Capítulo - 8

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Assim que Antônio chegou em casa, entregou as flores para sua mãe e partiu para cozinha. Apesar de ser onze da manhã, seu pai ainda estava em casa.
A casa dos Di Capua se localizava em um bairro nobre de São Paulo, composta de uma cozinha - muito bem equipada, obrigada - sala de estar e de jantar, cerca de quatro banheiros e seis quartos. Garagem para cinco carros, um imenso jardim e, em torno de oito funcionários; a casa é de dar inveja.
Antônio pegou uma maçã e subiu as escadas que dava para os dormitórios, ele viu quando seu irmão saiu do quarto, ainda de pijama.
- Buenos días, Antônio. - Cumprimentou Diego.
- Bom dia! - ele olhou para Diego - Vá tirar esse pijama.
Seu irmão deu língua e voltou para o quarto, Antônio seguiu para o seu, que ficava no final do corredor. Seu quarto era composto por uma enorme  cama de casal, uma estante com livros de direito e algumas fotos dele com a família ou mesmo com Fernando. Uma televisão de cinquenta polegadas na parede e um banheiro grande.
Antônio se preparava para olhar alguns documentos de um caso, quando alguém bateu na porta, suspirou.
- Entre.
Seu pai entrou no quarto, vestido de social, os cabelos ainda úmidos.
- Holá, niño - Cumprimentou Ramon.
- Oi, pai.
- Antônio, eu tenho um caso para você.
-Mas pai, estou trabalhando em outro caso - reclamou.
- Esqueça ele, niño. Esse cliente é famoso, é um caso muito importante e eu quero você nele - Disse Ramon.
Seu pai ainda estava na porta, olhando-o. Antônio o respeitava,mas sabia que Ramon estava testando-o.
- Tudo bem - Antônio olhou para o chão, depois voltou seus olhos para o pai - Mas quem vai ficar com meu caso?
- Seu amigo, Fernando. A lua de mel dele vai durar três dias, ele tem que voltar trabalhar, niño. Pero, não estou preocupado com isso no momento - revelou.
- O que foi, pai?
- Filho, usted precisa entender que esse caso que estou te dando é muito importante e complicado também.
- Pudes confiar en mé, padre  
- Gracias, niño - disse Ramon, sorrindo - tenho que ir, chau.
Ramon pegou no braço do filho, Antônio olhou para o pai.
- Daqui a pouco vou para o escritório - anunciou.
Ramon assentiu e saiu do quarto, Antônio fechou a porta e se jogou na cama. Deu uma mordida na maçã. Ele sabia que tomaria seu tempo, mas daria conta do caso e de Frida, ao mesmo tempo, sorriu. Saiu da cama e jogou o resto da maçã no lixo, foi tomar um banho. A água estava quente e descia pelo corpo, enquanto pensava o que fazer com seus problemas.
Pegou uma toalha e enrolou na cintura, caminhou até o closet, uma porta que ficava ao lado do banheiro. Seu closet era grande e feito de uma madeira clara, Antônio foi até um armário e pegou calça social e paletó, abriu uma gaveta e escolheu uma camisa de botão verde, da cor dos seus olhos. Calçou sapatos sócias, por fim arrumou o cabelo - na verdade ele passou a mão, sacudindo os cabelos, pegou uma pasta e saiu do quarto.
Foi até a garagem, onde pegou seu volvo prateado e partiu para o escritório. Levou o veículo até o estacionamento e entrou no edifício, sua secretária já estava lá.
Isabela Santos era uma mulher linda, sua pele branca destacava os olhos azuis e longos cabelos ruivos cacheados, Antônio não admitia, mas só contratará a moça por ser bonita (felizmente era eficiente).
- Venha comigo, Bela. - chamou, andando até sua sala - Feche a porta.
Isabela fechou a porta e olhou para seu chefe, sentado do outro lado da mesa. Antônio agradeceu por sua secretária estar usando aquele vestido preto, permitindo uma visão maravilhosa de suas pernas.
- Pois não, Sr. Antônio?
- Pode fazer um favor para mim? - pediu.
- Claro.
- Consiga o telefone de um homem chamado Felipe Ferreira, ele deve ter uns 35 anos.
- Tudo bem, com licença - e saiu.
Antônio se levantou e olhou pela janela de sua sala, vendo quando alguns advogados chegavam na empresa.
- Vamos ver se sabe jogar, Frida - sussurrou Antônio, sorrindo.
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Às 20h30 Frida estava fechando sua loja, André e Vivian já tinham partido para suas casas, e ela faria o mesmo.
Subiu a escada que dava para seu apartamento e suspirou aliviada por estar finalmente em casa. Esquentou a água para o chá, enquanto esperava esfriar foi tomar um banho,vestiu short e um camisetão, voltou para cozinha, quando se preparava para beber seu chá a companhia tocou.
- Saco - Frida se levanta com raiva, desce a escada e abre o portão.
- Olá, meu amor - Cumprimenta Felipe.
Frida arregala os olhos.
- Felipe, o que você quer?
- Conversar - diz sério
Frida sabia que ele não iria embora, abriu passagem e ele subiu a escada.
- Fala - Frida encara Felipe de braços cruzados.
- Antônio me ligou, tem mais ou menos uma hora que falei com ele.
- E daí?
- Falamos de você!
- Como é?
- Por favor, não interrompa. Não gosto de esconder coisas de você, por isso vou ter contar tudo.
Felipe falava como se fosse seu namorado, ela o arrastou para dentro de casa.
- Não vou interromper.
- Vou resumir, Antônio me contou que você confidenciou a ele que me ama.
Frida encarou Felipe, até que não se conteve e riu, lágrimas rolaram pelo seu rosto.
- Antônio me disse que você se comportaria dessa forma.
- Felipe, quantas vezes preciso te dizer que não gosto de você?
Ele riu, olhou o teto e se levantou.
- Frida Boliveira... você me ama. Assuma, vejo pelo seu olhar. Eu já desconfiava, é claro. Mas agora tenho certeza do seu amor por mim.
Felipe ria de forma histérica, se aproximou de Frida e ficou de joelho.
- Vou deixar você absorver essa informação, pelo seu silêncio acho que está percebendo seu amor.
- Você é louco! - gritou.
- Por você! ainda não entendeu? Amanhã vamos conversar com seu pai, eu sei que ele morre de ciúmes de você - disse sorrindo.
Frida arregalou os olhos, sua pele ficando vermelha.
- Não se atreva - gritou - SUMA DAQUI!!!
- Você fica linda nervosa.
Felipe saiu, deixando uma Frida chocada.
- Você vai perceber que mexeu com a Boliveira errada - sussurrou.
Frida sabia perfeitamente que Antônio era um completo cretino, mas não uma pessoa que baixava o nível, porque vamos e convenhamos, envolver Felipe nisso era completamente ridículo, mas ela estava pronta pra qualquer tipo de plano idiota que Antônio fosse aplicar nela. Isso ela estava certa! 

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