Prólogo

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Brasil, (determinada cidade e estado)

12:00 PM

Dando passos longos, continuo a caminhar em direção a porta do embarque, e minha mãe, atrás de mim, continua em sua insistência..

S/m: filha, por favor, não vai..

Viro em sua direção e olho atentamente a mesma..

: mae, não precisa se preocupar.. Eu vou ficar bem.

S/m: esqueça essa história, fique comigo..

: olha, -pego em suas duas mãos- essa viajem vai me fazer muito bem. Já tenho 20 anos, posso me cuidar sozinha. Aliás, a senhora pode me ver quando quiser.. -digo tirando o celular do bolso, e mostrando a ela- é só ligar por chamada de vídeo. Fica bem, tá? Te amo. -digo dando um leve beijo na sua testa-

S/m: por favor, tenha cuidado. Eu te amo, minha filha. -disse a mesma com os olhos marejados-

: Isso não é um adeus.. -forço um sorriso-

Vê-lá daquele estado me deixava de coração partido. Mas mesmo assim, dou um forte abraço na mesma, e logo vou em direção ao corredor de embarque. Sabia que se olhasse para trás seria pior, então, ergui a cabeça, e segui em frente.

Após entrar no avião, que por sorte, estava habitável (sem muitas pessoas), logo sentei perto da janela, coloquei meu fone de ouvido e comecei a pensar nessa nova jornada da minha vida. Tenho tantas dúvidas em questão a isso, tenho tantas perguntas para meu pai, "por quê ele nos abandonou?" "por quê não deu explicações?" "por quê deixou minha mãe praticamente sozinha na Coréia, apenas comigo ainda criança?".. Entre essas e outras, quero muito que essa viajem dê certo.

Entre muitos e muitos pensamentos, acabei adormecendo. Após algumas horas de sono, percebo que ainda são 3:00 da manhã. Ainda faltam muitas horas para esse voo sem escalas acabar. Logo vou me distraindo com o celular, domindo, comendo, olhando pela janela do avião etc. Depois de muitas e muitas horas, logo ouço a voz do capitão, avisando que já estavamos na Coréia. Logo olho para janela, a qual já poderia ser considerada um travesseiro, pois eu havia escostado muitas vezes para cochilar na mesma.  Vejo aquele belíssimo país, que ao ser iluminado pela luz da lua, tudo fica ainda mais belo e visível. Eu nem estou acreditando que estou em solo coreano, ou será que devo dizer céu?. Logo, o avião fez um pouso perfeito. E obviamente, após o avião pousar, peguei minha malas e já fui em direção a porta. Sim, a ansiedade de estar (agora sim) em solo coreano, me faz delirar. Observei o local por alguns segundos, mas logo fui saindo do aeroporto para ir para minha antiga casa, a qual irei ficar durante essa busca pelo meu pai. Confesso que estou um pouco ansiosa, morar sozinha, país novo.. Tudo muito diferente, e por incrível que pareça, isso só me deixa mais animada.

Depois de alguns minutos na porta do aeroporto, consegui um táxi, ajudei o motorista com minhas malas extremamente pesadas, e logo entrei no carro. Fui o caminho todo observando o quanto aquela cidade havia mudado. Seul, minha linda cidade natal. Depois que me pai foi embora, minha mãe não quis viver sozinha na Coréia, por isso voltou para o Brasil, deixando a casa toda mobilhada para trás. E agora, estou indo morar na mesma. Depois de meia hora de carro, vejo o mesmo virar em uma esquina, a qual era um pouco familiar para mim. Depois de alguns segundos, o carro para, e quando eu olho para janela, vejo aquela casa enorme, e do nada me veio tudo de bom que eu vivi alí.

Desço do carro, fico tão impressionada olhando para casa, que quando olho para trás não encontro mais o táxi, apenas minhas malas ao meu lado. Peguei as mesmas e em passos rápidos vou em direção a porta, logo destranco a porta e abro a mesma. Tudo continuava como antes, a sala, a escada, a cozinha.. Logo entro na casa, tranco a porta e largo as malas na sala, começo a subir os degraus da escada passando minha mão pelo corrimão, começo a lembrar de dias bons. Apesar de ser muito nova naquela época, eu consegui armazenar algumas lembranças. Ao subir a escada, me deparo com um corredor com portas nas laterais, portas que dariam acesso a quartos, obviamente. Logo vou até a porta do meu antigo quarto, dou um leve suspiro, e logo abro a mesma. Minha cama de solteiro, cortinas rosas, meu antigo guarda-roupa.. Tudo tão nostálgico. Mas mesmo assim, eu sabia bem onde eu dormiria, no antigo quarto dos meus pais, o quarto mais grande da casa.  Logo saí do quarto, o qual fica de frente com o antigo quarto dos meus pais. Desço para sala, pego minhas malas, e novamente subo as escadas. Abro a porta do antigo quarto dos meu pais e rapidamente me jogo naquela maravilhosa cama fofinha como nuvem. Enfim, decido mandar uma mensagem para minha mãe, avisando que eu já havia chegado.

*Mensagem On*

Mãe ❤

Oi mãe, já cheguei. O voo foi muito cansativo, vou tomar um banho e vou dormir. Estou perfeitamente bem, te amo. 💕

*Mensagem Off*

Depois de mandar a mensagem, fui para o banheiro tomar um banho. Tiro minhas peças de roupa, e logo vou para o chuveiro. Durante o banho, começo a imaginar como será minha vida agora, trabalho, amigos, achar meu pai.. Tantas coisas ainda pendentes. Será que vou conseguir realmente achar meu pai? Tudo tão duvidoso, porém, tão atraente. Sempre gostei de aventuras, e não irei desistir tão fácil desta.

Um amor por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora