Capítulo - 9

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Frida estava totalmente cansada, trabalhou o dia todo, e já era 15h30 da tarde e nem tinha almoçando ainda, hoje o dia amanheceu feio, aquela cara de que vai cair o mundo.
- Vivian? - chamou
- Sim?
- Vou fazer uma pausa, você fica no comando, ok?
- Tudo bem, chefe.
- Esse restaurante que estreou na semana passada é uma delícia, pedi pro André trazer pra mim uma comida, ele me trouxe de lá, já comeu?
-Ah sim - Ela riu, seus olhos estavam brilhando - Nossa, o dono era outra delícia.
- Já? - Perguntou Frida assustada, pelo amor de Deus, Vivian era totalmente rápida no quesito homem.
- Não, chefe! Ainda, não - riu.
Vivian foi no dia da estréia, o dono era completamente gato, André ficou babando quando o viu. Vivian queria aquele loiro e teria. Frida viu o modo como Vivian olhava o nada, era aquele olhar que ela estava quando olhava um homem, faminta.
- Estou indo - saiu de fininho da Morada das Flores. Frida só precisou andar uns cinco quarteirões pra chegar no restaurante.
A fachada do recinto era linda, o nome do restaurante é Carvalho's Brunch. Frida caminhou até a entrada, onde um homem abriu para que ela entrasse.
- Boa tarde - cumprimentou.
Frida foi até um balcão, onde havia uma recepcionista.
- Com licença, vocês tem alguma mesa livre?
- Claro, não estão reservadas, venha comigo.
A mulher levou Frida para um espaço enorme, mas extremamente bonito. Havia várias mesas de diversos tamanhos, para duas, quatro e seis pessoas. As mesas e cadeiras eram de madeira, as paredes brancas, uma árvore de cerejeira foi pintada em uma das paredes. Ao fundo havia um pequeno, mas charmoso barzinho, a moça parou em frente a uma mesa de dois lugares ao lado da janela de frente para uma livraria.
- Um garçom irá atendê-la, com licença.
- Obrigada.
Frida não estava nada mal, usava uma regata de alças grossas e na tonalidade de um verde quase branco, a saia era florida e ficava na altura das coxas, estava de sapatilhas e o cabelo preso em um coque, colocou sua bolsinha no encosto da cadeira, e aguardou, ouviu alguns cochichos vindo da cozinha, não resistiu e deu uma olhada naquela direção, parecia que dois rapazes estava discutindo, Frida virou-se rapidamente quando viu um deles vindo na sua direção, provavelmente o garçom.
- Boa tarde, aqui está o cardápio - ofereceu o homem, com sorriso gentil, nem parecendo que agora a pouco estava gritando com alguém.
- Desculpe perguntar, mas vocês ainda estão fazendo o almoço?
- Claro, o que o cliente desejar, nós fazemos.
- Ótimo, de entrada vou querer essa salada com ricota e nozes.
- Tudo bem - disse ele, marcando no papel - e o prato principal?
Frida ri, o garçom olha para ela.
- Eu como primeiro a sobremessa, depois o prato principal . - explicou, era uma mania idiota, só que ela não conseguia mudar aquele hábito.
- Entendi - o garçom deu risada, Frida olhou pra ele, não parecia zombar dela, Cristopher apenas achava diferente uma pessoa querer comer primeiro a melhor parte do cardápio.
- A sobremessa eu quero a torta holandesa, prato principal ninhos da nona, gostei do nome.
- Ótimo pedido, receita da família, com licença, vou trazer um vinho, tudo bem?
- Ótimo - aprovou Frida.
Quando voltou não era o mesmo rapaz, era o outro que tinha discutido anteriormente, ele serviu uma taça de vinho, e em seguida trouxe a salada, Frida aprovou o sabor, servida em um prato preto quadrado, a salada ganhava certo destaque. As folhas de escarolas ficaram bem distribuídas e com ótima aparecia junto com a pêra em cubos e a ricota amassada, o molho estava perfeito com mel e suco de laranja.
- Gostou da salada?
- Estava perfeita - elogiou.
- Agora trarei a sobremessa como pediu - disse a ultima parte bem baixa e franziu a sobrancelha, Frida quase riu da cara do garçom.
Frida acenou e o garçom saiu, tomou mais um gole de vinho, beberia no máximo duas taças, afinal teria que voltar a trabalhar, a sobremessa foi trazida em um prato branco, e a torta estava saborosa, e por último, foi servido o prato principal.
Frida teve que comer rápido tinha que voltar a floricultura, sempre que tinha que almoçar ela comia no seu escritório, foi inventar de almoçar fora e Vivian não parava de manda mensagem, pediu a conta e quase saiu derrubando as mesas a sua volta, algumas pessoas ficaram olhando pra ela, porém ela não tinha tempo a perder.

