Capítulo 6

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Thaís*

O jantar correu calmamente e os homens falavam sobre os negócios da família em alguns momentos, Russell passou o jantar inteiro me observando e fiz o meu melhor para fingir que não estava vendo, comi cada comida servida apesar de não saber o que era, mais pelo menos tinha um gosto bom, assim que todos terminam eu peço para me retirar.

- Com licença, vou retornar ao meu quarto, estou me sentindo um pouco cansada - Eu digo e Alexey consente.

- Claro moya devushka, vá descansar, mandarei chamarem seu segurança para acompanha-la - Ele diz porém Russell é mais rápido.

- Não será necessário, também irei descansar e posso acompanha-la até seu quarto, tudo bem pra você Thaís? - Ele diz e seu irmão e seu pai o olham meio estranho.

- Sim - Eu respondo timidamente.

- Vamos - Ele diz dando a volta na mesa e colocando a mão na base da minha coluna.

- Boa noite - Eu digo a Alexey e Iuri antes de sair andando ao lado de Russell.

Caminhamos em silêncio até o segundo andar e paramos em frente a porta do meu quarto.

- Obrigada por me acompanhar - Eu já digo com a intenção de entrar no quarto.

- Espere - Ele coloca a mão no meu braço, para me segurar e eu me assusto, me afasto um pouco dele aumentando a distância entre nós dois - O que fizeram com você? - Ele diz com voz baixa e se aproximando devagar ao ver minha reação, ele passa a mão ao lado do meu rosto e sinto meu corpo tremer de uma maneira diferente, meus olhos vão direto para os seus e não consigo desviar, seus olhos estão intensos e com um brilho possessivo, não entendo bem essa reação dele e o que meu corpo esta sentindo mas quando ele tenta aproximar seu rosto do meu eu me afasto, meu coração acelera.

- Eu... - Tento dizer algo mais nada sai e ele fica me observando - Boa noite Russell - Eu digo por fim abrindo a porta do meu quarto e entrando sem esperar resposta.

- Boa noite moy malen'kiy (minha pequena) - Ele diz rindo e ouço seus passos se afastando da porta e só então respiro aliviada.

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Russell*

Quando vejo Thaís atravessando a porta da sala de jantar meu corpo e mente decidem imediatamente que aquela mulher será minha, seus olhos verdes são profundos, sua pele é de um marrom dourado e seu corpo tão cheio de curvas que me faz ficar duro e seus cabelos cacheados e longos vão até um pouco abaixo do meio da cintura, ela é educada, tímida e frágil, e então quando vejo a marca roxa em seu rosto imediatamente fico com raiva, quem poderia machucar uma menina tão doce? Pergunto ao meu pai imediatamente o que havia acontecido com ela mais ele desconversa e diz que me dirá em outro momento, concordo e então passo o jantar inteiro sem conseguir tirar os olhos de Thaís e acho que ela percebe mais tenta ignorar, quando todos já terminamos ela pede para se retirar e me ofereço para levá-la ao quarto, caminhamos em silêncio até a porta do seu quarto, quando chegamos ela me agradece pronta pra entrar no quarto e quando eu tento retardar isso segurando em seu braço eu vejo o medo em seus olhos e ela se afasta, isso me lembra novamente de que quero saber o que aconteceu com ela.

- O que fizeram com você? - Eu digo expressando meus sentimentos sem perceber e me aproximando lentamente dela, levo uma de minhas mãos e acaricio a lateral do seu rosto, seus olhos logo vem de encontro ao meu e me sinto possessivo, quero tomar sua boca na minha e mostrar a ela a quem ela pertence, então vou de encontro a sua boca mais ela se esquiva e me deseja boa noite entrando no quarto rapidamente, acabo rindo de sua reação e desejando boa noite para a porta, decido então ao invés de ir pro quarto passar no escritório do meu pai.

Caminho calmamente até o escritório e bato na porta antes de entrar, como eu já esperava meu pai e meu irmão estão no escritório esperando por mim.

- Ai esta ele, tinha certeza que viria aqui, sente! - Diz meu pai assim que me vê entrar, eu sigo até uma das cadeiras de frente pra mesa onde meu pai esta atrás e ao lado do meu irmão então me sento - Eu acredito que vocês queiram saber quem é Thaís, o por que ela esta aqui e o que aconteceu com ela, então vou esclarecer isso de uma vez, enquanto vocês estavam viajando a negócios por mim eu tive um problema com um dos grupos integrantes também da Bratva e tive que resolver, ao invadirmos uma das boates em retaliação encontrei Thaís em meio as meninas usadas como prostitutas - Ele diz de uma vez e eu e Iuri ficamos sem palavras por um momento.

- Você ta querendo me dizer que ela era uma prostituta? - Eu perguntei sem acreditar.

- Ela não teve escolha Russell, mataram a mãe dela e a trouxeram de seu país para ser uma prostituta, ela foi obrigada assim como tantas outras -

- Isso não vem ao caso - Iuri finalmente fala - Por que você trouxe ela pra cá? Devia ter mandado ela pra uma das nossas casas -

- Acontece que eu escolhi assim e tive meus motivos, além disso ela estava muito debilitada, alguém deu uma surra nela, o fato agora é que ela faz parte da família e preciso que cuidem dela -

- Não sei se você tomou a decisão certa, devia ter dado um jeito nela de outra maneira - Iuri diz contrariado.

- Essa foi a minha decisão e vou mantê-la assim, eu mando aqui e você deve aceitar minhas escolhas - Ele diz seriamente e Iuri se cala.

- Por que não nos disse do problema que teve? - Eu perguntei mudando um pouco o foco do assunto.

- Não havia necessidade, eu já lidei com isso e vocês chegaram hoje de viajem com outras coisas com o que se preocupar - Ele diz como se não fosse nada demais.

- Da próxima vez nos avise ao menos, sabe que podemos ajudar mesmo estando longe - Eu digo.

- Eu sei disso, não é atoa que você vai me substituir e você e seu irmão são os meus melhores chefes, eu criei vocês pra isso - Ele diz com orgulho.

- Quem foram? - Era a única coisa que eu precisava saber.

- Os Orekhov -

- Certo - Eu digo me levantando para finalmente ir descansar.

- Russell - Meu pai me chama.

- Sim -

- Fique longe dela, ela não é um brinquedo e passou por muita coisa, ela não escolheu ter seu corpo usado e esta tendo um momento difícil - Ele diz com um olhar frio nos olhos e eu me surpreendo, ele usa esse olhar para lidar com os negócios.

- Eu não estou brincando, ela é minha - eu digo com toda convicção que tenho e ele assente entendendo o que eu quero dizer.

Saio do escritório e vou caminhando lentamente para o meu quarto, quando estou no corredor próximo ao quarto de Thaís eu ouço gritos e imediatamente corro até lá.

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E em fim mais um capítulo, espero que tenham gostado, não se esqueçam de votar e comentar, até a próxima.
Bjus da Day!

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