| Capítulo 18 |

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Pessoal apenas um tira gosto pra vocês ficarem com vontade de mais e matar a saudade. O capítulo é bem pequeno!

Acordo com uma dor que parece que a qualquer momento irá explodir minha cabeça

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Acordo com uma dor que parece que a qualquer momento irá explodir minha cabeça. Minha visão está turva e eu não consigo enxergar nada principalmente porque está de noite. Caio em mim do que aconteceu e busco forças para chamar pelo meu filho, minha esposa e o piloto. Meus filhos! Sinto uma fincada no peito que chega a me deixar sem ar.

- Manu. - chamo em um quase sussurro. - MANU! Meu amor fala comigo. - o silêncio é a pior resposta que eu poderia ter nesse momento.

Tento me mexer e sinto algo mole sobre meus braços. Enzo!

- Filho fala com o papai, Enzo. - tateio seu pequeno corpinho até chegar ao seu rosto e em meio a escuridão e silêncio sinto uma respiração. Graças à Deus! 

O aproximo mais do meu peito e o abraço. Rezo baixinho por todos e mais uma vez tento me mover. Uma dor percorre minhas pernas como se algo afiado as rasgasse a cada movimento, por menor que seja.

- Socorro! - grito com toda a minha força.

Me recordo que sempre guardo lanternas nos bolsos do banco do avião. Tento localizar o banco à minha frente, mas ele não parece mais no mesmo lugar. Preciso encontrar e sair daqui logo com minha família, não sei qual a causa do avião ter caído, mas dependendo do que for isso pode pegar fogo e explodir.

Me solto do cinto e tateio o meu banco, encontro a lanterna e tento acender, sem sucesso. Merda! 

Dou alguns tapas no objeto e finalmente ela acende. Miro no rosto de Enzo que está com alguns cortes na cabeça pela quebra dos vidros com o choque. Antes do avião bater no chão eu desconectei seu cinto e o puxei pra mim, felizmente isso o salvou de ser esmagado pela parede do avião que se encontra amassada. 

O coloco no chão ao meu lado e encaro minhas pernas tomadas pelo sangue. Há um pedaço de ferro do banco de aproximadamente 10 cm fincado em minha perna esquerda, por isso a sensação que estou sendo rasgado.

Examino com cuidado o lugar, rasgo um pedaço da calça e amarro para tentar conter um futuro sangramento até a morte quando eu retirar isso de mim. Eu não deveria em hipotese alguma fazer esse procedimento, mas ou é isso ou deixar minha família morrer aqui e isso não vai acontecer.

Puxo o objeto enquanto mordo um pedaço de tecido tentando conter a dor esmagadora que toma conta de mim. Me sinto fraco, mas ao olhar para meu filho eu ganho forças.

Depois do que julgo ser uns 15 minutos eu finalmente consigo tirar o ferro da minha perna. Tenho um kit de primeiros socorros no quarto do jatinho, assim que conseguir salvar todos eu poderei usá-lo para fazer um curativo, agora eu não tenho tempo.

Aponto a lanterna para o outro lado do avião e vejo Manu dobrada com a cabeça quase na altura dos joelhos. Me levanto com dificuldade e coloco Enzo no meu banco. 

Me arrasto até minha garota e mais uma vez a chamo.

- Manu! - ela não responde. 

Levanto sua cabeça e noto um ferimento em sua testa, o sangue escorre pelo seu rosto e isso me doí. Olho para o pequeno moisés onde meus filhos estavam na hora do desastre. 

Charlote está com os olhinhos arregalados e ameaça chorar quando lanço a luz sob seu rostinho. Aparentemente ela não teve nenhum machucado. Procuro por Logan que está com parte do corpo embaixo da irmã, ele está desacordado. 

Coloco a lanterna em dentro do moisés de forma que não pegue nos olhos de ninguém e o pego em meu colo. Aproximo seu rostinho do meu ouvido e procuro por indícios de respiração, está fraca. Sopro seu rostinho e o coloco de volta.

- Manu meu amor por favor fala comigo. Eu te amo tanto, não me deixa. - Beijo seus lábios secos e nenhuma reação vem de sua parte.

Passo a mão pelo meu bolso e encontro meu telefone. Sem sinal. Me levanto e vou té a cabine, estão todos respirando, mas desacordados.

Disco o numero de emergência e aciono qualquer pessoa que atenda o telefone.

- Corpo de bombeiros, boa noite. - uma mulher pergunta do outro lado da linha.

- Houve um acidente, não sei onde estamos porque esta escuro. Preciso de ajuda, minha esposa está ferida, assim como o piloto e o co-piloto, há crianças, por favor me ajude. - choro de desespero.

- Calma senhor, estamos te rastreando. Há quantas pessoas? - indaga enquanto eu estou quase morrendo ao imaginar que tudo deu errado mais uma vez, eu não posso perder as pessoas que eu amo, por favor Deus.

- Somos quatro adultos e três crianças, dentre elas dois gêmeos de quase três meses. - soluço.

- Conseguimos te localizar e nossa equipe já está a caminho, se mantenha calmo. 

Eu sinto vontade mesmo é de cair nesse entulho e me entregar, sempre trago coisas ruins pra vida das pessoas que amo, era melhor Manu não te se casado comigo .

Estou em meio a pensamentos negativos quando começo a ouvir sirenes ligadas. Eles foram rápidos. 

- Aqui Senhor. - um deles grita enquanto eu levanto com a lanterna.

- Senhor não ande muito, não se preocupe, vamos cuidar de todos. - olho para minha esposa com o rosto coberto de sangue. 

A dor em minha perna nem chega perto da dor quando acontece alguma coisa com as pessoas que eu amo. 

- Cuidado, a moça está com a perna presa devido ao choque com o moises dos gêmeos. 

Me sinto tonto e fraco, mas preciso aguentar. Minha família precisa de mim.

Manu desculpa não conseguir te proteger, nem aos nossos filhos. - peço baixinho enquanto encaro seu rosto tão sem vida.

Maldita viagem!

Eu, você e eleOnde histórias criam vida. Descubra agora