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Cristopher estava cansado, tinha uns poucos minutos antes de voltar ao trabalho. Começou a caminhar, iria passar naquela floricultura que ele sempre via quando estava de passagem pro trabalho. A entrada era branca com as palavras "Morada das Flores" em rosa claro, Cristopher atravessou a rua e entrou na loja.
Havia alguns clientes, dois vendedores e uma pessoa no balção que ele não conseguia ver, por dentro a loja era organizada, com várias prateleiras onde ficava as flores, cada parte havia uma etiqueta indicando o nome delas. Cristopher foi até o final do corredor, onde uma flor chamou sua atenção, ela era bonita, com uma cor amarela que destacava seu caule verde, na etiqueta leia-se jasmim.
- Então, vou levar a azaleia para minha mulher - informou o homem que estava no balção.
- Qual das duas? - perguntou a mulher do balção.
- Minha querida, fale baixo. - pediu. Ele tem uma amante e a mulher do balção sabia e parecia não aprovar, pensou Cristopher.
- Seu Renato, não complique minha vida - disse a mulher, nervosa.
O senhor que estava no balcão pegou as flores e saiu, Cristopher pegou trinta jasmins amarelas e foi até o balção, e gostou do que viu. A mulher do balção, era a moça da sobremessa, e como era bonita, pele branca, cabelos castanho claro, presos em um coque, olhos cinzas e provocantes e lindas sardas no rosto.
- Boa tarde - cumprimentou, ela parecia reconhece-lo. A voz dela era bonita demais, pensou.
- Boa tarde, vou querer essas flores - pediu, entregando os jasmins.
A mulher olhou para as flores e arregalou os olhos, depois mirou seus olhos cinzas para ele, parecia em conflito.
- O senhor esta triste? por que não parece - comenta a moça.
- Como...?
- Jasmim amarela significa que está triste ou sofrendo de desilusão - explicou.
- Nossa, não sabia que as flores tinham significado, desculpe.
- Tudo bem, eu ajudo.
A mulher saiu do balção e ele aproveitou para admirar suas pernas, Cristopher riu.
- O que foi?
- Deveria ter pedido sua ajuda antes.
- Isso acontece com qualquer um - ela pegou as flores e as colocou no lugar - Agora me responda: o quão importante a garota é?
- Não tenho namorada - riu Cristopher, já queria deixar bem claro.
Cristopher olhou para a mulher, ela arqueou as sobrancelhas. Ela gostou dessa informação, concluiu.
- Você gosta de dar risada - observou ela, lembrando do restaurante.
- E você de impedir que um homem tenha duas mulheres.
Ela riu e Cristopher gostou do som.
- Uma vez fiz ele dar um cravo amarelo para a esposa, que significa "você me decepcionou" - confidenciou ela. Cristopher riu muito.
- Você sabe o significado de todas as flores? - perguntou, curioso.
- Não, mas o bastante para não deixar as pessoas cometerem erros.
- Entendi - disse rindo.
- Para que ocasião deseja as flores? - perguntou a mulher.
- Para o meu trabalho.
- Tenho uma perfeita - informou.
A mulher foi até um corredor e pegou um cacto. - Ela representa força e fortuna.
- É perfeita, quero trinta.
- Fazemos entrega - informou a moça.
- Não se preocupe, eu posso levar - Frida não discordou, deu uma bela olhada nos braços dele.
- Tudo bem, vou colocar em uma caixa para facilitar.
Frida foi pra trás do balção para pegar as caixas e colocou todos os jarros arrumados. Depois que terminou de organizar os cactos, ela tentou pegar a caixa, mas falhou, aquela maldita caixa estava um peso. Podia sentir os olhos do rapaz pra onde quer que ela fosse, e que olhos, pensou Frida.
- Deixe comigo, moça. - Cristopher pagou as flores e ia saindo.
- Tenha uma ótima tarde - disse a moça do balção, ela deu um sorriso meio de lado pra Cristopher.
- Pra você também, e obrigada, me ajudou muito, gostei do que vi na sua loja, realmente gostei de tudo. - E Cristopher deu uma olhada pras pernas de Frida, que corou.
Quando Cristopher já estava voltando pro trabalho lembrou do sorriso daquela mulher, e sorriu também, hoje era seu dia de sorte, voltaria mais vezes naquela floricultura, só pra ver mais daquele sorriso, afinal de contas, Cristopher era louco por sorrisos.

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