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*Nota: Oiêee, tudo bem? Vocês devem estar confusos, já que posto capítulo toda sexta-feira SHAUSHAUH

Vou precisar resolver umas coisinhas amanhã, e estava com medo de não conseguir postar o capítulo, então achei melhor postá-lo hoje, quinta-feira.

Acredito que semana que vem sai capítulo no dia normal. Desculpem pelo transtorno :(

Ps: se tiver uma imagem na mídia, peguei a foto do @/danidioart no Instagram, porém a """""ediçãozinha""""" é minha. ( muitas aspas porque não fiz praticamente nada kk )

Boa leitura! <3

Pov Daniel

Respirei fundo. Soltei a mão dele e resolvi começar a falar, olhando para baixo.

─ Desde pequeno, eu percebia que era diferente das outras crianças. Não me encaixava em nenhum lugar. Enquanto a maioria das crianças gostava de jogar bola, pular corda, amarelinha... Eu adorava desenhar, pintar, tudo que envolvia arte... Fui um bom aluno durante toda minha vida, até o segundo ano do Ensino Médio. – pausei. – Quando cheguei no último ano, a pressão começou. Eu não sabia o que queria fazer, mas como amava arte, era apaixonado por desenhar e pintar, pensei em fazer algo relacionado a isso, sabe? Ser artista ou até mesmo professor de artes, poder ensinar e tal... Mas quando fui conversar com meus pais, todo animado contar sobre o meu sonho, adivinha? Me jogaram um grande balde de água gelada. – pausei novamente, não queria chorar. – Eles me disseram que se eu fosse seguir essa carreira, não teria dinheiro, iria passar fome e não ter onde morar. Iria ficar na casa deles até morrer. Disseram que ser artista não é uma profissão de verdade, é uma coisa de vagabundo, e que... – senti minha garganta travar. – ... E que, de qualquer forma, eu não sou bom o suficiente.

Parei por um momento, peguei o copo de água e bebi um pouco. Elídio não falou nada. Decidi continuar.

─ Eles pagaram minha faculdade assim que terminei a escola. O curso escolhido por eles foi o de contabilidade. Concluí o curso sendo obrigado, não estando feliz. Acho que consegui concluí-lo mais pela força do ódio mesmo. – soltei uma risada. – Mas pelo menos consegui arrumar um emprego rápido, juntar dinheiro e me mudar da casa deles. Estava infeliz trabalhando? Sim, porém tinha meu dinheiro. – suspirei pesadamente.

Bebi mais um pouco da água e voltei o copo ao lugar.

─ Os anos passaram, e depois de muito tempo, eu entendi que sou gay. No começo, não sabia como reagir a isso, o que fazer. Não tive muitos amigos; só tinha meus pais. Éramos uma família pequena, só nós três. Sem irmãos, sem bichos de estimação. – respirei fundo. – Estava confuso, mas ao mesmo tempo sabia que era gay, não tinha dúvidas quanto a isso... Numa noite, fui jantar na casa deles e eles começaram com aquelas conversas de "Daniel, cadê sua namorada? Nós queremos netos logo! Arrume logo uma mulher ou você vai acabar sozinho!" – falei, fazendo aspas. – E então... – minha voz acabou travando.

─ Respira fundo, com calma. – Elídio pediu, com a voz doce, porém entristecida. Me acalmei minimamente e continuei.

─ Eu acabei me assumindo... E-eu não sabia o que esperar, mas não esperava que a reação deles fosse tão ruim. – senti lágrimas se formando nos meus olhos. – Ambos não me aceitaram. Disseram que eu só queria chamar atenção, que é uma vergonha ser gay e mais um monte de coisas que apaguei da minha mente. Saí chorando da casa deles, sendo expulso, dizendo que fizeram de tudo por mim, pagaram um curso caro e é assim que eu retribuo esse "favor". – fiz aspas com os dedos, ao que minha voz já falhava. – Peguei o dinheiro que estava guardando e mudei de cidade, vindo morar aqui, um lugar pequeno e tranquilo. Consegui meu emprego e estou nele até hoje. – finalizei.

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