Primeiro de Janeiro

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O dia estava maravilhoso e a iluminação perfeita para um ensaio na praia de Copacabana no primeiro dia do ano. Algumas pessoas ainda estavam de frente para o mar, onde haviam passado a noite do réveillon, muitos amigos e casais. Praticamente me seguro para não sair oferecendo a cada um que aparecesse uma sessão de fotos, foi realmente um desperdício ter levado minha câmera.

Quando percebo, uma mulher me encara com desaforo esperando eu sair do fundo de sua foto de biquíni, eu sorrio sem graça e encontro um lugar qual eu possa descansar. Eu estava fazendo literalmente nada naquele dia, apenas andando pela praia e vendo os que ainda permaneciam na areia.

Desamarro a canga da cintura e coloco no chão, quando ouço um toque de celular. Olho para os lados e não vejo ninguém e começo a achar que estou louca após o barulho parar e iniciar inúmeras vezes, quando olho para o lado e vejo um celular novinho na areia um pouco longe de mim.

Será que eu atendo? E se for o dono do celular? E se eu ajudar alguém? Ave Maria eu sou muito curiosa?

- Alô - pego o Iphone X que custa mais que o meu aluguel e atendo.

- Lucas Carlos Condé onde você está? - uma mulher com a voz elegante responde.

- Oi então...

- Querida posso saber onde está ele? - falou calmamente.

Afasto o celular do ouvido e penso que besteira eu fui me meter, meu pai porque eu tenho que ser tão metida na vida dos outros? Minha mãe não me criou assim não.

- Ei, responde!

- Eu...eu achei esse celular na praia, não o conheço não - solto um risinho de nervoso.

- Você o roubou?

- Não, moça desculpa eu realmente encontrei ele.

- Eu acredito em você. Ok, me passa o seu número por favor? E qual seu nome? Sobrenome só pra deixar completinho, tenho várias Marinas. Tudo bem, farei contato.

Encarando o aparelho pensei o quanto ganharia se o vendesse, mas o anjinho no meu ombro prevalece, e ele diz que eu tenho de ser uma mulher honesta! Então resolvo voltar para a casa e continuar a organizar as ultimas sessões, editar fotos, pesquisar sobre novas tendências... e tenho que confessar, que eu amo o que eu faço.

{Mais tarde naquele mesmo dia}

Sento na cadeira da escrivaninha com uma xícara de chá de erva-doce do meu lado, como todos os dias e estalo os dedos pronta pra mais um dia de trabalho. Sei que muitos não valorizam o que eu faço, dizem que não é uma profissão, mas é assim que eu me sustento. Tem meses que vai mal, outros vão bem e eu assumo que sou apaixonada por formaturas, mesmo que me faça pensar na faculdade que eu cursei mas nem lembro de nada. 

Apenas com uma blusa e calcinha me ajeito na cadeira, os prazeres de morar sozinha. Ninguém me olhando, reclamando da louça que eu deixei na cozinha (além da minha consciência) e posso criar meu Alfredo em paz. Dou um pulo quando ouço a notificação mais alta do que o normal soar pelo meu celular.

Com certeza a mulher de hoje cedo, ninguém fala comigo pelo WhatsApp já tô acostumada. Mas não havia foto de perfil então arrisquei perguntar se era Giovana e a mesma confirmou.

- Olá Marina - tentei combinar inúmeros rostos com a voz para inventar uma imagem de uma mulher rica e malvada.

- Oi, então onde eu posso deixar para devolvê-lo.

- É isso que eu estava pensando, eu meio que te fucei no Instagram e te achei uma fotógrafa maravilhosa e estávamos pensando se você não pode... fotografar nosso ensaio de noivado. - fiz milhares de contas na minha cabeça pensando quantos milhares eu ganharia

- Ah, claro! Poderíamos  fazer um orçamento então?

- Sim, eu queria que fosse o mais cedo possível.

- Vocês são do Rio? - ela assentiu e eu prossegui com a tampa da caneta na boca enquanto anotava - pra quê dia?

- Amanhã? Meus sogros são além do necessário pra essa de casamento sabe?

- Não entendo moça, nunca tive sogros - rio de nervoso - mas amanhã? - repeti incrédula olhando para o relógio que marcava quase meia noite ( isso são horas?)

- Eu pago a mais, e eu estava pensando se podia ser praia, algum problema pra você?  - meus olhos brilharam imediatamente mas eu sou uma mulher honesta, não cobro a mais não.

- Relaxa, eu cobro normalmente como vocês se chamam?

- Lucas Carlos Condé e Giovana Garcia.

- Ok, espero vocês as 9:00 em Copacabana.

- Pode ser no restaurante da minha família? Casa Garcia - e eu rapidamente me liguei de que ela era rica, mas muito rica.

- Tudo bem Giovana. - sorri mesmo sabendo que não faria diferença, esperando ele desligar.

- O seu trabalho é lindo - inventou de puxar assunto.

- Obrigada eu aprecio sua admiração, teve alguma foto que você gostou? Podemos reproduzi-lá.

- Gostei da que a modelo está segurando a barra do vestido na água. Desde que eu não me ensope, esse casamento tá virando um peso garota - ri baixo

- Vai dar tudo certo - ignorei toda a formalidade com uma cliente.

- Nunca pensei ia me casar assim acredita? Nunca nem pensei que ia me casar - riu


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