capítulo 24

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Já faz mais de três horas que eu estou na delegacia prestando depoimento, eu era pra estar no hospital a duas horas atrás, alec está fazendo corpo de delito, faz meia hora que eu fui liberada e ele entrou, ainda não acredito que ele machucava o próprio filho, minha mãe está do meu lado chorando por mim e alec.

- eu vou meter esse homem na cadeia nem que seja a última coisa que eu faça - lágrimas escorrem por seu rosto que antes era só sorriso, seu Abraço e tão reconfortante que me encolho ainda mais a sua volta - você vai pedir o divórcio ainda hoje.

Apenas acinto com a cabeça, a porta do corredor da delegacia é empurrada com certa brutalidade que faz um estrondo percorrer por todo o lugar, e ele surge em meu campo de visão, com seu jaleco e olhos preocupados, varrendo o lugar, ele para em mim e num instinto corro para seus braços, ele me pega e cria um bolha em nossa volta.

- ele batia no alec!

Choro por ser uma mãe negligente e não ter percebido antes, choro por passar mais tempo trabalhando e o ter deixado de lado, tão pequeno e eu tão ausente.

- ele vai ficar bem. - ele passa suas mãos por meus cabelos.

- eu fui uma péssima mãe, eu achava que eram machucados de tombos das suas brincadeiras.

Me encolho mais e não controlo os soluços no meio do choro, ele me puxa até um banco e me coloca em seu colo e começa a me ninar, até que eu fico mais calma.

- não foi culpa sua, você confiava nele, ele era seu marido e pai do seu filho, não tinha como saber.

Apenas acinto com a cabeça e poucos minutos depois, nos ouvimos a porta ser aberta e alec corre em minha direção com um pirulito na mão, o pego no colo e o encho de Beijos.

- mamã, ganhei um pilulito. - ele sorri pra mim e meu coração se aquece ainda mais.

- que bom meu filho, você tá bem?

Ele acente e começa a comer seu pirulito, logo já quer ir para o colo da vovó, o delegado me chama, e diz que foi confirmado o espancamento, mas que ele não vai ter nenhuma sequela, Mas por pelo menos uns três meses ele vai precisar de acompanhamento psicológico.

- foi tão grave assim? - pergunto perplexa, o que Fernando teria feito a nosso filho, se não tivéssemos brigado?

- Lamento dizer isso, mas sim foi muito grave.

- Delegado, e o que vai ser desse indivíduo? - Thiago assume o assunto enquanto eu vou para perto da minha mãe que brinca com alec.

- mamã, tô com fome.

- assim que chegarmos em casa a mamãe faz aquele macarrão que meu menino ama.

Ele acente e deita no colo da vovó e logo dorme.

- Mãe, a senhora fica comigo em casa? - pergunto um pouco envergonhada.

- claro filha, nunca que que a deixaria só numa situação dessa.

Thiago volta depois de quase meia hora conversando com o delegado e diz que no leva até em casa, e assim que chegamos ele sobe conosco e coloca alec na minha cama enquanto minha mãe vai tomar um banho para se deitar.

- Obrigado por estar comigo.

- nunca a deixaria. - ele me abraça e aproveito seu perfume.

- o que você e o delegado estavam conversando? - o puxo para o sofá e sentamos.

- bom, o Fernando ele é irmão de um cara chamado Geraldo, e pelo oque o delegado falou, você já prestou queixa sobre ele, por estupro e agressão, e ele fugiu da cadeia a uns quatro ou cinco anos.

Meu Deus, o que eu mais temia aconteceu, ele vem atrás de mim.

Revisado.

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