Um pé no amor e outro no futebol.

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Sonhos em tons pastel me cobriam enquanto eu dormia, o sorriso de Jonah ecoava em meus devaneios onde eu apenas corria para perto, mas nunca alcançava.
Por um momento estávamos em uma sala de jantar, estilo rústico, várias mesas ocupadas por vozes, mas ninguém habitava ali. Em minhas coxas um guardanapo estava dobrado com a marca de um batom, Jonah olhava para mim com certo interesse.

Eu sabia que estávamos amaldiçoados assim que eu te vi. O garoto observou o cardápio pensando em que escolher para o jantar. Poderia ser mais fácil se você admitisse.

Sua voz soava com certa compreensão, mas sua fala desconexa não significava nada para mim.

Não se faça de santo. Jonah deu um leve sorriso e continuou. Você já sentiu isso outras vezes, seu corpo também!

Lentamente a cena foi se desfazendo, de longe pude notar a silhueta da líder de torcida.

Jonah! Escutei a voz da garota. Ele é muito lento.

Acordei em um pulo, sequei o suor do meu rosto e tentei recobrar minha consciência, o quarto luxuoso com a estúpida fonte me trouxeram a realidade.

— Steven! — Resmunguei.

Percebi que ainda era cedo, aliás, seis horas para ser exato. Se eu fosse rápido poderia chegar em casa e acusar minha mãe de loucura uma vez que eu não havia saído de casa.
Coloquei minhas roupas e por um leve momento percebi que estava com seu cheiro, segurei a blusa que ele havia me emprestado e senti uma vontade incontrolável de passar em meu rosto... Droga, o que estava acontecendo comigo?

Fui ao seu quarto, tentei demonstrar que não estava satisfeito com a situação e que iria ao primeiro ônibus, abri a porta gritando:

— Será que você poderia abrir...

Olhei perplexo para o garoto, ele levantou em um pulo assustado.

— O que aconteceu! — Jonah ofegava.

Desviei o olhar corado, ao que parece Jonah não se preocupava em vestir nada para dormir.

— Eu não acredito nisso. — Olhava em outra direção. — Só me leve ao portão!

— A culpa é sua. — Ele sorriu e se cobriu com um lençol. — E dá próxima vez bata na porta.

— Não terá próxima vez! — Tentei voltar ao normal fingindo que aquilo não tinha me deixado com vergonha. — Eu só quero ir para casa e se Deus quiser minha mãe não vai me matar.

— Se quiser eu converso com ela. — O lençol caiu, Jonah tentou arrumá-lo, porem sem sucesso.

Por um momento nos olhamos, por mais constrangedora que fosse a situação eu só conseguia olhar para seus olhos, Jonah não fazia esforço para mudar a situação.

— Eu... — Tentei falar, mas as palavras não saíam.

Observei meu material em sua mesa, foi o que precisei para acabar com o silêncio e mudar o assunto.

— Eu também vim pegar minhas coisas. — Por um momento me questionei, ontem eu tinha uma vaga lembrança de que eu havia pegado tudo.

Andei em direção ao material, Jonah se ajeitava novamente com o lençol.

— Eu pego para você!

O garoto andou em minha frente, acabei pisando no lençol e enrolando meu pé, em uma fração de segundo tropecei nele e ficamos ao chão.

You belong with... Me?Onde histórias criam vida. Descubra agora