Os planos saindo do papel!

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Um dia atrasada mas consegui postar... Espero que gostem!!!

Rafael

Definitivamente nada saiu como planejei. No início do treino das meninas recebi a ligação da minha mãe dizendo que passou mal e que estava no hospital, mais do que depressa corri para ficar com ela. Chegando lá descobrimos que dona Ana vulgo minha mãe, está com a pressão alta e não estava se cuidando direito, por isso teve um desmaio, a sorte e que estava com a dona Maria, nossa vizinha e amiga de anos da minha mãe, e foi ela quem a levou ao médico.

Depois do susto voltamos para casa. Liguei para Mariana que não estava pôr perto, pois teve que ir na cidade vizinha resolver umas coisas da academia, mas a tranquilizei dizendo que nossa mãe só precisaria tomar os remédios certinhos, e cortar um pouco do seu tão amado sal.

O restante do dia tirei para mimar bastante minha mãe. E assim mais uma vez tive que deixar para depois o plano de conquistar a Luana.

Luana

- Meu Deus Rebeca, você quase me matou de susto com aquele grito dentro do carro. – Falo depois de já me acalmar do estresse que foi chegar em casa.

Tudo isso por que, assim que eu estava descendo do carro, Rebeca notou que a porta estava aberta e pediu para ir primeiro.

Ela entrou e depois de olhar tudo me chamou. Não tinha ninguém dentro da minha casa, mas parecia que havia passado um furacão nela, minhas coisas estavam todas reviradas, nem parecia que horas atrás estava toda organizada, já que meu novo hoby é arrumar casa.

Agora depois de já organizar algumas coisas para pelo menos poder transitar sem pisar ou trombar em nada, me deixo respirar um pouco.

- Me desculpa Luana, mas é que fiquei preocupada. – Ela diz prendendo os cabelos em um coque, e sentando na ponta do sofá.

- Obrigada de novo, mas só não entendi porque você queria vir na frente, somos as duas, "mulheres indefesas" e você não poderia fazer nada se tivesse pessoas aqui dentro.

- Você tem razão. Mas eu treino a mais tempo que você, e – ela deu uma parada e logo depois, como se estivesse pensando em o que dizer soltou - já trabalhei como segurança em boate. O instinto falou mais rápido.

- Huum, tudo bem, isso eu não imaginava. – Digo pelo fato dela falar que já foi segurança e não parecer nadinha com uma.

- Pois é ne! – ela diz olhando para todos os lados, menos para mim. - Mas mudando de assunto o que foi que aconteceu aqui. Por que entraram em sua casa?

- Está aí uma boa pergunta. Não faço ideia. – Falo olhando novamente que todas as minhas coisas estão aqui, não levaram nada. O que me faz ter quase certeza de que foi os homens do Sr. Rush. Mas o que eles iriam querer se tenho um prazo para entregar o dinheiro?

Vou para a cozinha fazer um suco para a gente, e Rebeca me pede para ir ao banheiro, explico para ela onde fica, e a aviso que ele pode estar intransitável também, já que não fui nele ainda. Só conferi meu quarto cozinha e sala, deixando o quarto da Carol e o banheiro social para depois.

- Luana vem ver isso! – Rebeca me grita do banheiro.

Quando chego ao banheiro a encaro com uma cara de "ta doida?" já que banheiro está do jeito que havia deixado, ou seja, organizado.

- Olha para o espelho. - Olho para ele e vejo o motivo do que a fez me gritar. Está escrito de batom apenas duas palavras, mas que foram capazes de me arrepiar até os cabelos da nuca. "Estou chegando".

Olho para Rebeca com os olhos arregalados e começo a chorar.

***

Rebeca me levou para a sala, e tentou me acalmar, quando conseguir parar de chorar ela foi terminar de fazer o suco e trouxe um copo para mim. Ela fica me olhando, e eu sei que esta curiosa para saber o que aconteceu, mas respeita meu momento.

Quando enfim me acalmo o bastante, conto para ela apenas o essencial. Que meu pai morreu devendo um mafioso, e que agora eu é quem tenho que pagar a divida dele. Ela não me interrompe em momento nenhum, mas presta muita atenção no que falo. E por fim pede para ver a carta de ameaça que recebi.

Sr Rush

- E então, conseguiram encontrar algo? – Pergunto para meus capangas, que entraram na minha sala. Estou sentado na minha mesa acompanhando como vão meus negócios obscuros, e percebo que a cada dia que passa me dão mais lucros. Tiro os olhos das planilhas do mês, mas me arrependo, pois assim que olho para a cara desses babacas já sei que a visitinha a casa de Luana foi inútil.

- Nada chefe. Acho que ela não sabe de nada. Vasculhamos a casa tod...

- Já entendi seu imbecil, não quero ouvir que não encontraram nada pois isso está na cara de vocês. Pelo menos fizeram o que mandei?

- Sim, deixamos o recado que o senhor mandou. - Assim que me respondem os dispenso, e eles saem da sala. Estou ficando cansado disso, só quero o meu dinheiro, e esse babaca do Marcos ate depois de morto está dificultando as coisas na minha vida.

Pego uma dose de vodka no meu bar e vou para a janela da minha sala, de onde consigo ver as pessoas lá em baixo se divertindo, gastando, apostando o que tem e o que não tem... E eu amo isso, ver as pessoas ficarem presas pelas suas próprias mãos, podem me chamar do que quiser, sou assim... E me lembro que meu amigo também gostava, ele era até mais esperto para fazer as pessoas se enrolarem em seus próprios desejos obscuros...

Volto ao tempo me lembrando do dia em que as coisas começaram a mudar...

Éramos os três, sempre foi assim, desde a escola no ensino fundamental. E sempre tivemos o mesmo desejo, conseguir ganhar o mundo. Parece meio piegas né? Mas o mundo que digo é no sentido literal. Sempre gostamos de poder, ter a atenção, ter as pessoas nas mãos... e juntos, cada um de um jeito montamos um time. E fomos crescendo com o passar do tempo.

A minha visão de ter tudo aos 14 anos era pequena, eu assumo, mas mesmo assim, era muito mais que as pessoas normais desejavam. Eu queria poder custe o que custasse.

Percebi com o tempo que Julie e Marcos se apaixonaram, e isso não estava nos nossos planos. No início eu até fiz eles perceberem algo que estava tão na cara. Isso não me incomodava, - digo e repito, na época - eram meus amigos e juntos conseguiríamos tudo. Aos 16 anos veio um baque em nossas vidas, Julie estava gravida. Mas resolvemos fazer dar certo, nossos negócios não poderiam parar. Na época tínhamos um jogo do bicho no porão da casa do Marcos, o pai dele não era muito de se preocupar, ao contrário do meu.

Julie ganhou seu bebe, os dois continuaram juntos... Anos foram passando. Fui obrigado a entrar para a faculdade, mas continuamos juntos, até o dia em que nosso time começou a se desfazer. Primeiro comecei a notar coisas em Julie que antes não mexiam comigo e isso foi ficando mais forte, até que não consegui esconder. E este foi o primeiro passo para nosso trio acabar...

- Sr rush, tem um cliente que gostaria de conversar com o senhor. – Escuto o gerente do meu cassino me chamar e volto ao presente. Me viro bebo o restante da minha vodka de uma vez, e aviso para mandar ele subir. Esfrego uma mão na outra, dou um sorriso macabro. Vamos ver o que ganharei hoje.

TatameOnde histórias criam vida. Descubra agora