04 - Novas oportunidades

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[ 19:12:16 23/06/2019 MNT ]


Atualmente cinco horas se passaram. Espantado com o tempo, exclamo sarcasticamente ao meu pai.

– Rominim, Rominin. Onde está você Rominin?

Aparentemente ele não irá me responder. Esses túneis são chatos, não mudam em nada e ainda tenho que aguentar esses ratos esgueirando por aí. Que complicado, vou esperar alguma coisa e ver se tenho alguma resposta.


[ 19:21:42 23/06/2019 MNT ]


   – Tsuyoshi, queria respostas né? Então vou te explicar, estamos a poucos passos de uma escada suspensa em um teto de madeira, esse teto fica abaixo de uma casa em Rominin. Boa sorte ao chegar naquele local. Ah, e não se preocupe, deixarei mantimentos para quatro dias.

Não entendia em que ele estava pensando? Parece que ele realmente vai me deixar sozinho?

   – Voltando ao assunto... Se possível tire essa cara de trouxa enquanto eu falo. Obrigado. Vou te deixar lá e você vai ter que aprender a traçar seu rumo sozinho.

   – Sozinho, mas você é meu pai, seu desgraçado!

   – Além que não acredito em você, não acho que seja forte o suficiente para sobreviver, provavelmente vai morrer na primeira oportunidade

   – Mas pai, como você perceberia que eu estou vivo ou morto?

Bem, o que será que ele responderia, acho que sem ele vou ter várias dificuldades.

   – Quer saber Tsuyoshi? Foda-se você. Se fosse Ayaka ou Aimee eu poderia estar fazendo sexo naquele canto nesse momento. Me diz por que você teve que nascer homem e ainda imprestável?

Depois dessa vou me retirar da conversa, que desgraçado... E ainda é o meu pai.

   – Tsuyoshi esqueci de dizer algo, estou indo embora. Siga em frente para achar a escada. Adeus imprestável, boa sorte em Rominin. Porque vai precisar.

Enfim, preciso achar essa escada e ver para onde ela vai me levar. Tomara que Rominin não esteja com muitos zumbis, apesar de que já devem ter passado vários dias.


[ 20:00:00 23/06/2019 MNT ]


   – Então essa é a escada? Finalmente a achei.

Ah é, meu pai não está comigo agora... Como ele pôde fazer isso?

   – EIJI!!! POR QUE VOCÊ EIJI!??

Que voz triste e que choraminga é essa? De qualquer forma, tenho que achar um jeito de abrir esse teto falso. Já sei! Vou usar minha cabeça...

(CLACK-CLACK)

   – Aí, literalmente usei minha cabeça... Então, quem é que está chorando? Se identifique!

   – Mas que porra é essa, não posso nem chorar em paz que aparece um maluco invadindo minha casa e ainda por cima com a cabeça sangrando. Se identifique você!

   – Bem, desculpe-me. Eu sou Tsuyoshi, fiquei com medo, meu pai me colocou nesse túnel, não sabia aonde eu iria sair, e ainda mais com esses barulhos, fiquei realmente assustado.

Quem é esse cara? Que pessoa visualmente fraca! E um pouco mais novo que eu.

   – Eu sou Susumu. Desculpe pela minha aparência e por me ver desse jeito...

Ao menos ele enxugou as lagrimas. Devo fazer amizade com esse cara? Será que ele é confiável?

   – Então Susumu, eu vim de uma cidade próxima, mas ela está dominada por zumbis. Estou a caminho de Hiroty para encontrar minha família.

   – Você é louco em ir para lá! Cidades grandes sempre têm aglomeração maiores de zumbis. Até aqui já apareceram alguns, mas me parece que já saíram... Não sei bem ao certo.

Então isso é bom... Parece que ele ainda sabe conversar, vou dar um passo de cada vez e descobrir como estão as coisas.

   – Existem muitos mantimentos aqui com você? E por que estava chorando Susumu?

Não queria ter tocado nesse assunto..., mas tenho que coletar o máximo de informações possíveis!

   – Digamos que meu irmão morreu por conta desses zumbis. Sobre mantimentos, eu não tenho mais nenhum, desculpe.

   – Olhe, meu pai me deu mantimentos para quatro dias, com dois usufruindo disso durará em média de dois dias. Você sabe aonde podemos conseguir mais?

   – Bem... Antes da guerra entres esses zumbis e os fazendeiros. Fiquei sabendo que eles estocavam comida, elas ficavam na igreja da cidade, mas seria loucura ir até lá. O que nos resta é esperar e morrer aqui.

Imagina se meu pai conhecesse esse cara... ­

   – Susumu você é retardado? Não tem motivos para viver? Vamos fazer assim, hoje dormiremos e descansaremos, e amanhã você poderia me ajudar, e se ajudar a sobreviver. O que acha?

Bem, olhando ao redor tem duas camas ali, e uma porta bem trancada. Não sei como chegar na igreja e preciso da ajuda dele! Além de que uma amizade pode ser interessante.

   – Tsuyoshi né? Desculpe, seu nome é complicado... Morrer na solidão é melhor que morrer para essas coisas... Pare de ser louco!

   – Eu sou fraco, preciso de sua ajuda! E não vou deixar você se matar sozinho sem ao menos tentar algo. Seu irmão lutou para você sobreviver!

Hmm... Acho que não era uma boa ideia eu ter tocado no assunto do irmão dele. Mas ele é minha única esperança de agora.

   – NÃO FALE DO MEU IRMÃO! Você não sabe de nada... e nem saberá. Digamos que o máximo que irá acontecer com você é morrer para estes monstros carnívoros.

Meu deus, como esse cara é chato.

   – Susumu, você é um bosta. Estou te oferecendo ajuda para que possamos viver, eu preciso viver. Ou você acha que eu não tenho medo disso também? Por causa desses malditos monstros vi meu primo ser morto na minha frente, meu pai vive rindo de mim, ainda tem o resto da minha família numa porra de escola em Hiroty e quando vejo alguém com a mesma idade que a minha e está vivo, ele é um bosta igual você.

Só me falta esse cara chorar de novo. Será que ele não percebeu que podemos nos unir?

   – Desculpe cara, ah vamos tentar então. Não sou forte o bastante para, mas é a vida, que tal sermos amigos então. Logo ali tem duas camas, melhor tentarmos dormir agora que não há barulhos, porque amanhã vamos ter um longo dia. E podemos torcer para não morrer... ­

   – Susumu a gente não vai morrer, acredite na sorte. Vamos apenas descansar por hoje e rezar por um amanhã melhor.

Melhor eu ficar de olho nesse cara ainda... esse Susumu não parece nada idiota.

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