mas só se me deixar fazer o mesmo com você. - sugere.
Ah, se ele soubesse que me apaixono por ele cada vez que sorri pra mim...
Resolvo esperar ele se vestir para poder trocar de roupa. E, quando ele finalmente sai do closet, eu mal o reconheço.
Fico impactada com a imagem a minha frente.
O coração pula no peito e eu sinto a boca ficar seca.
Otávio está usando um jeans e uma camisa preta.
Diferente das roupas formais que costuma usar o dia inteiro. Ele parece muito mais jovem.
- Julie? - Ele me chama a atenção.
- O que? - Pergunto meio perdida.
- Está babando de novo. - Ele diz rindo de mim outra vez.
- Acho que não tem problema. - Digo dando de ombros e indo ao closet - Afinal você é o meu marido.
Troco de roupa e é a minha vez de rir dele.
- Está babando, Otávio Lourency. - Digo calçando um par de botas pretas de salto de 10 cm.
Optei por um jeans preto, uma blusa violeta de mangas compridas e decote em V e uma jaqueta de couro sintético preto.
Solto meu cabelo dos grampos que coloquei para a apresentação, coloco um batom vermelho mate e estou pronta.
- Vamos? - digo, mas em seus olhos vejo que ele tem outros planos.
- Não poderíamos ficar em casa só mais essa noite? - Inquire com um sorriso bobo e é a minha vez de rir.
- Não. - Digo pegando sua mão e o arrastando para fora do quarto - Vamos ter esse encontro custe o que custar. - Digo firme.
Ele resmunga algo que não consigo entender.
E eu simplesmente o ignoro.
- Edward? - Chamo e ele aparece - Deus, as vezes parece que você fica espreitando na espera que um de nós o chame. - Resmungo com um sorriso.
Com esforço Edward esconde o sorriso.
- Queremos ir a um parque de diversões. Sabe de algum? - Inquiro ansiosa.
- Sim, Senhora. - Ele diz mais relaxado - Há um perto da praia. São poucos minutos até lá.
- Ótimo! - Digo para Otávio e ele me leva até a garagem.
- Quer ir dirigindo? - Me pergunta oferecendo as chaves de sua BMW SUV preta.
- Não sei dirigir. - Digo indo para o lado do carona.
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Minha Doce Fera
RomanceGarotas sonham em ganhar um carro no seu aniversário de 18 anos, se apaixonar e se casar um dia. Mas, ao que parece, esses não são os planos do destino para Juliet Bennet. Seu pai tem uma dívida com o empresário Otávio Lourency e ela é a moeda...