Antônio estava com um sorriso que ia de orelha a orelha. Tinha resolvido aquele maldito caso que seu pai tinha lhe dado, não foi nada simples, é claro.
Antônio tinha que provar que seu cliente, o senhor Oscar Willians, era inocente, quando, na verdade, não era. O maldito tinha publicado um livro no ano passado, vendendo milhares e milhares de exemplares e até ganhou um prêmio de melhor best-seller. O único "porém" era que o senhor Oscar tinha plagiado uma outra escritora, mas por fim Antônio conseguiu provar a "inocência" de seu cliente.
Seu pai, Ramon Di Capua, estava orgulhoso do filho, então resolveu que o resultado do caso merecia uma comemoração. Contratou o buffet do restaurante Carvalho's Bruncer que era excelente e a insuportável da Frida para decorar a festa. No começo Antônio não ficou muito feliz com a notícia, mas pensou melhor ao perceber que a ocasião o ajudaria na sua vingança.
Os convidados estavam começando a chegar. Antônio estava usando um terno sob medida, que marcava seus músculos perfeitamente definidos.
Cumprimentou os convidados, um por um, cada um em seu círculo de amigos. Seu irmão estava brincando com outras crianças, sua mãe com outras mulheres e seu pai rindo com seus colegas de trabalho.
Antônio não viu nem sinal da Frida, nem mesmo quando ela estava decorando.
Um garçom passa ao seu lado e Antônio pega um copo de uísque, ao se virar vê Felipe o encarando.
- E aí? Parabéns - cumprimenta.
- Obrigada - agradece, sem jeito. - Há..
Fica à vontade - pede e saí discretamente.
Me livrei desse louco, pensou. Antônio continuou andando, quando, enfim, parou ao pé da escada.
- Fugindo do seu melhor amigo? - sussurrou uma voz familiar, o hálito quente fazendo os pêlos da nuca se arrepiarem.
Ao se virar se deparou com uma Frida diferente, ela não estava bonita ou elegante, mas sexy. Antônio a olha dos pés a cabeça. Está usando salto alto, o vestido é azul-marinho com renda, possui mangas que vão até o cotovelo, o vestido vai até o meio das coxas e o cabelo está solto, bagunçado, mas sensual. Um sorriso irônico brinca em seus lábios.
- Ora, ora, existe uma mulher dentro de você, Frigida. - Provocou, a expressão de Frida se fecha.
- Cuidado com o que diz, Toninho. - avisa - Todo mundo sabe que seu precioso cliente não é e nunca será inocente.
Frida saí, permitindo a Antônio uma visão maravilhosa de suas pernas e costas nuas, fazendo-o a odiar ainda mais.⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘⚘
Frida localiza sua irmã e seu cunhado conversando com Antônio, Monalisa está furiosa. Ela e o marido foram arrancados da lua-de-mel para voltarem a ativa, Fernando como advogado e Mona como enfermeira. Frida se dirige a um canto do salão, observando enquanto os convidados conversam.
- Como vai, minha querida? - pergunta Adriana, se aproximando.
- Estou ótima! E a senhora?
- Bem... você está linda, Frida!
- Ah, obrigada - diz sem jeito.
- A bebida está acabando, melhor eu avisar para os garçons.
- Deixa que eu faço isso!
- Mas você é convidada.
- E a senhora é a mãe do dono da festa.
- Está bem, vá até a cozinha e peça aos garçons para servirem mais bebidas.
Frida cruza o salão e empurra a porta que dá acesso a cozinha, automaticamente ela é invadida pelos mais diversos aromas. Frida se depara com várias pessoas trabalhando freneticamente, homens e mulheres balançando panelas ou equilibrando bandejas.
Frida fica tão perdida que não sabe com quem falar.
- Moça, você não pode ficar aqui - diz um rapaz.
- Mas está precisando de m...
- Pelo amor de Deus, volte ao salão - insiste o rapaz de forma rude.
- Eu só preciso...
- Eu terei que tira-lá a força? - já dizendo e pegando pelos braços de Frida, ela por si só, soltou seu braço da pegada forte do Rapaz.
- Cala a porra da boca e me ouça! - gritou Frida, fazendo a cozinha inteira mergulhar no silêncio total.
- Ok, vamos todos nós acalmar - pede uma voz masculina.
Frida se vira e depara-se com um homem lindo, a pele branca destacava os belos olhos azuis, seus cabelos loiros escapando do seu "chapéu" de cozinheiro, cozinheiro? Ela jurava que ele era garçom. Frida se pegou olhando para boca do homem, que era extremamente rosa. Frida estava quase roxa de vergonha, tinha acabado de falar um palavrão, e ainda por cima na frente daquele gato, o cara que tinha ido comprar flores na sua loja, na verdade muitos cactos. Isso não pode está acontecendo comigo, eu quero morrer, pensou por fim.
- Meu Deus, que coincidência! - Os olhos de Cristopher estavam arregalados, ele pensava que iria ter que arrumar uma boa desculpa para voltar a vê-la novamente.
Santo Deus, ela estava lindíssima, pensou ele.
- É mesmo - a voz de Frida falhou. Sua idiota, relaxa, pensou - Bem...
- Frida! - ouviu a voz de Antônio chamando-a. O que aquele merda queria com ela?
Sentiu Antônio á suas costas e ela se virou.
-¿ Lo que está sucediendo? - às vezes Antônio falava espanhol, ele nem mesmo percebia quando isso acontecia.
- Argh? - Frida não entendeu uma palavra do que Antônio disse, já sabia que seu espanhol era péssimo, mas agora tinha certeza - Graças a Deus, já que o dono da festa chegou, ele pode resolver isso, tchau. - Frida dirigiu essa última palavra pra Cristopher, até o tom de voz mudou.
Antônio não aguentou e pegou no braço de Frida.
- Que merda você estava fazendo aqui? - sussurrou só pra Frida ouvir, mas qualquer um que olhasse via o olhar de ódio de Antônio.
- Me solta - diz Frida - Eu vim aqui seu idiota, pra ajudar você, mas estou vendo que você se vira sozinho.
Frida se virou e saiu...
- Não caio nessa, mujer - respondeu Antônio, Frida já estava no salão, mas ouviu tudo que ele disse.
Frida só estava naquela maldita festa, porque tinha decorado ela, mas estava começando a perceber que seu propósito naquela festa era infernizar Antônio.
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Morada Das Flores
RomanceFrida Boliveira e Antônio Di Capua não tem nada em comum, exceto, o fato de serem os padrinhos de casamento da irmã da moça. O objetivo é simples entrar na igreja e pronto, só que os dois não querem dar uma trégua e não param de provocar um ao outro...