Sadie escovava seus cabelos ruivos.
Ela olhou para seu reflexo no espelho e esteve assim por uns minutos em silêncio contemplando o desânimo que sua expressão traduzia. Os olhos antes de dormir ficavam molhados pelas lágrimas de saudade e da culpa. Sentia o coração despedaçar, enquanto a angústia inconsolável lhe conturbava a alma.
Mergulhou no silêncio mórbido de sua casa, assim como esteve durante toda aquela semana. Faziam alguns dias que seus pais haviam viajado para a Califórnia como sempre foram.
Era a família perfeita.
Entretanto daquela vez, a garota decidiu ficar, alegando o quanto estava atarefada com atividades de fim de semestre. Sadie escutou a campainha e franziu a testa. Levantou-se e pôs o rosto na janela e não conseguiu avistar ninguém em seu jardim. Mesmo assim desceu a escadaria e abriu a porta devagar, notando que havia um rapaz de cabelos castanhos sentado em seus degraus de costas. Sink sabia muito bem quem era e assim que ele virou o rosto por cima dos seus próprios ombros ao ouvir o ruído da porta, o coração da garota acelerou-se no peito, porque suas conclusões estavam certas.
Ele levantou-se e com alguns passos se aproximou da ruiva.
— Podemos conversar?
Sadie deu espaço para que Noah pudesse passar. Assim que ele entrou, enfiou as mãos nos bolsos e ficou calado sem saber exatamente o que dizer primeiro. A garota usava uma camisola delicada de alças finas e não se importava por isso, pois tinha outras preocupações além de sentir-se desconfortável perto de seu namorado, com quem chegava a compartilhar sua própria cama durante as noites no apartamento. Porque os dois, tinham intimidade e convivência, afinal.
— Meus pais viajaram faz uma semana. — murmurou a garota enquanto fechava a porta e abraçava seu próprio corpo. — O que fez você vir até aqui?
Noah refletiu por um instante.
— Quero me desculpar por ter levantado a voz e ter descontado minha raiva em você.
— Não.
— Não o quê?
— Olha, eu... — começou Sadie, que em seguida fechou os olhos azuis com firmeza procurando reorganizar seus pensamentos em turbulência. — Eu poderia pedir desculpas agora, mas não consertaria meu erro de ter feito o que fiz, por mais que fosse por algo benéfico. Não foi bom te machucar. Você é valioso demais pra isso, o que me torna uma tola porque eu sabia dos seus problemas de perto e me sinto culpada. Você, Noah, merecia um pai melhor e uma namorada mais compreensível.
— O que quer dizer com isso?
— Que... — Sadie estava com a voz embargada e uma profunda dor no peito. — Você sabe aonde é a porta.
Ela passou por ele desejando não desabar completamente. Ameaçou subir as escadas, mas o rapaz a impediu segurando em sua mão.
— Fica. — Noah pediu a olhando, fazendo com que seus olhos azuis se enchessem de lágrimas. — Fica e me escuta.
— Foi minha culpa.
— Dane-se Sadie, eu não estou ligando pra isso agora... — falou ele aproximando-se e subindo as mãos pelo rosto da mesma de modo carinhoso, limpando as lágrimas salgadas de suas bochechas rosadas com os polegares. Suas testas estavam coladas. — Não funcionamos longe um do outro. Essa semana tem sido a mais vazia em anos pra mim, não passei por cima do meu orgulho agora pra chegar aqui e ver você se culpar por uma coisa que não deveria nem ter começado.
— Você está dizendo que...
— Que eu quero acabar com esse problema logo. Todos sabem que vamos ficar juntos no fim da história, não temos pra quê ficar adiando. Eu te amo e você me ama, fim.
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Sirius | Fillie
FanfictionMillie Bobby Brown e Finn Wolfhard tem algo em comum, as aulas de Astronomia no segundo horário. Ela era uma garota simples e de sorrisos bobos, porém apaixonada por Jacob Sartorius desde o ensino fundamental, que era popular em termos colegiais e s...