10- Cancela

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ola minhas estrelinhas, Jace aq. Desculpa pela GRANDE demora de atlz. Eu realmente tava sem criatividade e tava muito mal de saúde mental (n q agora eu esteja bem, mas to menos pior). Enfim, espero que me desculpem.

sem mais delongas, boa leitura, beijos meus neneins.

P.o.v. Camila Cabello

Confesso que estava extremamente ansiosa e animada pra sair com Lauren. Pelo pouco que eu já conversei com ela, parece ser uma pessoa legal e uma ótima amiga. Seus olhos verdes me cativaram e o calor de sua pele pareceu me trazer uma... segurança. Eu não sei explicar ao certo.

Fico feliz por estar fazendo uma nova amizade sem Matt pegar no meu pé por isso. Se bem que, na verdade ele quase não sabe sobre minha amizade com Lauren.

Sento no sofá que antes eu estava deitada. Levanto-me e vou até a cozinha, olho para os lados imaginando o que poderia fazer para comer.

Decido fazer macarrão ao molho sugo. Pego uma banana e como enquanto colocava a pequena latinha de massa de tomate em cima da mesa. Logo depois, o pacote de macarrão.

Escuto a porta abrindo e olho para o relógio acima da porta da cozinha, franzo o cenho ao ver Matthew entrar na cozinha.

— Matt? O que houve? Voltou tão cedo. — Sorrio para ele e o mesmo me dá um leve selinho.

— Só vim almoçar em casa, algum problema? — Ele pergunta abrindo alguns botões de sua blusa social. Sorrio mais largo e balanço a cabeça negativamente.

— Claro que não, poderia até ser assim mais vezes. O único problema é que eu não sabia que você viria, então não tem comida pronta. — Sinto minha bochecha queimar de vergonha e olho para a panela no fogo. Coloco o macarrão e mexo o molho de tomate.

— Mas você está fazendo, não está? — Vejo uma leve expressão de raiva em seu rosto, mas ignoro e abro a geladeira.

— Estou, acho que daqui a pouco já está pronto. — Pego uma jarra e começo a cortar algumas frutas para fazer suco.

— Ótimo, vou tomar um banho e quando voltar, quero tudo pronto. Tenho que sair logo. — Concordo com a cabeça e o vejo sair da cozinha. Vou até o fogão e aumento a potência da chama.

(....)

— Camila? — A voz de Matthew vinha da sala. — Qual a senha do seu celular? — Franzo o cenho terminando de arrumar a mesa. Pego um pano de prato e seco minhas mãos.

— Por que? Tem algo de errado? — Olho para ele que estava olhando para meu celular em cima do sofá.

— Não, só preciso conferir uma coisa, amor. — Ele diz e pega meu celular, me entrega e concordo com a cabeça. Ao invés de colocar a senha, coloco minha digital e entrego para ele, sorrio e vejo que na barra de notificação tinha algumas mensagens de Lauren. Não me importei, pois sei que isso não levaria a nada.

Assim que Matthew pegou meu celular desbloqueado, voltou a sentar no sofá e cruzar uma perna por cima da outra.

Dei de ombros e voltei para a cozinha. Eu havia feito macarrão espaguete e molho de tomate simples. Peguei uma refratária de vidro e coloquei um pouco do macarrão, por cima, o molho e eu conseguia ver a leve fumaça saindo de dentro da refratária. As partes de vidro que não estavam cobertas pelo macarrão, estava totalmente embaçadas. Sorrio pelo resultado, tinha ficado lindo.

Pego um pano de prato e coloco sobre a mão e logo apoiando-a na refratária, coloco-a sobre a mesa e pego dois pratos e um conjunto de talheres.

— Amor, está pronto, vem comer antes que esfrie. — Chamo com a voz um pouco mais alta do que de costume, apenas para que Matthew pudesse ouvir.

— Karla, quem é essa tal de Lauren perguntando sobre sair pra algum lugar? — Vejo o homem entrar na cozinha com meu celular em mãos, testa franzida e olhos cerrados.

— Lembra da Lauren do Motel? Então, a gente acabou se esbarrando por ai e decidimos que talvez uma amizade seria legal, entende?— Falo com a voz calma e lembrando de lhe contar o máximo de coisas possíveis para que ele não imagine coisas erradas sobre minha amizade com Lauren. — Ela me chamou pra conhecer um restaurante perto da casa dela e eu aceitei, nada demais. — Digo e por fim sorrio. Matthew puxa a cadeira e se senta na mesma, trava meu celular e deixa ao lado do prato branco com alguns detalhes em azul. Pego o prato em sua frente preparando para servi-lo quando sinto suas mãos firmes em meu pulso.

— Você não quer ir, não é? — Ele me perguntou mais como se fosse uma pergunta retórica do que outra coisa.

— Na verdade eu quero sim, Matt. Não vejo problema em sair com uma amiga. — Respondo-o e lembro a quanto tempo estava sem sair com Dinah ou até mesmo meu grupo de amigas. — Não há problemas, okay? É só um jantarzinho, oras. — Sinto-o apertar a mão em meu pulso que ainda segurava o prato. Olho para Matthew e o mesmo sorri e solta meu pulso.

— Tudo bem, espero que aproveite. — Coloco a comida em seu prato e lhe entrego, pego meu prato assentindo sobre o comentário de meu marido. — Mas Camila, se eu ficar sabendo de alguma coisinha, algum olhar diferente ou algo do tipo... eu arrebento a sua cara e a daquela vadia, sem dó. Entendeu? — Aquele comentário me pegou totalmente de surpresa, minha boca se abre e fecha mas não sai um mísero som. Meus olhos se arregalam e minha respiração acelera. Me sinto tonta e quase tenho que apoiar-me sobre a mesa para não cair. Meu corpo treme de medo com a seriedade no olhar de Matthew.

— Nada vai acontecer, querido. — Digo tentando forçar a voz como se aquele comentário não tivesse sido nada.

— Mesmo que eu preferisse que você cancelasse essa merda de jantar, eu autorizo sua saída, Camila. Fica relaxada, mas fique atenta ao celular. — Ele diz com naturalidade enquanto enrolava o espaguete no garfo. Meu corpo se encolheu, eu me sentia como um animal que precisava de ordens para sair de casa. Um animal que precisava de ordens até mesmo para usar o banheiro.

Será que para Matthew eu era um animal? Daqueles que ficam em abates por semanas e logo depois são levados ao matadouro e servidos como comida logo em seguida?

Meu estômago revira e sinto meu café da manhã e a banana que eu havia comido querendo sair por onde entraram. Meus olhos ardem e meus dedos tremiam como se estivesse em um frio intenso. Minha boca estava seca como se eu não tomasse água. Meu corpo gritava para que eu corresse... corresse para bem longe antes que fosse tarde. Antes que eu já não tivesse mais chances de escapar. E logo a minha frente, tinha um homem. Homem pelo qual pensei ter me apaixonado e amado intensamente. Mas um homem que agora eu não reconhecia. Um homem tranquilo que falava barbaridades como se estivesse contando que água saudável é transparente.

The Motel (Intersex) - Concluída!Onde histórias criam vida. Descubra agora