Condição

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Noah estava pensativo no seu lugar.

Ainda naquele mesmo dia, na mesa do refeitório próximo ao janelão estavam os três no mesmo lugar de sempre, como combinado. As conversas estavam circulando por todos os lados, aquele falatório que adolescentes são acostumados a fazer. Millie olhou para a janela um pouco pensativa e do lado de fora, nevava.

— Como é que eu nunca ouvi falar de nenhum Wolfhard por aqui?

— O nome dele é Finn.

— Talvez você não conheça porque é desligado das coisas, Noah. — falou Sadie cutucando com o garfo sua salada organizada por cores e em seguida ela olhou animada para Millie com seus olhos azuis. — Que aulas você tem com ele? Deveria ter o chamado pra se juntar a nós, seria incrível.

— Seria Sadie? — Noah repetiu um pouco enciumado do modo que a ruiva falou.

— O que foi? — ela perguntou achando aquilo engraçado. Millie deu uma risadinha do pequeno ciúmes do amigo.

— Ele é da minha turma de Astronomia, deve gostar de ficar sozinho. Ele simplesmente sumiu.

— Isso não é passatempo de psicopatas?

— Noah, dá um tempo. Ele foi super legal comigo e está sendo.

— Tudo bem, você tem que fazer amizades do mesmo jeito. Mas vê se presta atenção, certo? A última vez que tentou fazer amizade você virou melhor amiga da Sadie. — ele disse fazendo Millie negar com a cabeça. Sadie gargalhou abraçando o ombro do garoto, que sorriu com o gesto. — Estava pensando de irmos jantar juntos em um lugar especial na semana que vem, nós três. O que acham?

— Eu acho ótimo. — Sadie como sempre, sorriu graciosamente.

— Não posso ir, vocês são um casal. Só vou quando tiver um namorado ou alguém pra me ajudar a segurar a vela, senão vou me sentir uma intrusa ou...

— Por que você não chama o psicopata pra nos acompanhar? Aproveitamos pra conhecer.

— O nome dele é Finn. Ele não é psicopata, Noah.

— Deve ser mais fácil chamar ele do que o Sartorius.

Noah colocou seus olhos verdes e preocupados sobre a garota e em seguida olhou para algo atrás dela. Quando Millie seguiu o olhar do amigo por cima de seus próprios ombros, ela suspirou pesado observando a mesa de Jacob rodeada de líderes de torcida. Mesmo com todas as risadas e brincadeiras entre as duas, Sadie sentia medo da sua melhor amiga se machucar e acabar mais tarde chorando em seu colo.

Mas Millie estava bem, sempre esteve.

Depois do refeitório ela teve mais algumas aulas, ela não voltou a ver Finn, o garoto que despertava dúvidas em sua cabeça e isso a deixou com alguns espaços em mente. Esperava pela próxima aula em que o reencontraria para poder fazer perguntas que não teve tempo. Millie não tinha segundas intenções, apenas achou que eles poderiam se aproximar e ela pudesse conhecer melhor o rapaz. Não culpava-se por talvez imaginar que a imensidão de cálculos nas aulas extracurriculares não se tornariam monstros enormes se houvesse uma pessoa amigável para reclamar sobre ou dividir a bancada.

Um pouco mais tarde, encontrou algumas mensagens da mãe no celular avisando que chegaria de viagem, mas a mesma teria que ir embora no dia seguinte. O trabalho de Sra. Brown deixava Millie realmente desanimada. Não passavam mais tempo juntas como antes e após a separação dos seus pais, elas se distanciaram de forma que nunca pôde imaginar em suas melhores condições de suposição. Agora, as duas conseguem se ver alguns dias entre semanas, o que é consideravelmente menos pior do que sua condição com o pai, que mora na Inglaterra com seus outros irmãos; Ava, Charlie e Paige. Sua história era um pouco cansativa, mas ela sempre esteve acompanhada de Sadie e Noah que a faziam esquecer tais ausências.

Sirius | Fillie Onde histórias criam vida. Descubra agora