13- Nicolas

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Em pensamentos ele pediu para que se Deus existisse ele não levasse sua mãe, e quando ele checou pela última vez o peito da mãe e viu que nada mais batia lá dentro, ele recebeu a resposta para o que já desconfiava.

Não queria o peso da culpa, mas era óbvio que a culpa era sua, afinal ele tivera 13 anos para livrar a mãe daquilo e procrastinou até que fosse tarde demais. Conseguira a resposta para o problema quando já era tarde demais. Tudo estaria resolvido naquela noite, ele deixara tudo pronto, no entanto parece que Deus predestinou tudo e o fez de trouxa todo esse tempo, mas ele não deixaria aquilo acabar daquele jeito, não seria mais uma simples marionete...

Levantou-se rápido como um gato, e aproveitando que o Gordo Maldito se encontrava ali de pé parado só observando o que acabara de fazer, saltou sobre o Ogro dando um forte empurrão. Talvez por ter sido pego de surpresa, ou pela força que Nicolas surpreendeu-se ao ver que tinha, ele cambaleou para trás, tropeçou e caiu sentado. E antes que pudesse fazer qualquer coisa Nicolas pegou o litro da cachaça e acertou na cabeça dele, a garrafa estilhaçou-se naquela cabeça nojenta. O Ogro caiu desacordado no chão. Mas o menino não parou ali, com o grande casco do gargalo que restava em sua mão começou a dá várias estocadas no pescoço e no peito do desgraçado...

"Esse é nosso acerto de contas DESGRAÇADO!" O menino gritava enquanto descia o pedaço de vidro no corpo imóvel do Porco. "Isso é por todas as vezes que você a bateu, por todas as vezes que nos bateu, por todas as vezes que nos humilhou e nos escravizou. E esse é pelo tapa da noite passada." Disse ele descendo o vidro no olho do Monstro.

O sangue jorrava em esguichos do corpo do Gordo e já banhara Nicolas. Mas não havia palavras para descrever o prazer que estava sentindo. Aproveitou que sangue escorria por seu rosto e resolveu passar a língua, e gargalhou ao sentir o gosto do sangue daquele bastardo. Levantou-se passou a mão no rosto e olhou para o irmão. Daniel o encarava encolhido no chão, totalmente petrificado, de medo? Nicolas aproximou-se dele e no instante em que tocou o irmão foi atingido por uma grande onda de imagens de tudo que já fizera, de tudo que acontecera ali... Gargalhou!...Gritou! Não sabia mais o que estava sentindo, na verdade não sabia se estava sentindo alguma coisa...

E correu...

O tênue brilho da inocênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora