Capítulo - 3

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Frida tinha que correr contra o tempo, faltava menos de 3 horas para começar o casamento da irmã.
- Porque você não deixa sua amiguinha aqui para terminar o resto pra você? - pergunta Antônio, que já estava começando a ficar desesperado.
- Relaxa - Respondeu Frida. Ela estava em cima de uma escada e colocando mais daquelas flores que Antônio não sabia o nome.
- Eu termino pra você, chefe - Disse Vivian.
A garota era uma completa gata, pensou Antônio. Bem que ela poderia ser seu par. Não a mau humorada da Frida. Quem sabe depois do casamento? Pensou por fim.
- Eu comecei e vou terminar - disse Frida.
- Não, não - disse Michelangelo, Frida já estava descendo as escadas, e seu irmão pegou seu braço - Você ainda nem se arrumou, todos aqui já estão vestidos.
- É verdade, Fri. - disse André - Já estamos acabando, pode ir.
Frida olhou pra eles, e depois pra si mesma. Ela nem parecia a irmã da noiva, parecia mais uma empregadinha.
- Tudo bem - suspirou - Mas só por que meu irmãozinho pediu - E saiu sem nem dar uma explicação.
- Ela é igualzinha ao nosso pai - Suspirou Michalangelo - Só espero que ela lembre que a noiva é a Mona. Se não, ela só vai chegar aqui amanhã.
Antônio bem que sabia que Frida era a pessoa mais atrasada que ele conhecia. Só esperava que as duas irmãs não brigassem no casamento.
- Até parece que vocês não conhecem a nossa Frida - Comentou André - Ela se atrasa para chegar nos lugares, mas para se arrumar é rápida.
- Verdade - Confirmou Vivian.
- Vem, bi. Vamos terminar de arrumar. - Chamou André, e os dois se afastam.
Fernando chama uma garota do Buffet e pede uma bebida, seu copo foi esvaziado com um gole, fazendo o líquido descer queimando pela garganta.
- Relaxa, cara. Não queremos que o noivo fique bêbado antes de começar a festa. - Diz Michelangelo.
- Eu acho melhor você ir para a igreja. Eu e seu cunhado vamos ter que esperar as mulheres - informa Antônio.
Antônio ouve passos e se vira. Um homem de pele bronzeada, olhos cinza, cabelos quase grisalho se aproxima.
- Olá, rapazes. - cumprimenta Hélio, futuro sogro de Fernando. - Onde está Frida ?
- Se arrumando, pai.
- Só falta a gente, então vou andando- Apressa Fernando.
- Vou subir e ver se Monalisa já está pronta. - Diz Hélio, subindo as escadas .
Antônio se senta em um dos degraus da escada, enquanto espera por Frida. Ele estava torcendo para ela não esta cheirando a rosas, caso contrário, a chegada até o altar seria um completo desastre. Antônio começa a pensar na mulher com quem passou a noite ontem, Ana, quando passos nos degraus da escada o trazem de volta à realidade, Antônio se levanta e depara com uma mulher elegante.
Frida está usando um vestido longo. A parte do decote é aberta no formato de um quadrado, as costas é nua. Na cintura, há um cinto que marca suas curvas. O vestido começa com a cor roxa, quase preto e vai clareando quando chega na barra, o vestido tem o tom de lilás, quase branco. No pescoço usa um delicado colar com uma pequena pedra branca, os cabelos castanhos-claros na altura do pescoço, estão presos num elegante coque. Sua franja dá um ar de mistério em seu rosto, duas tranças se unem a esse coque. Seus olhos cinza se destacam por causa do delineador, parecendo maiores. Seus lábios estão cobertos de vermelhos.
Frida olhou para Antônio e vê que ele parece espantado em vê-la.
- O que foi? - pergunta Frida.
- Só estou... espantado ao ver que na verdade eu não estava ensaiando com uma mendiga - diz Antônio, tentando disfarçar.
- Não, querido. A verdade é que você estava ocupado em admirar as outras mulheres.
- Para você ver que eu tenho bons olhos.
- Eu sei, afinal você não para de olhar para mim. - diz Frida, descendo os últimos degraus da escada.
- Não sabia que era convencida.
- Eu tive um ótimo professor nas últimas semanas.
- Por que você...
Um menino apareceu do nada e pulou no colo de Antônio, os dois se abraçaram.
- Você demorou - Reclama Antônio.
