Capítulo 5

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[Nota: Com certeza, um dos meus capítulos preferidos. Espero que gostem! ]

A noite foi rolando e já estava todo mundo meio louco, já devia ser umas 2h da manhã. O pessoal se separou, tinha uns dançando na pista, outros se pegando pelos cantos e aproveitando a bebida grátis, por conta do Mathew. O Alyfer era o mais sóbrio do grupo, obviamente. Já eu, to bem "feliz" já, sinto que estou levemente alterada, mas ainda lúcida, porém já to falando com qualquer um que ta por perto e to um pouquinho tonta.

Fui até o bar novamente. Eu já troquei uma ideia com o Sam, o barman, gente boassa ele. A Katy que já ta muito bêbada, dá em cima dele toda vez que vai ao bar.

- Oi Sam, olha eu aqui de novo – sorri e ele veio em minha direção.

- Já sei, whisky? – apontou pra mim e esperou que eu confirmasse.

- Siim, escocês, please – ele foi até uma prateleira e pegou uma garrafa de Johnnie Walker, colocou um guardanapo e um copo na minha frente.

- Humm, Blue Label, amooo – colocou umas pedras de gelo e colocou a bebida. Dei um bom gole e fechei meus olhos, sentindo o gosto daquela beldade – Aff, como isso é bom. Vou acabar me viciando e virando uma alcoólatra, se é que já não vicei – encarei o copo. Sam riu e saiu, atender outras pessoas.

Me debrucei no balcão e comecei a brisar um pouco. Daqui uns meses eu termino o colégio e ainda estou indecisa em que faculdade fazer, não tenho certeza se estou preparada pra essa vida adulta. Ri de mim mesmo enquanto brincava com o copo. Senti que alguém me observando, de novo. Olhei em volta, mas não vi ninguém suspeito, voltei à atenção pro meu copo e dei o último gole.

Então vi a silueta de alguém se sentando ao meu lado, era um homem. Aparentava uma estatura grande, não consegui ver muita coisa, pois estava escuro de mais pra enxergar detalhes, e eu também já não estava no meu melhor estado para julgar algo. Mas vi que ele também estava com um copo de whisky na mão, olhei pra ele e comecei a encará-lo, na cara dura mesmo, olhei mesmo e continuei olhando.

Apertei os olhos pra tentar ver algo a mais dele, mas foi em vão, porém do pouco que consegui enxergar vi que ele tinha me visto o encarando. Ele tomou o resto da bebida e fez sinal com a mão pro Sam colocar mais bebida no copo dele e no meu também, eu olhei pro Sam e voltei a encarar ele, que se mantinha olhando para frente, peguei meu copo e dei um gole sem tirar meus olhos dele, ele deu um sorrisinho e virou o copo de uma vez só.

- Tava me encarando antes? – resolvi falar alguma coisa. Fiquei na duvida se ele tinha escutado, porque o som estava muito alto e porque ele continuou olhando pra frente. Só que ai ele sorriu, de novo, mas dessa vez eu vi, era lindo, tinha covinhas, fofo.

- Estava sim – ele finalmente olhou pra mim. Dessa vez eu que ri, dei mais um gole na bebida que ele tinha pedido pra mim e voltei à atenção pra ele. Tentei olhar o resto do rosto dele, mas não conseguia ver direito.

- E por que só veio falar comigo agora? – o questionei, pois já fazia um tempo que eu tava lá na boate e nesse tempo eu flagrei alguém me secando umas quatro vezes, fora as muitas vezes que só tive a sensação de estar sendo observada.

- Não sei. Tava em duvida se eu vinha mesmo, queria deixar você curtir um pouco. – apoiou o braço esquerdo no balcão e virou o corpo pro meu lado. Assim, pude "ver" ele de frente.

- Ué, como assim? – fiquei confusa, será que eu ouvi direito? "deixar"? Ixi, ta louco? Eu eim, como se eu fosse mulher de se "deixar" curtir. E como se fosse mudar alguma coisa ele vir falar comigo. Ele riu de novo, dessa vez um riso de debochado e ficou me encarando de novo, dessa vez bem na minha cara. Pelo menos não fico com aquela sensação ruim de não saber da onde vem o olhar sobre mim.

[Nota: Eu recomendo muito vocês pararem um pouquinho e colocar a música Intro Rework do Vintage Culture com (Ashibah Miracle Vox Edit). Qualquer coisa deixei um link dele pra vocês ;) ]

Me virei de frente de novo e tomei mais um gole da bebida. Olhei pelo espelho que tinha atrás das prateleiras e o cara ainda tava me olhando e parecia não ter a intenção de sair dali tão cedo. Continuei olhando mais um tempo pra ver se ele desistia, mas never, ele nem se mexeu. Quer saber? Foda-se, virei o resto do whisky que tinha no copo e peguei a mão dele. E puta que pariu, não sei o que houve, mas na hora eu comecei a imaginar muitas coisas que aquela mão poderia fazer, era macia e grande, um pouco gelada, até me subiu um calor.

Puxei ele pra pista de dança e comecei a dançar no ritmo da música. Ele me girou com maestria, me fazendo ficar de costas pra ele, colando nossos corpos. Nos movíamos conforme a música entrava pelo nossos ouvidos, de repente senti a respiração gélida dele no meu pescoço, seguida de um beijo molhado, me arrepiei inteira.

Fechei os olhos e ergui os braços passando por trás do pescoço dele, que passou os braços pela minha cintura e nos apertou mais um contra o outro. Sorri e mordi meu lábio inferior quando ele mordeu minha orelha. O ouvi sussurrar no meu ouvido, com uma voz grossa.

- Você me deixou louco só de te olhar – terminou com um beijo no local. Meu deus, da onde surgiu esse homem e quem é ele?

Resolvi cutucar mais a onça. Soltei os braços e abaixei meu corpo, fazendo minha bunda empinar contra a cintura dele, senti uma de suas mãos passeando pelas minhas costas enquanto a outra permanecia na minha cintura. Subi devagar e a mão dele foi acompanhando a subida até que chegou ao meu cabelo. Ele pegou em um maço de cabelos e me girou bruscamente pela cintura, fazendo nossos rostos se encontrarem, e em um gesto rápido ele me tascou um beijo, cheio de malícia e safadeza.

Agarrei nos cabelos dele e aprofundei o beijo, o gosto doce do whisky misturado com um pouquinho de amargo, provavelmente ele fumava, mas não liguei na hora, apesar de odiar cigarros. Um beijo extasiante, parecia uma droga, poderia viciar facilmente. Com uma pegada forte, do jeitinho que eu gosto, com toda certeza eu não esqueceria tão cedo.

Ele partiu o beijo e colou nossas testas, pude ver pelo sorriso dele que também não esqueceria tão cedo. Limpou a boca com o dedo, de um jeito tão sexy, puta merda, é uma pena que eu não tava enxergando porra nenhuma direito. Ele soltou meu cabelo e passou os dedos gélidos pelo meu rosto e foi embora, se perdendo no meio da multidão.

Amor à Primeira Vista | Bill Skarsgård [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora