[4] unbelievable

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— cara, você não tem nada com aquela Anne, não é? — Billy me pega desprevenido quando estamos apenas nós dois no vestiário depois do treino.

— acho que nós tínhamos antes mas agora somos só amigos. — falo sem prestar muita atenção enquanto termino de guardar as coisas no armário. — por que você quer saber?

— acho que vou chamar ela pra sair. — ele fala com uma tremenda naturalidade e eu me viro em sua direção quase imediatamente.

— e por que você faria isso? — tento fingir que não ligo tanto quanto eu realmente ligo.

— porque ela parece ser legal e além disso é uma garota bonita. — ele fala sem parecer que percebeu que eu estou prestes a cometer um crime de ódio.

— ah, claro, uma garota bonita é uma garota bonita. — enfio o resto das minhas coisas na mochila com uma força desnecessária.

— é, claro. — ele sorri. — então está tudo bem para você, não é? — ele me segue até a saída do vestiário.

— claro, por que não estaria? — tento sorrir mas tenho certeza que pareceu mais com uma careta.

— fico muito feliz. — ele põe a mão no meu ombro. — e eu preciso da sua ajuda.

— o que eu posso fazer por você hoje? — gostaria de poder enfiar o seu pé o mais fundo possível no seu traseiro.

— pode falar com ela sobre mim? queria poder deixar uma boa impressão de mim já que não nos falamos tantas vezes assim e um "sim" quase garantido seria perfeito. — perfeito seria se você caísse dentro de um poço.

— não se preocupe, ela vai saber exatamente o que eu acho de você. — sorrio verdadeiramente agora.

— você é o melhor, cara. — ele começa a se afastar. — nos falamos depois? tenho aula de álgebra agora.

— ok, nos falamos depois. — teremos muito tempo para conversar no inferno.

você não acha que está exagerando um pouco, Gilbert?

ele quer chamar ela pra sair!

vou te contar uma novidade, Anne não é sua propriedade!

ele não merece ela.

nem você nesse momento está merecendo ela.

eu odeio quando você está certo, Gilbert.

você já devia estar acostumado, o raro aqui é eu estar errado perante você.

ok, eu estou oficialmente enlouquecendo.

• • •

— por que esse está demorando pra passar? — Jerry pergunta do nada enquanto estamos concentrados nas nossas cartas, debaixo da escada interditada. — quero dizer, olha quantas coisas já aconteceram e ainda vai fazer dois meses que as aulas voltaram.

— você tem razão. — Ruby concorda ainda sem tirar os olhos do seu baralho e passa uma carta para Cole, que está do seu lado. — o ano inteiro está parecendo um eterno mês de agosto. — começo a batucar com as unhas no chão para que ela preste atenção em mim e assim que eu passo a carta que Cole me deu para Jerry, ela arregala os olhos e grita:

— CORTE CAPE. — Cole é mais rápido que ela, eu faço uma careta  e ele sorri vitorioso enquanto volta a embaralhar as cartas.

— quando o nosso ano ficou tão tedioso? — Jerry pergunta fazendo um pequeno drama.

— quanto a fonte de novidades da vida da Anne secou. — Cole afirma já separando as cartas e quando ele estende o braço ele vê as horas de relance. — o almoço já vai acabar, melhor irmos agora. — um por um nós nos levantamos e pegamos nossas coisas para sair dali.

— onde Diana foi parar mesmo? — pergunto pra eles já no corredor.

— ela está com a Jane. — Ruby revira olhos. — aposto que daqui a pouco ela não vai nem mais lembrar dos nossos nomes.

— para com o ciúme, Ruby. Diana ainda é nossa amiga, você não precisa se preocupar. — Cole tenta ajudar mas a minha amiga só olha com uma cara de raiva pra ele.

— é, agora, mas até quando? a popularidade é capaz de mudar qualquer um. — ela responde agora sem nenhuma feição e Diana chega por trás dela poucos segundos depois.

— eu tenho novidades. — ela cantarola.

— meu deus, você é muito fofoqueira. — Cole fala e ela dá um pequeno empurrão em seu ombro.

— idiota. enfim, eu estava falando com a Jane e...

— é claro que tava. — Ruby dá uma risada falsa.

— o que você quer dizer com isso? — a morena arqueia uma sombrancelha.

— eu acho que você sabe exatamente o que eu estou querendo dizer. — agora a loira cruza os braços e eu, Cole e Jerry damos cada um, um passo para trás involuntário. — porque nós duas já falamos sobre essa "situação da Jane". — Diana faz uma cara de "ah, sério?"

— primeiro, nós não falamos sobre isso, você falou. eu só desisti de falar com você naquele dia porque é completamente IMPOSSÍVEL ter uma conversa com você quando você tá assim. — eu e os garotos nos entreolhamos. — e além disso, não existe uma "situação da Jane", nós somos amigas e isso você não pode controlar, Ruby.

— você acha que é isso o que estou fazendo? tentando controlar você? — ela pergunta com a voz fraca.

— não seria a primeira vez. — Diana se mantém sólida, o que faz com que Ruby fique ainda mais brava.

— então tá, desculpa por ser uma amiga tão ruim assim. vou tentar não me meter mais na sua vida, o que aparentemente é a única que eu faço mesmo. — ela nos dá as costas e sai dali. Diana rosna um pouco pela frustração.

— eu odeio quando ela fica se fazendo de vítima! — ela cruza os braços.

— você não acha que foi muito dura com ela? — Jerry pergunta.

— eu fui dura demais?! é isso que vocês acham? — ela olha para nós três alternadamente. — Anne?

— eu só acho que você poderia ter amolecido um pouco mais, você sabe como ela é a sensível e além do mais, esse é o jeito dela de dizer que se importa. — falo tudo bem devagar tentando usar as palavras perfeitas naquele momento mas Diana balança a cabeça com um sorriso incrédulo no rosto.

— inacreditável. — ela sai de perto de nós assim que o sinal toca e um mar de alunos invade o corredor.

— nós definitivamente estamos na merda. — consigo ouvir Cole dizer.

  • • •  

gente, que preguiça de escrever foi essa ? mas graças a deus esse capítulo só fluiu

muito obrigada pra todos que ainda me acompanham, eu amo vcs caramba

e à propósito o que tão achando do billy? rs me contem

amo muito vocessss

tkana - shirbert [2]Onde histórias criam vida. Descubra agora