O garoto é igualzinho a Antônio. Pele morena, grandes olhos verdes e cabelos pretos cacheados. Frida cruza os braços e olha para Antônio.
- Não sabia que tinha filho - comenta ela.
- Ele não é meu filho, é meu irmão - explica.
- Oi, eu sou o Diego - cumprimenta o garoto, estendendo a mão.
- Oi Diego, sou Frida - diz sorrindo.
- Você é a nova namorada do meu irmão? - pergunta Diego, confuso.
Antônio arregala os olhos.
- Claro que não - grita Antônio.
- Tem razão, ela é mais bonita do que suas outras namoradas - diz Diego.
- Diego! - censura Antônio.
- Obrigada querido - diz Frida, passando a mão no rosto do garoto.
- Vão para a igreja agora!!! - grita Monalisa do pé da escada.
Mona estava com um vestido maravilhoso. O corpete era coberto por pequenas pedrinhas, o decote era em "V", a saia do vestido é bufante. Sua maquiagem é suave, no pescoço usa um colar com uma pequena pedra branca. Seu cabelo está preso.
- Frida, querida - diz Hélio, descendo as escadas para fala com a filha - Está lin...
- Podem ir, os quatro - diz Mona.
- Ok - diz Frida.
Antônio, Diego e Michelangelo vão junto com Frida para o carro e em 40 minutos estão na porta da igreja esperando Mona.
- Agora vamos esperar a madame chegar - suspirou Frida.
- Você odeia esperar? - pergunta Antônio.
- Odeio - responde.
- Mas deixa todos esperando - Frida não quer nem olhar pra Antônio agora.
- Acabou ? - pergunta Michelangelo.
O carro com Mona e Hélio chega e os dois descem.
- Finalmente!
A cerimônia na igreja dura cerca de uma hora, os convidados se dirigem para o salão de festas.
Frida se senta em uma mesa e Diego a segue.
- Frida? - chama o garoto.
- Sim?
- Eu estou com fome! - Reclama Diego.
- Ok, vou pegar alguma coisa para comermos - Frida se levanta.
Ela pega uma bandeja e começa a colocar doces, cupcakes, refrigerante. Frida se vira para voltar a mesa.
- Nossa, você come bem - comenta Antônio.
-Seu irmão está com fome, e já que o irmão dele não se preocupa com ele, resolvi pegar.
Antônio mudou até de cor.
- Caramba, eu esqueci completamente dele.
- Eu acho que ele sabia disso, afinal veio até mim.
- Agora pode deixar comigo...
- Para você ser o salvador no final? Nem pensar.
Frida riu da esperteza de Antônio, deixou ele falando sozinho, e se misturou na multidão.
Antônio a seguiu de perto, cada passada dele era uma caminhada de Frida.
- Oi querido - ouviu a voz de Frida na frente.
Seu irmão estava com uma cara de inocência fingida, Antônio sentiu vontade de sacudi-lo. De todas as pessoas na festa porque Diego escolheu logo ela? Mas graças a Deus Antônio só veria Frida até hoje.
- Oi moleque - disse Antônio quase trincando o maxilar.
Diego conhecia aquela cara, só significava uma coisa, ele tinha aprontando alguma coisa.
- O que eu fiz? - perguntou com a voz trêmula.
Diego admirava Antônio, mas também morria de medo do irmão mais velho.
- Apenas existiu! - respondeu.
- Antônio! - disse Frida alarmada - É brincadeira, Di. Toma, come - Ela passou a bandeja pra ele.
- Eu acho melhor não - Ele riu nervoso.
- Olha o que você fez! - disse Frida, fuzilando Antônio com os olhos.
Aquela garota encantadora tinha um pouco da antiga Frida, pensou Antônio.
- Pode comer, Diego - disse Antônio.
- Eu quero saber o que eu fiz de errado
- Porque você não pediu pra mim pegar comida pra você?
- Você disse pra mim assim "Quando eu estiver com qualquer garota, não é para falar comigo."
- Então é difícil falar com ele. - comenta Frida.
- Perdón - diz Diego, ele cruza os braços e olha para o outro lado.
Frida se vira para fala com Antônio e vê que está conversando com uma mulher de pele branca, olhos verdes, cabelos longos, cacheados e preto. Deve ter uns 45 anos, Frida poderia apostar e tem certeza absoluta de que ganharia, de que aquela mulher é mãe dele.

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