– Você precisa mesmo pegar essas coisas a essa hora Emily? – Perguntei para a mulher deixando transparecer toda a minha irritação, tinha chegando em Balmoral tarde e ela me pediu para acompanhá-la até o outro lado do castelo para pegar algumas frutas e verduras frescas para amanhã, deveria ser a dispensa.
– Não precisa me ajudar se não quiser, eu não quero incomodar. – Ela parou de andar e me encarou parecendo sem graça.
– Me desculpe, eu estou sendo extremamente chata. Não tive um dia fácil, faço questão de te ajudar. – Falei com um sorriso no rosto e continuamos a caminhar. – Por que está tudo tão escuro?
– Durante a noite as luzes do castelo ficam ligadas em uma luminosidade menor para evitar um gasto excessivo de energia.
– Legal. – Depois de passarmos por alguns corredores Emily abriu a porta de um cômodo completamente escuro e pareceu pronta para procurar o interruptor. Mas as luzes se acenderam bem antes disso, luzes brilhantes e alegres.
– Surpresa! – Quando menos percebi muitos rostos conhecidos começaram a cantar parabéns e me guiaram até uma mesa com um bolo enorme no centro e diversos doces.
O que é simplesmente péssimo porque eu nunca sei como me comportar quando estão cantando parabéns, quando a canção finalmente acabou eu recebi abraços de diversas pessoas.
Os Windsor, Spencer, mamãe e papai, minha família do Brasil.
– Não está brava por termos escondido isso de você está? – Mamãe me perguntou com um sorriso largo no rosto.
– Eu posso ficar brava com você depois, agora que tal cortar o bolo? Eu estou morrendo de fome.
– Que tal dizer para quem é o primeiro pedaço? – Harry brincou.
– Vocês não me obrigariam a fazer algo tão cruel!
Cortamos o bolo e Meg me explicou melhor o que todos fizeram o dia todo. Montando uma "força tarefa" para receber os convidados e preparar a festa.
Mamãe mostrou vídeos meus de quando eu era pequena para todos (inclusive os com Diana) e distribuiu muitas fotografias minhas.
– Por que o seu cabelo está roxo? – William me perguntou mostrando uma foto minha de quando eu tinha 15 anos.
– Uma pintura de cabelo que deu errado?
– Não mesmo! – Papai me corrigiu parecendo extremamente feliz em contar aquela história constrangedora. – Amélia teve sua fase rebelde durante o ensino médio, até entrou para uma banda de rock, mas foi expulsa quando tentou tocar guitarra.
– Preste bastante atenção na palavra tentou, Amélia literalmente quebrou a guitarra.
– Não é minha culpa tá legal? Ela escorregou da minha mão. Guitarras são muito pesadas! – Reclamei enquanto todos riam de mim e no final eu também acabei gargalhando quando vimos o vídeo juntos.
Foi nesse momento que eu percebi o que todos estavam fazendo por mim, pessoas completamente diferentes se reunindo em uma noite para celebrar o meu nascimento. E observando cada uma dessas famílias, pude perceber que tinha um pequeno pedacinho de cada uma delas.– Amélia, o que está fazendo aqui? – Escutei a voz de Charles atrás de mim e fechei a porta da geladeira com brutalidade.
– Charles! Meu Deus, você me assustou!
– Sinto muito, eu fiquei preocupado em te ver fora da cama tão tarde.
– Não precisa se preocupar, só estou assaltando a cozinha. Aceita um pedaço de bolo?
– Obrigada. – Isso foi um sim ou um não? – Mas será que agora você pode me acompanhar até um lugar?
– Claro. – Respondi enquanto o acompanhava. – Não é outra festa surpresa certo? Eu gostaria de me preparar dessa vez.
– Não seria surpresa se você soubesse. – Ele disse simples e abriu uma porta, dessa vez para o meu alivio as luzes estavam acesas e revelaram uma parede completamente branca cheia de telas, quadros e tintas.
– Uau! O senhor pinta?
– É uma das minhas paixões, pintura em aquarela para ser mais exato.
– A algo mais de surpreendente no Príncipe de Gales? – Perguntei admirando as pinturas. – Não me diga que é um romancista!
– Absolutamente não. Eu só li um único romance em toda a minha vida e espero que continue assim. Fico feliz lendo apenas livros de história para George, Charlotte e Louis.
– Você lê para eles? Que fofo!
– É só quando tenho tempo... – Ele falou ficando vermelho. – Gostaria de ter feito o mesmo com você.
– Ainda temos tempo, eu adoro livros. – Sorri e ele tirou uma caixinha timidamente do bolso.
– Eu sei que ganhou muitos presentes, mas queria te dar algo especial.
Eu abri a caixa me deparando com uma pulseira brilhante e delicada, tinha um pingente em formato de brasão.
– Era o brasão de armas de sua mãe quando ainda éramos casados. Ele incluía o real brasão de armas do Reino Unido, parte do meu brasão e claro, do seu avô o Conde Spencer. Está vendo essa frase gravada? Dieu Defend le Droit, traduzido significa Deus defende o direito. É o lema do brasão Spencer.
– É coincidência demais! – Sorri enquanto ele colocava a pulseira no meu braço. – Muito obrigado Charles, eu amei!
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As vantagens de ser uma plebeia
FanfictionLady Di era admirada por todos como um ícone de estilo e elegância, uma das mulheres mais revolucionarias que já passou pela família real e que infelizmente morreu antes da hora. Mas e se a "princesa do povo" tivesse uma filha? A verdadeira origem d...