Ele falava, mas eu não conseguia prestar atenção em nada. Nem se eu quisesse, não conseguia tirar ele da minha cabeça. Tão lindo, sério... Ai, Anne, pelo amor de Deus! Tira ele da cabeça! Ele foi grosso com você, e isso basta! Porque isso acontece comigo? Sem eu nem conhecê-lo, ele mexe um pouco comigo. Parecia um encanto, sei lá. Eu não conseguia explicar direito.
Alex parecia bem concentrado, enquanto eu o evitava. Não se seria legal falar sobre isso com o Alex. Ele parece bem legal e confiável.
Olhei para o palco e lá estava ele. Tão lindo... Aquele jeito importante, o que ele era mesmo. Ele seria o reitor daqui. Filho do dono. O que mandaria em tudo. Que ótimo!
— Ai, Deus! – suspirei.
—Está tudo bem, Anne? – Alex segurou a minha mão que estava gelada, e eu olhei pra ele.
— Ah, sim! Tudo ótimo! – disfarcei.
— Podemos ir?
— Já? – olhei para o lado, e as pessoas já estavam saindo — Ah, eu nem reparei que já tinha acabado. Como eu sou avoada.
Alex sorriu e levantamos para irmos embora. Parece que foi uma eternidade. Escutar a voz dele e não ficar encantada foi muito difícil. Até a voz dele era linda e grossa.
*
Paramos para tomarmos um suco, enquanto conversamos sobre o primeiro dia de aula. Contei tudo, e Alex não parava de sorrir e dizer que eu iria amar cada vez mais. Rimos das besteiras que ele dizia e dos segredos que ele sabia da escola.
— Pois é. Dizem que há fantasmas na escola.
— Pelo amor de Deus, Alex! É sério?
— Claro que não, Anne! – riu — O único fantasma que aparece são as provas finais.
— Disso eu tenho medo. – bebi um pouco do suco que estava uma delícia.
— O que achou do novo reitor? – Alex limpou a boca, e olhou novamente pra mim.
—O que eu achei?
O que eu poderia achar dele? Lindo? Não, é pouco! Ele era mais que lindo. Parecia àqueles personagens literários dos livros que eu e a Nic liamos. Não vou mencionar o que eu achei dele, que seria até pecado.
— Ele parecia ser legal.
Legal, Anne? Sério? Ele era tudo, menos legal.
— Ah? Legal? – até o Alex achou estranho.
— Alex, eu não posso dizer nada, porque eu não o conheço direito — eu não poderia dizer a verdade, isso sim — Talvez ele seja arrogante, mas eu posso estar enganada. Ele é uma pessoa importante aqui. Isso tudo é dele e da família dele. Talvez ele seja assim, todo sério, mas no fundo pode ser simpático.
— Ele não é. – sussurrou, mas eu consegui escutar.
— O que? Disse alguma coisa?
— Não, eu pensei alto.
— Vamos mudar de assunto, né? Você gosta de estudar cinema?
— Muito. Eu acho que eu nasci pra isso. Tentei cursar administração, mas não deu certo. Eu vi que não conseguiria só viver de números, atrás de uma mesa e fechado em uma sala. O cinema é mágico, Anne. – sorriu encantado — Eu acho que é a mesma sensação que você tem quando está dançando. Você não sente uma liberdade? Uma sensação e estar no lugar certo, fazendo a coisa certa?
— Com certeza, Alex! Eu sei o que você sente.
— Eu não conseguia motivos para ir à faculdade de administração. Achava tudo um saco e eu ficava sem paciência. Quando eu contei aos meus pais que eu queria mudar de curso, eles aceitaram e disseram que eu havia demorado a perceber que aquilo não era pra mim. E hoje eu estou aqui, no meu segundo ano de curso. Foi a melhor escolha que eu fiz.
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Dança comigo? - Livro I (Apenas capítulos de degustação)
Romansa(Primeiro livro da série comigo) Anne, uma garota que sonha em se tornar uma grande bailarina. Após passar em uma das melhores escolas de dança de Nova York, ela muda-se para seguir o seu sonho. Christopher é um homem arrogante, dono de si e de tod...