Regras

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Jack precisava de cuidados.

Os três estavam dentro do carro de Finn, porém quem dirigia com concentração era Chris, que estava sóbrio. Diferente deles que tinham bebido álcool o suficiente para serem pegos em uma blitz então não puderam arriscar voltar pra casa por conta própria. Felizmente eles ainda tinham juízo naquela noite. Finn estava no carona da frente com o rosto apoiado no vidro da janela, Millie estava no banco de trás e Jack estava ao seu lado com a mão na testa.

Todos totalmente calados ainda sem acreditar que toda aquela confusão tinha acontecido em apenas poucas horas. Ninguém quis ligar o rádio pra descobrir se ainda tocava música dos anos sessenta.

Eles não podiam ir para o hotel de Finn do outro lado da cidade, era longe demais, então os meninos optaram por dormir na casa de Jack, mas antes deixariam Millie em sua casa. O carro parou em frente ao apartamento de três andares. O celular de Chris tocou e ele fez sinal avisando que ia atender, fazendo com que eles ainda tivesse um tempo para se despedir. Millie desejou melhoras à Jack com toda sua compaixão, saiu do carro dando a volta e parando ao lado da janela de Finn, que agora estava com o vidro baixo observando a garota com seus olhos castanhos.

Eram quase quatro horas da manhã e não estava mais nevando.

— Será que está tudo bem com a Reylynn? — perguntou ela abraçando seu próprio corpo em busca de se aquecer do frio da madrugada.

— Antes de sairmos uma amiga dela a levou pra casa. Ela deve estar bem mas não emocionalmente. — respondeu ele olhando para a janela do prédio e em seguida para a menina de novo, dando um pequeno sorriso. — Acho que você me passou azar, lady Brown. Não lembro de ter uma noite agitada assim desde que invadi um parque de diversões.

— Que noite, Wolfhard... Que noite. — ela disse rindo e em seguida foi desfazendo o sorriso, com os olhos arregalados em surpresa. — Espera, você invadiu um parque de diversões? Você precisa me ensinar a fazer isso, não sei fazer coisas erradas. Quer dizer, não na prática, só na teoria.

Ele foi abrindo um sorriso curioso. Finn estava com as sobrancelhas juntas e uma interrogação em sua expressão, pronto para ser surpreendido mais uma vez.

— Como se faz coisa errada na teoria?

— Erro questões de provas, tomo decisões erradas na minha vida, me arrependo das coisas, falo demais. Coisa sentimental.

— Aonde você estava escondida esse tempo todo? — ele riu.

Ela se aproximou do garoto para falar mais baixo, como se a polícia estivesse escondida entre os arbustos a ouvindo.

— Escute Wolfhard, e-eu... eu nunca sequer violei a lei, a não ser o dia em que dirigi o carro da minha mãe em um estacionamento quando tinha treze anos. Mas isso não conta como nada radical, pode dizer.

Ela revirou os olhos e Finn soltou uma risada divertida.

— O que? Claro que conta, você é um Einsten do crime.

Millie e Finn se entreolharam e riram por um instante. Apesar de tudo, tinham se divertido naquela noite.

Após Chris terminar a ligação, ele contou que era Reylynn. Ela vai terminar com Victor amanhã, pois hoje não está com condições de falar alguma coisa sem chorar primeiro, assim ele contou aos três. O loiro a consolou pelo celular e prometeu fazer algo para fazê-la se sentir bem quando se encontrassem de novo e o que Millie não sabia era que Chris e Reylynn também eram amigos de infância, por serem das mesmas classes na escola e por morarem na mesma rua.

Sirius | Fillie Onde histórias criam vida. Descubra agora