capitulo 11

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São meia noite, e acabo de chegar exausta depois de apresentar meu trabalho na frente de toda a turma.
E não, não fiquei fazendo hora extra só por que aquele médico idiota quis, terminei meu horário e fui direto para a faculdade, sem dizer nem tchau pra ele.
Só que o problema foi que ele não parou de me ligar a noite toda, mas me mantive firme, amanhã vejo o que ele tem a dizer.

                           ***

- qual parte você não entendeu de ficar depois do horário? - ele diz bem serio com seus olhos cravados em mim.

- e qual parte o senhor não entendeu de que eu tinha trabalho para apresentar? - digo no mesmo tom que o seu.

- precisávamos de uma clínica geral a noite- explode batendo seu punho fechado na mesa.

- Mas tem mais dois, por que justo eu que faço aulas a noite tinha que estar?

- por que eles foram chamados para outros hospitais. - me olha como se fosse óbvio.

- teve alguma emergência? - meu tom de voz soa mais baixo que o habitual.

Ele pega sua prancheta e da a volta na mesa pegando meu braço com sua mão forte.

- aonde vamos?

Com passos largos ele me leva direto para a CTI.

- olha!

Me direciono para onde seus olhos estão e vejo pessoas nos corredores cheias de queimados graves, gemendo de dores, nesse momento sinto uma lagrima descer por meu rosto.

- desde quando el.....

- eles estão aqui? Chegaram uma hora depois que você saiu.
Recebi uma ligação de que a frabrica de energia elétrica pegou fogo por causa de um fio que escapou não sei direito, mas muitos se feriram, e sobre-lotaram os hospitais da cidade, e pediram para que recebessemos os mais graves, por isso você tinha que ficar.

Por causa de uma birra minha perdi de ajudar as pessoas, como sou burra, uma culpa me atinge, e mais algumas lagrimas descem.

- eu não sábia...

- achou que era por birra? - acinto - só pediria que ficasse aqui se fosse sério, por que eu sei que você tem aula a noite, achei que fosse mais profissional, não preciso de uma criança na minha equipe.

Suas palavras ficam martelando em minha cabeca assim que ele sai, me permito por um minuto apenas ficar parada o vendo sumir em meio aos corredores brancos daquele enorme hospital.

"achei que fosse mais profissional"

Ele ta certo, tenho que ser profissional, ele e meu chefe e mentor, preciso obedecer, vidas dependem de mim, isso não e mais uma aula, e minha profissão, quando ele falar que tenho que ficar, tenho que obedecer sem questionar, não posso deixar isso se repetir de novo.

Deixo meus pensamentos de lado e vou atender os pacientes mais graves, me concentro de corpo e alma em cada um, afinal e isso que eu amo fazer.
Depois tenho que ir me desculpar com ele, para que não fique aquele clima chato, já que vou trabalhar com ele por tempo indeterminado.

                          ****

Antes de ir para a faculdade, o espero do lado de fora da ala de cirurgia em que ele se encontrava.
Em poucos minutos o vejo saindo ao lado da Dra Alice, ela passa por mim esbarrando em meu ombro, mas a ignoro e continuo fitando os olhos desse homem.

- quer algo? - sua voz rouca me faz arrepiar imediatamente e com toda força me concentro no que vim fazer.

- Dr. vim pedir desculpa pela minha irresponsabilidade no dia anterior, minha atitude acabou por prejudicar alguns pacientes, prometo que isso não irá acontecer de novo, sendo que fiz meu juramento e vou cumprir.

com a minh cabeça baixa me viro e vou saindo mas sinto sua mão tocar meu braço e me forçando a voltar a olhar em seu lindo rosto.

- tenho certeza de que é uma ótima médica, não me faça duvidar de você, e nem de ter lhe escolhido para meu hospital.

Ele sai na frente depois de proferir suas palavras eu sigo, assim que chegamos no saguão do hospital cada um segue seu rumo para mais um dia.

Revisado!

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