Capítulo 18: Há Quanto Tempo

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Aimi narrando

Bom dia mundo! Nunca ativo meu despertador, acordo naturalmente cedo, é como se meu corpo soubesse o que eu tinha que fazer durante o dia e já se preparasse para isso. Moro sozinha, uma casa pequena, porém confortável, é tudo o que tenho no momento e é claro que minha vó eis meu bem mais precioso, minha única família. Depois do trabalho como todos os dias, irei lhe fazer uma visita, levarei algum presente para a mesma.
Faço meu café da manhã, não precisava de pressa, tinha tempo para fazer muita coisa. Sentar na mesa sozinha é estranho, em todo esse tempo eu não me acostumei e nunca vou me acostumar, sempre olho para cada lugar vazio e imagino como era antes, com minha família.

O trabalho me livrava de pensamentos que podiam me deixar arrasada. Peguei minha bolsa que sempre deixo sobre o balcão e colocando nas minhas costas vou trancando a porta de casa.
Minhas pernas não conseguiam acompanhar um ritmo tão rápido pedalando, ia com calma curtindo a brisa. Bem na esquina, havia um trio de crianças, adorava eles, eram uns amores, estavam indo para a escola que não era tão longe. Ao me verem gritam meu nome com todas suas forças e pulam acenando, querendo que os vissem. Segurando apenas com uma mão no guidom levanto a outra e aceno.

ー Bom dia! ー Passo por eles dando um imenso sorriso.

ー Bom dia Aimi! ー Retribuem uníssono.

Era um bairro alegre, todos se conheciam. Encontrava meus vizinhos pelo caminho e nos cumprimentavam acenando e desejando um bom dia. Me sentia bem com todo aquele carinho, mostrava uma família.
Agora no momento eu só queria muito parar numa padaria, eu sei que acabei de tomar um reforçado café da manhã, mas eu amava bolo de morango, desde pequena. Não conseguia passar um dia sem comer.
Parei em frente à padaria, e como sempre estava lotada, podia dizer que era a melhor da cidade. Deixei a bicicleta encostada bem na frente do estabelecimento e saindo entrei de imediato. Conhecia o dono, era um senhor maravilhoso, tinha um grande coração, sempre me tratou bem pois desde pequeno venho ao local. Tentou me ajudar no luto quando tudo aconteceu, se tornou como um pai por assim dizer. Os que trabalhavam lá me conheciam e sorriam para mim.

ー Aimi minha querida! Bom dia! ー Me avista, estava atrás do balcão ー Venha cá!

ー Bom dia senhor Yoshino. ー Me aproximo sorrindo.

ー É o último pedaço, guardei para você. ー Me entrega uma sacola, nela tinha uma linda fatia de bolo.

ー Muito obrigado ー Olho no relógio ー Minha nossa! Estou atrasada! Obrigado senhor Yoshino, até logo

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ー Muito obrigado ー Olho no relógio ー Minha nossa! Estou atrasada! Obrigado senhor Yoshino, até logo. ー Saio correndo.

Ele nunca me deixou pagar pelo bolo. Nem me lembro mais quantas vezes insisti para que aceitasse meu dinheiro, sei que não era caridade e sim consideração. Mas mesmo assim queria retribuir.

ー Cuidado! Vá devagar! ー Acena.

Coloquei o bolo na certinha da minha bicicleta e fui em direção ao trabalho.
Ainda bem que não tinha trânsito, assim pude chegar mais cedo. Guardei minha bicicleta e fui correndo para dentro da empresa, tentava ao máximo que o bolo na balançasse tanto para não melar ou quebrar.
Trabalhava no último andar, vi um elevador aberto e corri pedindo para o moço que estava entrando segurar para mim, ele apenas me olhou e ignorou. A porta estava fechando, acelerei um pouco e entrei pela lateral me esmagando. Respirei fundo e recuperei a postura. Aquele cara era horrível de ruim, não custava nada ter segurado a porta. Se bem que eu nunca o vi aqui, talvez seja novo.
Vi que ele apertou no botão para o mesmo andar que eu. Subiu alguns andares, até que parou de repente e já não subiu e nem descia mais. O moço agoniado apertou todos os botões em busca de algum resultado, que não teve. Se comunicou com o técnico, e nos disseram que demoraria um pouco para nos tirar de lá, que não era para se preocupar.
Ele estava impaciente, tirou seu casaco, e não parava de puxar a gola da blusa.

Ele é Meu Namorado dos Sonhos! Onde histórias criam vida. Descubra agora