Capítulo - 1

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"As melhores e as mais lindas coisas do mundo não se pode ver nem tocar. Elas devem ser sentidas com o coração."

- Charles Chaplin.

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Ainda da irmã de Frida ser irresponsável, marcou o casamento pro dia de semana, e como Fernando fazia tudo que a futura esposa queria, seria em uma quarta-feira, absurdo, pensou Frida. Ela iria perder grande parte de seus clientes. Teria que sobreviver aquilo.
- ANDRÉ! ANDRÉ! - Grita ela, chamando seu assistente. André atraia vários olhares de mulheres. Ainda de ser vestir bem, era um puta alemão, e não só de mulheres, de homens também. André era homossexual.
- Sim, amor. - Respondeu ele. Estava colocando um arranjo de peônia nos assentos, supostamente Monalisa gostava de peônias, Frida quase riu. Depois de Frida mostrar pra Mona que peônias significava casamento ideal a irmã ficou doida falando que era sua flor preferida.
- Temos que... - Frida ia falar, quando o noivo entrou. Seu cunhado estava perfeito.
- Meu paizinho querido, isso é colírio pros meus olhos - Disse André de boca aberta.
- Se controla - Sussurrou Frida.
Fernando estava de terno preto, o cabelo ruivo estava mais escuro que o normal, mas impecável.  Os olhos castanhos-claros estavam brilhando de nervosismo. Mas tinha um porém, Fernando não vinha sozinho, o outro padrinho e melhor amigo do noivo vinha junto também, Antônio. Galinha, pensou Frida, tudo que tinha peitos esse homem sugava até a alma.
Antônio Di Capua tinha a pele morena, olhos verdes, dentes tão perfeitos que pareceriam falsos, cabelos pretos e 1,85 de altura. Tinha 29 anos. Seu olhar era tão arrogante que Frida tinha vontade de esfregar sua cara no asfalto quente, mas estava decidida a deixar esse ser de lado pela irmã.
- Oi, florista! - cumprimentou Antônio.
- Cala a boca - Grita Frida, ela dá as costas e sai.
Antônio olha para ela, parecia uma mendiga. Estava de calça jeans desbotada, uma camisa larga e comprida e seus cabelos estavam uma completa bagunça, sem fala no seu humor.
- Eu adoro a Frida - diz Fernando sorrindo.
- Se você gosta de ogros.
- Eu estou te ouvindo, seu imbecil. - Grita Frida.
Fernando olha na direção em que veio o grito da cunhada.
- Por favor, não estraguem meu casamento - pedi Fernando.
- Se você resolver mudar de time é só me procurar, seu gostosão - Aconselhou André.
- Meu santo Deus - Diz Antônio, levantando as mãos.

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                                         7 meses antes

Frida estava mais do que atrasada, sua irmã iria mata-la. Mona tinha que marcar o ensaio para às 15:00? Era quando Frida tinha mais clientes.
-Frida, poderia tirar uma pequena dúvida minha? - perguntou o senhor Renato, ele estava de olho nas rosas, Frida saiu detrás do balcão e foi até ele.
- É claro, estou aqui pra isso - Respondeu.
- O que você acha de rosas?
- Pra senhorita Leocádia? - Disse Frida fingindo inocência.
- Oh - Disse Renato, lembrando agora que tinha uma esposa - Não, não. É pra Lívia.
É claro, a amante vem em primeiro lugar, pensa Frida com uma pontada de raiva.
- Sim, claro. Acho que as rosas são muito clichê, Sr. Renato. O que o senhor acha de dar cravos para Lívia? Mudar um pouco.
- Cravos? - Frida mostra pra ele qual era - Oh, sim, são bonitas - ele pegou logo a branca.
- Não! - Se apressou Frida - As brancas não, essa de duas cores, a roxa com rosa.
- Qual significado delas ? - maldito dia que Frida foi fala pro Sr. Renato que sabia dos significados. Cravos de duas cores significava recusa ou não posso estar com você - Significa esperança - mentiu descaradamente.
- Hummm, gostei.
- E pra senhorita Leocádia poderia dar uma tulipa branca.
- É pode ser.
- André pode atender o senhor Renato, tenho um compromisso.
- Senhorita Frida só poderia tirar outra dúvida, por favor?
- Claro - respondeu, já na porta do seu escritório.
- E tulipa branca significa o que?
- Perdão, Sr. Renato, perdão - E saiu.
Idiota, pensou Frida. Pelo menos tinha duas mulheres, assim gastava seu dinheiro na Morada Das Flores.
Aquele cheiro doce de flores sempre animou Frida, ela tirou seu vestido florido e colocou uma calça moletom preta e uma blusa branca, tirou seu salto e colocou um tênis, amarrou seu cabelo e saiu.
- Meu Deus, Frida - gritou André - Temos uma moradora de rua dentro da Morada Das Flores - disse André prendendo seus braços e gritando pro vazio - Frida vem logo.
- Muito engraçado, me solte! - gritou, sem achar graça nenhuma.
- Oh chefe, Se vista melhor - disse Vivian, sua outra assistente. Vivian era toda elegante, estava com os cabelos soltos hoje e a pele negra brilhava quente na tarde de São Paulo.
- Aaah, por Deus, vocês dois, já estou 45 minutos atrasada, Monalisa vai me mata.
Frida saiu da loja, entrou no seu pálio branco e seguiu para o ensaio de casamento da irmã.
Chegou no grande salão branco quase tropeçando nos próprios pés.
- ATRASADA, ATRASADA! - gritou Monalisa, que já estava ficando roxa de tão nervosa. Tinha várias pessoas no salão junto dela, mas Mona tinha um objetivo, falar a real pra sua irmã desnaturada.

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