Livres Prisioneiros

#1 Intro

Na discoteca, a música estava muito alta e Keenan via o amigo tentar a sua sorte com as jovens raparigas. Sorria divertido devido ao facto do amigo ser péssimo a conquistar atenção feminina.

Duas jovens, uma loira e uma morena, aproximaram-se de Keenan com alguma malícia no olhar:

- Olá. Estamos muito impressionadas contigo.

Era verdade que Keenan era muito bem parecido, os seus olhos eram de um castanho acinzentado que enamorava qualquer rapariga. A sua pele escura parecia aveludada e brilhante. O seu cabelo estava pintado de um loiro claro e as suas sobrancelhas mostravam ser castanhas escuras, a esquerda tendo um pequeno corte, uma cicatriz. Os seus lábios perfeitos escondiam um sorriso branco e brilhante que era o seu trunfo! Ao sorrir qualquer rapariga ficava rendida.

- Posso perguntar porque estão impressionadas? - Ele parecia curioso.

- És muito parecido com alguém famoso. Keenan Duke, o jogador de ténis.

Elijah sentou-se junto ao amigo:

- Vejo que já chamaste a atenção. Deixa-me adivinhar: elas acham-te parecido com o Keenan Duke?

- Parece que sim.

As jovens sentaram-se à frente dos rapazes:

- Podemos divertir-nos juntos. Que acham?

Keenan olhou para Elijah e viu um olhar suplicante no amigo.

- Muito bem. Mas aviso: não irei levar ninguém para casa e nenhuma de vocês irá passar a noite comigo.

Elas pareceram desiludidas, mas era entusiasmante estar junto a um jovem tão bonito. Por isso, concordaram.

...

Aliya estava a treinar com a mãe. Samira tinha sido uma jogadora de ténis famosa e agora estava reformada. Apenas ensinava ténis aos mais novos. Era uma das concubinas do rei Raj da ilha Aydaa*. E por isso, apesar de não ser considerada princesa, Aliya tinha sangue real. Era natural naquele local que as jovens não tivessem muita liberdade. A menina sonhava com o dia que poderia ser livre e fazer o que mais queria... Mas, tentava de momento fazer o seu melhor para impressionar o seu pai. Não era tarefa fácil. O rei raramente dava valor às mulheres. Tinha conquistado a sua mãe facilmente devido ao seu aspeto belo, Aliya jurou a si mesma nunca seguir esse proceder: todos os rapazes bonitos eram um alvo a abater. Quando tinha 6 anos, o seu pai ajudou uma família a restabelecer-se na Cidade Verde. Tinha estado fora por dois anos e Aliya sofrera com saudades irremediavéis. O ténis juntava-os. Assim que soube que o pai aprovava que ela seguisse a profissão da mãe, Aliya treinou todos os dias para ser a melhor jogadora feminina do país. Mas ficou chocada ao saber que o seu pai tinha apadrinhado um jovem de outra família, Keenan.

Odiava aquele nome! Odiava o rapaz que roubara a única ligação profunda que tinha ao seu pai. Ela merecia a admiração dele, não Keenan.

Samira viu que a atitude da filha parecia mais raivosa e potente:

- Aliya! Pausa...

A jovem parou de jogar e olhou para a mãe confusa:

- Ainda posso jogar mais...

- A tua cabeça está outra vez a pensar no Keenan.

Ela não respondeu até que viu o sorriso da mãe:

- Não é o que estás a pensar. - Defendeu-se - Tenho mesmo raiva àquele miúdo. Odeio-o com todo o meu ser!

- Não digas isso. Ele é um bom miúdo, apesar da família ser perigosa e de ser mulherengo.